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The Copenhagen Trilogy: Childhood; Youth; Dependency by Tove Ditlevsen

pedrorondulhagomes's review against another edition

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5.0

Chiça, que grande livro.

Se há algum de comum na boa ficção e, portanto, também na autoficção, como é este caso, é a implacabilidade com que o autor consegue olhar para si próprio e plasmar essa fragilidade e individualidade na escrita.

Ernaux, por exemplo, partilha desta implacabilidade. Contudo, os processos pelos quais subjugam o leitor aos seus desejos são de natureza diferente. Enquanto Ernaux é uma assassina treinada, elegante e eficaz, Tove demora-se, plácida e compassadamente, autopsiando o seu próprio cadáver. Para Erneaux os preliminares são depois (passo o contrassenso). À primeira oportunidade espeta-nos a faca no fígado, garantindo uma hemorragia lenta, mas segura; passa-a sem demasiada contundência em torno do pescoço e corta o tendão de Aquiles, para assegurar a total atenção do leitor. Não a vemos a amolar a faca ou a rodá-la entre os dedos, exibindo alguma habilidade. Vai direta o ponto e assegura a nossa atenção; só depois se passeia elegantemente à nossa volta, escalpelizando. Tove demora-se, embalando a sua prosa num compasso belíssimo, acelerando a narrativa no início de cada capítulo, contando-nos acerca da sua estranheza. A primeira parte (‘Infância’) é especialmente bem conseguida e a última parte das ‘Relações Tóxicas’ tem o personagem mais sinistro de que me recordo ler nos últimos tempos (o seu marido-médico).

No caso da autoficção este aspeto é particularmente relevante. Embora, no meu entender, a autoficção, quando bem feita, não se distinga de forma relevante do resto da literatura. Há no processo de escrita algo que a afasta irremediavelmente da realidade. Uma história, mesmo autobiográfica, é algo artificial, que se parece pouco com a realidade, embora seja profundamente humana; em primeira instância, porque a forma como a memória é naturalmente corrompida e manipulada em favor de uma inteligência necessita ligar e compreender, e depois, pela própria escrita que é um processo de fixação.

ord1narymach1ne's review against another edition

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emotional reflective sad tense medium-paced

4.5

The last sentence sent a chill down my spine.

miniatureghosts's review against another edition

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emotional fast-paced

4.25

anettereadsthings's review against another edition

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dark emotional reflective sad tense medium-paced

5.0

lilytucker's review against another edition

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challenging dark emotional reflective sad medium-paced

4.75

adriarato's review against another edition

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challenging emotional informative reflective tense fast-paced

5.0


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mjoao's review against another edition

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dark emotional inspiring reflective sad tense fast-paced

3.75

mollybryann's review against another edition

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emotional informative reflective sad tense fast-paced

4.25

I loved the interspersed historical grounding of Denmark in WWII and a bit before. I suppose because when I lived in Denmark it seemed like such a socialist utopia, it was really useful to see it’s darker history. It’s a bit shocking to read such a detailed account of how different the world was for women just like 75 years ago in a country that is lauded for being so progressive and equal. 
I found myself googling if it was all real because her life was just so rich and overlapping. A really honest and personal depiction of addiction too. 

From humphreads. 

jeanned_arc's review against another edition

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dark emotional inspiring reflective sad tense slow-paced

5.0


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nijue's review against another edition

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challenging dark emotional reflective sad slow-paced

4.75