Reviews

The Handmaid's Tale by Margaret Atwood

lucysreading's review against another edition

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challenging dark emotional informative inspiring reflective sad tense medium-paced
  • Plot- or character-driven? Plot
  • Strong character development? It's complicated
  • Loveable characters? It's complicated
  • Diverse cast of characters? It's complicated
  • Flaws of characters a main focus? Yes

3.25

lizucalaura's review against another edition

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dark emotional reflective sad tense slow-paced
  • Plot- or character-driven? A mix
  • Flaws of characters a main focus? No

5.0

oliviaht's review against another edition

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dark reflective sad tense fast-paced
  • Plot- or character-driven? A mix
  • Strong character development? Yes
  • Loveable characters? Yes
  • Diverse cast of characters? Yes
  • Flaws of characters a main focus? It's complicated

4.0

claire_not_rebecca's review against another edition

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5.0

This novel is a masterpiece. I'm sure this has been said before, and better, and all of that, but I absolutely adored it. It was such good writing and such a deeply impactful storyline. I look forward to getting my hands on the second one.

ashley37's review against another edition

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dark emotional mysterious medium-paced
  • Plot- or character-driven? Character
  • Strong character development? Yes
  • Loveable characters? It's complicated
  • Diverse cast of characters? No
  • Flaws of characters a main focus? No

4.0

olivia_152's review against another edition

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3.0

this is an important book, but the style of writing did not always work for me.

camille_roskvist's review against another edition

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4.25

Completely horrifying, but so so good. I wonder what Margaret Atwood feels about the current political climate in the US...

hammysoup's review against another edition

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challenging dark tense medium-paced
  • Plot- or character-driven? A mix
  • Strong character development? No
  • Loveable characters? It's complicated
  • Diverse cast of characters? No
  • Flaws of characters a main focus? It's complicated

4.5

ellie_214's review against another edition

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dark tense medium-paced
  • Plot- or character-driven? Character
  • Strong character development? No
  • Loveable characters? It's complicated
  • Diverse cast of characters? No
  • Flaws of characters a main focus? No

4.0

katya_m's review against another edition

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"Pensar pode diminuir as hipóteses de uma pessoa, e a minha intenção é durar."
16



Todos os astros, diria, se conjugaram para que, e agora, me decidisse a ler uma distopia - que sempre evito - e uma escritora contemporânea - que muito, mas muito raramente entra no meu raio de interesse. E o resultado não foi nada o esperado.
A minha curiosidade não adveio de publicidade, de sugestão de outrem, de streamings infindáveis de séries de adaptação de livros tão na moda... A vontade de ficar a conhecer esta história teve um surgimento súbito e espontâneo.

Tratando-se de uma narrativa poderosa, diria que mais chocante, revoltante e asquerosa (e nem por isso menos credível) se torna a sua permissa para uma mulher do que para um homem, leitores que não o são em pé de igualdade, neste caso.

E se, como "imaginado" a um regime teocrático juntarmos a subjugação feminina extrema - falamos de controlo/escravidão sexual - o resultado só pode mesmo ser uma visão utópica patriarcal (julgando as massas e não os indivíduos, claro). E é disso mesmo que se trata: as pequenas coisas que hoje uma mulher toma como ameaça - e que o são - estão longe daquilo que é possível (um se muito hipotético, mas nunca descartado) de acontecer se a sociedade toma rumos algo semelhantes, e às vezes, em certos momentos e lugares, sim toma, aos imaginados por Atwood.




"Recordo-me das regras, regras que não eram ditas, mas que todas as mulheres sabiam: não abrir a porta a desconhecidos, mesmo que ele diga que é polícia. Pedir-lhe que passe a identificação por baixo da porta. Não parar na estrada para ajudar um condutor que pareça estar com problemas. Manter as portas trancadas e seguir caminho. Se alguém assobiar, não se virar para olhar. Não ir a uma lavandaria sozinha, à noite.
Penso nas lavandarias. Naquilo que vestia quando ia a uma: calções, calças de ganga, calças de fato de treino. Naquilo que lá deixava: a minha roupa, o meu detergente, o meu dinheiro, dinheiro que eu própria ganhara. Penso no controlo que tinha.
Agora andamos pela mesma rua, em pares de vermelho, e nenhum homem nos grita obscenidades, nos fala, nos toca. Ninguém assobia.
Há vários tipos de liberdade, dizia a Tia Lydia. Liberdade para e liberdade de. Nos dias da anarquia, era liberdade para. Agora, dão-nos liberdade de. Não a subestimem."
35




A exploração, o abuso do corpo e do espírito feminino (a própria castração intelectual) não têm limites - felizmente dentro da ficção - mas repercutem preocupações muito sérias e muito reais que enfrentamos atualmente: o extremismo, as políticas opressivas, o culto organizado. Além disso, é importante não esquecer que, para parte da população feminina, no passado (para não mencionar em alguns presentes) esta não é uma distopia, mas uma realidade. O controlo da reprodução não é uma distopia senão para a mulher branca/ocidental contemporânea.

Por outro lado a manipulação da história, do documento histórico e da realidade é um tema, tão abordado que foi por Orwell, que se mantém uma grande preocupação atual.

Atwood parece dotada de bastante bom senso e de uma vontade em alertar para problemáticas endémicas e contemporâneas várias e pertinentes: a instrução como doutrinação; a estratificação social como veículo para a utopia social; a violência como escape de frustração sexual e de abuso físico e emocional... e isso é altamente valioso.




"A sala de estar teria em tempos sido chamada sala de visitas, talvez: depois saleta. Ou talvez seja um salão, daqueles com aranhas e moscas. Mas agora é oficialmente uma sala de estar, porque é isso que ali se faz. Alguns sentam-se, para outros é apenas uma sala de estar de pé. A postura do corpo é importante, aqui e agora: os pequenos desconfortos são instrutivos."
95.




Numa entrevista ao El País, em 2021*, Atwood terá dito: "As utopias voltarão porque precisamos imaginar como salvar o mundo”, mas também "toda distopia contém uma utopia e vice-versa" o que nos deixa a pensar até que ponto uma maquinação idêntica à "imaginada" pela autora pode, poderá ou poderia ser (e há, haverá ou haveria quem a quisesse) posta em prática.




"Quando pensamos no passado, é às coisas bonitas que nos agarramos, Queremos acreditar que era tudo assim."
42




Resigno a admitir, até com certa volúpia, que gostei (embora a escolha de palavra seja abominável aqui) partilhar do universo literário de Atwood.





*https://brasil.elpais.com/cultura/2021-05-29/margaret-atwood-as-utopias-voltarao-porque-precisamos-imaginar-como-salvar-o-mundo.html