3.5 AVERAGE


Li a edição do Clube de Literatura Clássica, uma edição bilíngue traduzida por Geraldo Carneiro. Acompanhando o livro veio um livreto com a versão de Luigi da Porto da história e com um apanhado histórico da evolução das versões.

Romeu e Julieta por si só não me faria dar 5 estrelas, mas o contexto engradece o livro. Afinal, é necessário pensá-lo como uma peça. E junto com isso algumas críticas desvanecem. Os meus principais incômodos na trama seriam:
- Julieta tem somente 14 anos! Mas vemos que essa redução de idade foi adicionada por Shakespeare, não é algo inerente à história (afinal, parece fazer sentido pensar Romeu e Julieta como uma obra de muitas mãos, e não somente uma obra de Shakespeare)
- A velocidade com que tudo acontece. A "grande história de amor" parece mais uma "curta história de pegação". Mas isso é explicado pelo fato de estarem em um teatro. Shakespeare preferiu a velocidade do teatro do que adicionar lapsos temporais na história. Em outras versões da história vemos um tempo maior entre os eventos. A velocidade é compensada fazendo piada da própria história. Aqui, a voz da sensatez é o Frei, fazendo as críticas devidas à absurda mudança de opinião de Romeu.

Qual a essência de Romeu e Julieta? A paixão arrebatadora que vem e tem força para destruir tudo em seu caminho. E isso é um conceito atemporal. A morte, neste caso, é essencial. Pois representa o levar às últimas consequências a paixão inicial. Junto com Romeu e Julieta temos o reforço da paixão à primeira vista, o conceito "romântico" dos atos e loucuras de paixão, e diversos outros conceitos que se baseiam no sentimento arrebatador que arranca a pessoa de seu chão e aflora suas emoções.


Meu coração será que amou um dia?
Meus olhos são perjuros com certeza,
Pois só esta noite eu vi o que é beleza.


Notemos, porém, que essa é uma história de paixão e não de amor. Poderia ser também uma história de amor? Poderia, mas esse não é seu ponto central. E isso é na obra representado pelas falas do Frei. Surgem como pequenos momentos de lucidez, onde somos lembrados de que está tudo muito rápido. Claro, o Frei em si não é completamente lúcido, visto que vê na paixão insã de jovens a oportunidade de sanar um conflito entre duas famílias.


Meu São Francisco! Esta mudança é um espanto!
E Rosalina, a quem amavas tanto,
Já foi esquecida? O amor dos moços mora
Nos olhos, não no coração. E agora?
Rosalina, por quem choravas tanto,
Por quem lavaste a face com teu pranto!
Por ela quanto sal desperdiçaste,
Temperando esse amor que nem provaste!
O céu ainda recorda os teus gemidos
Que despejaste em meus velhos ouvidos.
Ainda vejo estampada no teu rosto
A mácula de um choro de desgosto.
Se tu e a tua dor fossem reais,
A Rosalina os dois seriam leais.

Se é assim proclama que não só a mulher
É inconstante: o homem também é.



O prazer que é violento, quando passa,
Costuma ter um fim também violento.
Seu triunfo morre como fogo e pólvora,
Que, ao se beijarem, matam um ao outro.
O mel mais doce é tão doce que enjoa,
E o seu sabor estraga o paladar.
O amor que dura é o amor moderado.
O que corre, em geral, chega atrasado.


Outro ponto que gostaria de destacar na obra, e que também é atemporal, é o conceito de que uma pessoa não é definida pelo seu nome, pela sua classe, pela sua família. Assim, Romeu e Julieta não é somente uma história sobre um casal formado por famílias rivais. Mas sim uma história sobre qualquer relação proibida em qualquer contexto social e histórico.


Ó Romeu, ó Romeu. Por que és Romeu?
nega teu pai, recusa esse teu nome;
Senão, é só jurar-me o teu amor,
E eu já não serei uma Capuleto.
[...]
É só teu nome que é meu inimigo.
Tu és tu mesmo, não és um Montéquio.
O que é um Montéquio? Não é mão, nem pé,
Nem braço ou rosto, ou qualquer outra parte
Que a alguém pertença. Encarna um outro nome.
O que há num nome? O que chamamos rosa
Com outro nome perde o seu perfume?

Assim Romeu, se não fosse Romeu,
Conservaria a perfeição que é sua.


Outra coisa que auxilia na apreciação da obra é assistir uma peça. Encontrei uma indicação maravilhosa on-line de uma interpretação em português realizada no Globe Theatre (https://www.youtube.com/watch?v=pNvTDEplX0o), que é um teatro que se dedica a obras de Shakespeare.

I read this in year 9 English lessons. For those of you who haven't read Shakespear yet, whats wrong with you? My class now uses his implicit language at teachers for "educational purposes"!
challenging sad medium-paced
Plot or Character Driven: A mix
Strong character development: Complicated
Loveable characters: Yes
Diverse cast of characters: No
Flaws of characters a main focus: Yes

Idk man maybe I’m just allergic to romance

still my least favorite Shakespeare play.
challenging emotional funny reflective sad fast-paced
Plot or Character Driven: Character
Strong character development: Yes
Loveable characters: Complicated
Diverse cast of characters: No
Flaws of characters a main focus: Yes

Shakespeare is beloved and widely studied for a reason. The Great Bard never fails to enthrall. 
emotional sad fast-paced
Plot or Character Driven: Plot
Strong character development: No
Loveable characters: Complicated
Diverse cast of characters: Yes
Flaws of characters a main focus: No

Walić Julie i Romeo nawet nie jest Alfa, niedopuszczalne
dark emotional sad fast-paced
Plot or Character Driven: Character
Strong character development: No
Loveable characters: No
Diverse cast of characters: No
Flaws of characters a main focus: Yes

Lo que genera no tener un crush ficticio en la adolescencia 
emotional sad fast-paced
Plot or Character Driven: A mix
Strong character development: No
Loveable characters: Yes
Diverse cast of characters: No
Flaws of characters a main focus: Yes

For reasons I won't disclose on goodreads, I will take with me a bitter connotation...lol

Ugh. I don't think this generation understands the story of Romeo and Juliet. It's a TRAGEDY more than it is a romance... duh.

Something I emphasized for the freshmen (that I actually like about this story) showed up in Act 2 Scene 3. Friar Lawrence being both a franciscan friar AND an apothecary is silly to me (early nuance in christianity?? lol) He talks about vice and virtue, using his medicinal herbs as metaphors for such: "Virtue itself turns vice, being misapplied, / And vice sometime by action dignified." He holds this plant and explains how sniffing it could cure someone's ails, but ingesting it would kill them--further exploring evil in good and good in evil, intertwined. I love this idea here, and it continues to be an important metaphor that foreshadows later events.

Definitely not my favorite Shakespearean play. They're 13 and 16....like....relax. Big decisions and silly moments. We love a long-winded character. I kept telling the students that Shakespeare uses a lot of fancy words to essentially just say, "Ugh. I really don't want to go to this party!!!"
After seeing A Midsummer Night's Dream with the freshmen, I definitely have decided that Shakespeare is meant to be performed over read in classes. Going to reread The Tempest next, probably. Metaphors are way cooler.

It's important for students to read Shakespeare though, but so much is lost when your most reluctant 14-year-old reader drones on and butchers Romeo's lines. Sorry!!!!