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challenging
mysterious
slow-paced
Elliptical, complex, and bracing in its treatment of myth and mind.
this is one i finished but i'm sure i need to come back to! luckily it's also a book i'm looking forward to coming back to, over and over again, for a long time. probably one ov those 'essential' reads
mysterious
reflective
slow-paced
Plot or Character Driven:
Plot
Strong character development:
N/A
Loveable characters:
N/A
challenging
informative
inspiring
challenging
informative
inspiring
reflective
medium-paced
Plot or Character Driven:
N/A
Strong character development:
N/A
Loveable characters:
N/A
Diverse cast of characters:
N/A
Flaws of characters a main focus:
N/A
"As núpcias de Cadmo e Harmonia" é em tudo diferente ao que esperamos de um livro sobre mitologia, em especial, a grega. E isso é o que o torna tão especial.
O mito, considerado como história coletiva, traduz-se numa forma de o ser humano alcançar os limites de sua existência, ultrapassá-los por meio das diversas manifestações realizadas pelos deuses e heróis.
Com o subtítulo "Mitos", o livro tem início com o rapto de Europa pelo touro branco, Zeus. Sua conclusão se dá com as bodas de casamento do irmão de Europa, Cadmo, com a filha de Afrodite e Ares e adotada por Eléctra, Harmonia. No decorrer no livro, as múltiplas histórias e aventuras vividas pelos deuses e heróis, as quais muitas vezes se interligam, sobrepõem-se.
O próprio livro se desenvolve como um romance com alguns aspectos de ensaio, alcançando tempos imemoriais que se referem ao período pré-homérico, pontuado pelas invasões dos povos que resultaram na Grécia Antiga (aqueus, eólios, jônios, dóricos), em que os mitos se mostraram fundamentais para a formação da Hélade e de sua singularidade em relação aos povos antigos, uma vez que quase todos construíram religiões dependentes de sacerdotes, que em muitos casos acabavam por significar o próprio Estado. Já na Hélade, os rituais eram realizados pelos indivíduos, sem a necessidade de constituir uma classe sacerdotal. Os mitos conduziam os indivíduos e os indivíduos multiplicavam os feitos dos mitos.
Já quanto ao período homérico, temos ressaltada a criação da Ilíada, obra monumental traduzida não somente na destruição de Troia, mas também no início do declínio dos mitos. Se o mito é uma forma de narração, de linguagem, o caminhar para o conhecimento lógico e abstrato acaba por levá-los ao perecimento.
Na Ilíada, os heróis, cientes que encontrarão a morte, partem para uma guerra titânica e longa, tudo em nome de um simulacro traduzido na figura de Helena. Explica-se: alguma fontes antigas informam que Páris e Helena se dirigem ao Egito antes de partirem para Troia. No Egito são feitos prisioneiros, tendo os sacerdotes egípcios libertado Páris com a condição de que Helena ficasse prisioneira. Em seu lugar, seguiu uma cópia, um simulacro, uma representação. E os simulacros abundam na mitologia grega, tanto em relação aos heróis e deuses, mas também no campo dos sacrifícios.
E então chegamos à última história, o matrimônio do fenício Cadmo e Harmonia. Cadmo, na procura por sua irmã Europa, acaba por salvar Zeus. Como recompensa, o deus promete-lhe núpcias com a princesa Harmonia. Recebe terras onde fundará a cidade grega de Tebas e onde será rei ao lado de sua rainha Harmonia. Cadmo também traz um presente, o alfabeto fenício, que transplantado para Hélade ganha a forma do alfabeto grego. O alfabeto permite a escrita, permite a fixação da narração, mas também permite o desenvolvimento da razão.
É uma obra para ser lida e relida. É fantástica.
O mito, considerado como história coletiva, traduz-se numa forma de o ser humano alcançar os limites de sua existência, ultrapassá-los por meio das diversas manifestações realizadas pelos deuses e heróis.
Com o subtítulo "Mitos", o livro tem início com o rapto de Europa pelo touro branco, Zeus. Sua conclusão se dá com as bodas de casamento do irmão de Europa, Cadmo, com a filha de Afrodite e Ares e adotada por Eléctra, Harmonia. No decorrer no livro, as múltiplas histórias e aventuras vividas pelos deuses e heróis, as quais muitas vezes se interligam, sobrepõem-se.
O próprio livro se desenvolve como um romance com alguns aspectos de ensaio, alcançando tempos imemoriais que se referem ao período pré-homérico, pontuado pelas invasões dos povos que resultaram na Grécia Antiga (aqueus, eólios, jônios, dóricos), em que os mitos se mostraram fundamentais para a formação da Hélade e de sua singularidade em relação aos povos antigos, uma vez que quase todos construíram religiões dependentes de sacerdotes, que em muitos casos acabavam por significar o próprio Estado. Já na Hélade, os rituais eram realizados pelos indivíduos, sem a necessidade de constituir uma classe sacerdotal. Os mitos conduziam os indivíduos e os indivíduos multiplicavam os feitos dos mitos.
Já quanto ao período homérico, temos ressaltada a criação da Ilíada, obra monumental traduzida não somente na destruição de Troia, mas também no início do declínio dos mitos. Se o mito é uma forma de narração, de linguagem, o caminhar para o conhecimento lógico e abstrato acaba por levá-los ao perecimento.
Na Ilíada, os heróis, cientes que encontrarão a morte, partem para uma guerra titânica e longa, tudo em nome de um simulacro traduzido na figura de Helena. Explica-se: alguma fontes antigas informam que Páris e Helena se dirigem ao Egito antes de partirem para Troia. No Egito são feitos prisioneiros, tendo os sacerdotes egípcios libertado Páris com a condição de que Helena ficasse prisioneira. Em seu lugar, seguiu uma cópia, um simulacro, uma representação. E os simulacros abundam na mitologia grega, tanto em relação aos heróis e deuses, mas também no campo dos sacrifícios.
E então chegamos à última história, o matrimônio do fenício Cadmo e Harmonia. Cadmo, na procura por sua irmã Europa, acaba por salvar Zeus. Como recompensa, o deus promete-lhe núpcias com a princesa Harmonia. Recebe terras onde fundará a cidade grega de Tebas e onde será rei ao lado de sua rainha Harmonia. Cadmo também traz um presente, o alfabeto fenício, que transplantado para Hélade ganha a forma do alfabeto grego. O alfabeto permite a escrita, permite a fixação da narração, mas também permite o desenvolvimento da razão.
É uma obra para ser lida e relida. É fantástica.
Re-telling of Greek mythology, in an attempt to discover its secrets. As far as I am concerned, only partly succeeded. Sometimes rather bombastic. Still a good introduction to the originals. Rating 2.5 stars.
dark
reflective
slow-paced
Plot or Character Driven:
N/A
Strong character development:
N/A
Loveable characters:
N/A
Diverse cast of characters:
N/A
Flaws of characters a main focus:
N/A
Some of the lines in this book are so damn beautiful they make me want to cry:
'Myth, like language, gives all of itself in each of its fragments. When a myth brings into play repetition and variants, the skeleton of the system emerges for a while, the latent order, covered in seaweed.'
'Myth is more than belief. It is the spell the soul casts on itself.'
'For centuries people have spoken of the Greek myths as of something to be rediscovered, reawoken. The truth is it is the myths that are still out there waiting to wake us and be seen by us, like a tree waiting to greet our newly opened eyes.'
And finally, a phrase I haven't been able to get out of my head since I read it:
'The ineffable milk of books'