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rolandosmedeiros's review against another edition
4.0
Primeiro, esse livro me despertou curiosidade, depois, me aborreceu, se arrastou, massou no prólogo, parecia não ir para um lugar, nem outro; então… então… me fez rir, me encantou, me prendeu, e, perto do fim, num episódio da vida real de um anagnorisis aristotélico, me arrepiou da cabeça aos pés…
Num misto de autoficção/ensaio pessoal, acompanhamos, pelas palavras do próprio, o curso completo do Professor Daniel Mendelsohn"Classics 125: The Odyssey" que ocorreu alguns meses antes deste livro ter sido colocado no papel. Completo apenas no quesito de extensão, mas em tudo que envolve um curso acadêmico: criticismo inteligente, leitura, tradução e contextualização direto grego, toda uma questão pedagógica e relacional: as opiniões dos alunos em confronto com o Professor, a tentativa falha de colocá-los nos trilhos, a interpretação de séculos em embate com as opiniões dos alunos, a tentativa - que será muito significativa - do Professor de iluminar certos aspectos da Odisséia que torna Homero ainda nosso contempoeraneo, e mais. No entanto, o melhor do curso se dá na partipação do Sr. Mendelsohn, o pai idoso do Professor, que com oitenta anos, um matématico que decide por fim ler a Odisséia, e se inscreve no curso do filho e se presta a participar ativamente das discussões.
O melhor de tudo: ele odeia o Odisseu; e suas opiniões ácidas, fortes, vão cada vez ficando mais deleitosas conforme o conhecemos melhor, e não é surpresa que os alunos o adorem.
Mas é claro, o livro não é só isso. O Daniel faz essa rememoração do Curso que seu pai participou para mergulhar de verdade no passado: desvelando lentamente esse personagem único, interessantíssimo, e a relação pai e filho: a Odisseia se dissolvendo e se misturando com a vida de todos os pais e de todos os filhos; principalmente na vida desses dois.
A escrita é quase fria, ele arrisca muitas símiles, numa imitação do Homero, algumas dão certo, a maioria não; o ponto é que esse estilo, quase pedagógico, funciona bastante que bem quando vamos então, para as aulas, aprende-se muito sobre a Odisseia, sobre o Grego antigo, sobre como foi composta, mas é preciso saber que não é a linguagem que de alguma forma alavanca o livro, a narrativa e a autobiografia quasi-ficcionalizada é o que o sustentam.
Fica sempre aquela pergunta quando vai se falar de literatura clássica, ou mesmo da literatura como um todo: "para que serve?" E apesar de não tocar acho que nenhuma vez nesse assunto, a obra do Daniel, por si só, a responder essa pergunta. Por que ler a Odisseia? Bem, pela sua beleza, pela sua dimensão psicológica, pela inteligência do Homero, e por continuar contemporânea após praticamente quatro mil anos. E ele prova isso, em episódios da vida dele e de seu pai que acontecem logo após o Curso e o Cruzeiro que fazem retraçando a Odisseia, que são extremamente impactantes, e remetem diretamente à obra do Homero.
E cada parte da Odisseia, como perceberemos ao longo desse pequeno vislumbre na vida dos Mendelsohns, é real, é palpável: a Telemaquia (Educação), a Paideusis (Pais e Filhos), a Homophrosynê (Maridos e Mulheres; melhor, o encaixe entre Maridos e Mulheres), o Apologoi (as aventuras), o Nostos (o retorno para casa), Anagnorisis (o Reconhecimento), e enfim, Sêma (Sinal) que grego, não por coincidência, também significa "túmulo" ou "tumba".
Em conclusão, se você enfrentar um leve arraste, de uma introdução ligeiramente maçante, você será recompensado; de um lado, por ser apresentado de uma maneira bastante receptiva à Odisseia do Homero, do outro, pelo impacto da história, da biografia, da narrativa, chame como quiser, do Daniel Mendelsohn e de seu pai, entrelaçados pela Odisséia, e entreleçados pelo mistério de um filho nunca, em sua totalidade, conhecer o seu pai. Impactante, revelador e crítico; grande livro.
Num misto de autoficção/ensaio pessoal, acompanhamos, pelas palavras do próprio, o curso completo do Professor Daniel Mendelsohn"Classics 125: The Odyssey" que ocorreu alguns meses antes deste livro ter sido colocado no papel. Completo apenas no quesito de extensão, mas em tudo que envolve um curso acadêmico: criticismo inteligente, leitura, tradução e contextualização direto grego, toda uma questão pedagógica e relacional: as opiniões dos alunos em confronto com o Professor, a tentativa falha de colocá-los nos trilhos, a interpretação de séculos em embate com as opiniões dos alunos, a tentativa - que será muito significativa - do Professor de iluminar certos aspectos da Odisséia que torna Homero ainda nosso contempoeraneo, e mais. No entanto, o melhor do curso se dá na partipação do Sr. Mendelsohn, o pai idoso do Professor, que com oitenta anos, um matématico que decide por fim ler a Odisséia, e se inscreve no curso do filho e se presta a participar ativamente das discussões.
O melhor de tudo: ele odeia o Odisseu; e suas opiniões ácidas, fortes, vão cada vez ficando mais deleitosas conforme o conhecemos melhor, e não é surpresa que os alunos o adorem.
Mas é claro, o livro não é só isso. O Daniel faz essa rememoração do Curso que seu pai participou para mergulhar de verdade no passado: desvelando lentamente esse personagem único, interessantíssimo, e a relação pai e filho: a Odisseia se dissolvendo e se misturando com a vida de todos os pais e de todos os filhos; principalmente na vida desses dois.
A escrita é quase fria, ele arrisca muitas símiles, numa imitação do Homero, algumas dão certo, a maioria não; o ponto é que esse estilo, quase pedagógico, funciona bastante que bem quando vamos então, para as aulas, aprende-se muito sobre a Odisseia, sobre o Grego antigo, sobre como foi composta, mas é preciso saber que não é a linguagem que de alguma forma alavanca o livro, a narrativa e a autobiografia quasi-ficcionalizada é o que o sustentam.
Fica sempre aquela pergunta quando vai se falar de literatura clássica, ou mesmo da literatura como um todo: "para que serve?" E apesar de não tocar acho que nenhuma vez nesse assunto, a obra do Daniel, por si só, a responder essa pergunta. Por que ler a Odisseia? Bem, pela sua beleza, pela sua dimensão psicológica, pela inteligência do Homero, e por continuar contemporânea após praticamente quatro mil anos. E ele prova isso, em episódios da vida dele e de seu pai que acontecem logo após o Curso e o Cruzeiro que fazem retraçando a Odisseia, que são extremamente impactantes, e remetem diretamente à obra do Homero.
E cada parte da Odisseia, como perceberemos ao longo desse pequeno vislumbre na vida dos Mendelsohns, é real, é palpável: a Telemaquia (Educação), a Paideusis (Pais e Filhos), a Homophrosynê (Maridos e Mulheres; melhor, o encaixe entre Maridos e Mulheres), o Apologoi (as aventuras), o Nostos (o retorno para casa), Anagnorisis (o Reconhecimento), e enfim, Sêma (Sinal) que grego, não por coincidência, também significa "túmulo" ou "tumba".
Em conclusão, se você enfrentar um leve arraste, de uma introdução ligeiramente maçante, você será recompensado; de um lado, por ser apresentado de uma maneira bastante receptiva à Odisseia do Homero, do outro, pelo impacto da história, da biografia, da narrativa, chame como quiser, do Daniel Mendelsohn e de seu pai, entrelaçados pela Odisséia, e entreleçados pelo mistério de um filho nunca, em sua totalidade, conhecer o seu pai. Impactante, revelador e crítico; grande livro.
jenniferstringer's review against another edition
4.0
On the surface, this is a memoir about a classics professor whose father audits his Odyessey seminar class at Bard College. Interwoven is the son's history, the father's history, their relationship along with a lesson about the Odyssey and its meaning. At first, I really found the form really annoying - author jumps from one anecdote to the next without coming to any satisifying conclusions. So much so, that initially I found it a very put-downable book. But, when I picked it back up, and continued with his seminar story line and learned about the structure of the Odyessy, with its "ring" construction, and rings closing as the poem progresses, it finally dawns on me that the book is also written in ring composition. I then found it kinda fun to see how the various rings closed. It's a poignant, satisifiying story with an Odyessy refresher course thrown in.
johngolden's review against another edition
5.0
This is a wonderful story about The Odyssey and a son re-c0nnecting with his father. I read The Odyssey concurrently with this book and Prof. Mendelsohn's guidance was enlightening. I also enjoyed his commentary on growing up and on teaching his father.
barnesstorming's review against another edition
4.0
This book wasn't the father-and-son adventure across the Mediterranean that I expected from the concept. The duo's exploration of the world of "The Odyssey" comes almost tangentially to the story, disappointingly on a themed cruise. But Mendelsohn's book is both an achingly sweet memoir and a fantastic exploration of the themes of Homer's classic (which, fittingly, its own sort of father-and-son story). The concept is so good -- a college classic's teacher gearing up for an "Odyssey" course finds his father interested in auditing the class, and this later spins into a desire for the two to tour the lands. The writing is beautiful, and his lens on his family's life is clear-headed rather than cloying. I quickly went from "get on to the ship already" to savoring the class discussions on the chapters. I learned much more about the famous epic poem reading this book than I did working my way through "The Odyssey" with Cliff's Notes. It's great stuff.
johndiconsiglio's review against another edition
3.0
Bard classicist Daniel Mendelsohn welcomed his 81-yr-old dad into his undergrad seminar on the Odyssey, setting off a father-son journey that mimics Homer’s epic. (It even culminates with the pair sailing on an Odyssey-themed Mediterranean cruise.) Sometimes you see exactly where this scholarly memoir is taking us. (Will the professor learn life lessons from his distant dad? What’s Latin for “duh”?) Sometimes it surprises you with its warm-heartedness. Can be too academic for its own good. But the classroom & cruise scenes are lively, & there are handy recaps if your Homer’s rusty. Sweet, not fleet.
mugsandmanuscripts's review against another edition
5.0
Using the Odyssey as a guide, Mendelsohn takes the reader through the story of his relationship with his father. Along the way, he employs many of the narrative techniques that Homer uses in the original epic.
As a lover of classics and of people's stories, I really enjoyed this one. Mendelsohn is a classics professor and scholar, and it shows. To ground his memoir, he uses the story and structure of his father's attendance at a course he taught on the Odyssey. Since the seminar is based on the epic, the epic itself also structures his book. Through MANY digressions and flashbacks—often mimicking the way the text itself weaves from present to past and then to present again—he weaves together a touching story of love and discovery. As Odysseus is revealed at the end of the Odyssey, Mendelsohn reveals more about his father (who comes across as gruff and stoic for his whole life with some small peeks at something else at the end), information that is revealed to Mendelsohn himself later in life.
This book was a pleasure for me. Those who don't enjoy literature might find parts of it a little pedantic, but I think that there's so much "heart" in this book that it's anything but boring.
As a lover of classics and of people's stories, I really enjoyed this one. Mendelsohn is a classics professor and scholar, and it shows. To ground his memoir, he uses the story and structure of his father's attendance at a course he taught on the Odyssey. Since the seminar is based on the epic, the epic itself also structures his book. Through MANY digressions and flashbacks—often mimicking the way the text itself weaves from present to past and then to present again—he weaves together a touching story of love and discovery. As Odysseus is revealed at the end of the Odyssey, Mendelsohn reveals more about his father (who comes across as gruff and stoic for his whole life with some small peeks at something else at the end), information that is revealed to Mendelsohn himself later in life.
This book was a pleasure for me. Those who don't enjoy literature might find parts of it a little pedantic, but I think that there's so much "heart" in this book that it's anything but boring.
jdintr's review against another edition
4.0
A really beautiful reflection on teaching and traveling and fatherhood.
Daniel Mendelsohn, a classics professor at Bard College, let his father sit in on a seminar he taught on Homer's The Odyssey, and they would later take an Odyssey-themed cruise together in the Mediterranean. If you're looking for a travelogue, skip this book.
What Mendelsohn provides for the most part is insightful commentary that those who have read or taught The Odyssey, like me, will find really fascinating. He also provides an intimate look at his father's choices and his own.
Having taken my own father on a trip to Vienna and Munich this summer, I can attest to the power of travel in unlocking details from the past and deepening the bonds between father and son. This is a good book: one which any person who has a father would be encouraged to read.
Daniel Mendelsohn, a classics professor at Bard College, let his father sit in on a seminar he taught on Homer's The Odyssey, and they would later take an Odyssey-themed cruise together in the Mediterranean. If you're looking for a travelogue, skip this book.
What Mendelsohn provides for the most part is insightful commentary that those who have read or taught The Odyssey, like me, will find really fascinating. He also provides an intimate look at his father's choices and his own.
Having taken my own father on a trip to Vienna and Munich this summer, I can attest to the power of travel in unlocking details from the past and deepening the bonds between father and son. This is a good book: one which any person who has a father would be encouraged to read.
thymenvb's review against another edition
5.0
I rewrote this review about 5 times. I wanted to say how unexpectedly impactful I found this story, and what an insightful reflection it is, both on the Odyssey and life in general.
But, because I could not find the words to do it justice, I ultimately went with this review:
Made me cry. 5 stars!
But, because I could not find the words to do it justice, I ultimately went with this review:
Made me cry. 5 stars!
threehourzsleep's review against another edition
5.0
Probably 4,5+. Covers a lot of Greek classical lit, but that is much of its basis.