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A surprisingly lighthearted glimpse into the lives of a family under Italian fascism. It was fun to see inside jokes as they formed and the silly conversations among the characters, but I was sad that I didn’t get more of Natalia’s thoughts on things. Her role in the story was purely to observe and I felt that her opinions would have woven the anecdotes together better.
That being said, each of the other characters were brought to life very clearly through her writing and I want to read her fiction to see how it compares :)
That being said, each of the other characters were brought to life very clearly through her writing and I want to read her fiction to see how it compares :)
This book was recommended by Elena Ferrante, the author of the Neapolitan Novels. Like Ferrante, Ginzburg writes about fascism and war from a perspective that's deeply embedded in everyday family life. She spends more time on the way her mother shops for apples than she does on the details of Mussolini's rise to power. Bombs are dropping and she focuses on the particular gait her father takes as he charges through town ignoring the warnings. It's charming and horrifying. It's deeply personal and also extremely detached, as she slides over her own husband's torture and murder at the hands of Nazis, and instead focuses on the funny little things her friends and family say.
adventurous
funny
reflective
medium-paced
um livro sobre pequenices, o tempo que passa e a vida que acontece. é interessante ver o contexto histórico - tão intenso e arrasador - tratado de maneira tão cotidiana na vida dessa família.
essa linguagem, o léxico familiar, só é possível a partir da repetição durante todos os anos, especialmente na figura do pai e da mãe. é assim que tanta memória ~banal~ vai sendo guardada. esse cotidiano que a gente perde, esquece, mas que é fácil de retomar quando se reencontra ou se está em casa.
e me é muito curioso essa maneira de escrever 'morna', sem grande suspense ou emoção. ela fala de leone e como ele se vai sem nenhuma ênfase, paixão, em poucas linhas. eu fiquei esperando e esperando..
essa linguagem, o léxico familiar, só é possível a partir da repetição durante todos os anos, especialmente na figura do pai e da mãe. é assim que tanta memória ~banal~ vai sendo guardada. esse cotidiano que a gente perde, esquece, mas que é fácil de retomar quando se reencontra ou se está em casa.
e me é muito curioso essa maneira de escrever 'morna', sem grande suspense ou emoção. ela fala de leone e como ele se vai sem nenhuma ênfase, paixão, em poucas linhas. eu fiquei esperando e esperando..
dark
emotional
funny
lighthearted
slow-paced
funny
informative
reflective
sad
reflective
medium-paced
emotional
lighthearted
slow-paced
Leiam Natalia Ginzburg. O seu estilo é inconfundível, ainda que me seja difícil descrevê-lo. Embora não pareça, vive numa permanente tensão entre a sobriedade, a melancolia e alegria. Que divertido é este livro (!), embora narrado com a maior placidez que possais imaginar. E que canção nos sopra aos ouvidos, encandeando várias orações perfeitamente pontuadas, em que não há uma vírgula fora do sítio.
"Lugares, factos e pessoas são, neste livro, reais. Não inventei nada, (...)" adverte a autora. E de facto, este livro foi cerzido com um detalhe, às vezes tão inverosímil, que dificilmente poderia ser inventado; não há um pingo de ficção, mas lê-se
como um romance. É a memória que talha a narrativa. Neste caso, e talvez na ficção em geral. Mesmo quando inventamos uma história, é como se a recordássemos, para lhe dar forma. O fio memória é neste caso o Léxico Familiar:
“Somos cinco irmãos. Vivemos em cidades diferentes, alguns de nós no estrangeiro, e não nos escrevemos muitas vezes. Quando nos encontramos, podemos ser, uns para os outros, indiferentes ou distraídos. Mas basta, entre nós, uma palavra. Basta uma palavra, uma frase: uma dessas frases antigas, ouvidas e repetidas infinitas vezes no tempo da nossa infância. Basta dizermos: "Não viemos a Bergamo para passear" ou "a que é que fede o ácido sulfídrico", para redescobrirmos no mesmo instante as nossas relações de outrora, e a nossa infância e a nossa juventude, indissoluvelmente ligadas a essas frases, a essas palavras. Uma dessas frases ou palavras faria que nos reconhecêssemos mutuamente, como os irmãos que somos, na escuridão de uma gruta, entre milhões de pessoas. Essas frases são o nosso latim, o vocabulário dos nossos dias idos, são, como os hieróglifos dos egípcios ou dos assírio-babilónicos, o testemunho de um núcleo vital que deixou de existir, mas que sobrevive nos seus textos, salvos da fúria das águas, da corrosão do tempo. Essas frases são o fundamento da nossa unidade familiar, que subsistirá enquanto estivermos no mundo, recriando-se e ressuscitando nos pontos mais diversos da terra, quando um de nós disser "Ilustre signor Lipmann", e ressoar então nos nossos ouvidos a voz impaciente do meu pai: - Deixa lá essa história! Quantas vezes não a ouvi já!”
O pai (que urra constantemente) e mãe são personagens magníficos. Cheios de contradições e defeitos – tão grandes como o amor da sua filha mais nova, a que “dá pouco troco”.
"Lugares, factos e pessoas são, neste livro, reais. Não inventei nada, (...)" adverte a autora. E de facto, este livro foi cerzido com um detalhe, às vezes tão inverosímil, que dificilmente poderia ser inventado; não há um pingo de ficção, mas lê-se
como um romance. É a memória que talha a narrativa. Neste caso, e talvez na ficção em geral. Mesmo quando inventamos uma história, é como se a recordássemos, para lhe dar forma. O fio memória é neste caso o Léxico Familiar:
“Somos cinco irmãos. Vivemos em cidades diferentes, alguns de nós no estrangeiro, e não nos escrevemos muitas vezes. Quando nos encontramos, podemos ser, uns para os outros, indiferentes ou distraídos. Mas basta, entre nós, uma palavra. Basta uma palavra, uma frase: uma dessas frases antigas, ouvidas e repetidas infinitas vezes no tempo da nossa infância. Basta dizermos: "Não viemos a Bergamo para passear" ou "a que é que fede o ácido sulfídrico", para redescobrirmos no mesmo instante as nossas relações de outrora, e a nossa infância e a nossa juventude, indissoluvelmente ligadas a essas frases, a essas palavras. Uma dessas frases ou palavras faria que nos reconhecêssemos mutuamente, como os irmãos que somos, na escuridão de uma gruta, entre milhões de pessoas. Essas frases são o nosso latim, o vocabulário dos nossos dias idos, são, como os hieróglifos dos egípcios ou dos assírio-babilónicos, o testemunho de um núcleo vital que deixou de existir, mas que sobrevive nos seus textos, salvos da fúria das águas, da corrosão do tempo. Essas frases são o fundamento da nossa unidade familiar, que subsistirá enquanto estivermos no mundo, recriando-se e ressuscitando nos pontos mais diversos da terra, quando um de nós disser "Ilustre signor Lipmann", e ressoar então nos nossos ouvidos a voz impaciente do meu pai: - Deixa lá essa história! Quantas vezes não a ouvi já!”
O pai (que urra constantemente) e mãe são personagens magníficos. Cheios de contradições e defeitos – tão grandes como o amor da sua filha mais nova, a que “dá pouco troco”.