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Essa resenha vai começar de um jeito diferente. Normalmente eu coloco três tópicos, mas eu não tenho sequer como preenchê-los dessa vez. Esse livro é único, e merece uma resenha única.
Eu nem sei de onde começar. Bem, esse livro é o significado absoluto de Naturalismo. Todas as características são claríssimas, e é algo muito impressionante e chocante. Como esse livro foi publicado em 1890? De verdade! Ele é pesado até os dias atuais, imagine para o século XIX! Estupro lésbico, racismo, hipocrisia, uso de pessoas, prostituição, traição... A lista é enorme. Cada item mais chocante do que o outro. E exatamente por causa disso eu não sei se gostei ou não do livro. Nunca tinha sentido algo assim, porque eu gostei, mas, ao mesmo tempo, odiei. Tipo, quê?!
Não tenho um personagem e muito menos uma citação favoritos. Todos te dão uma repulsa, não dá para falar que há um personagem bonitinho que merece todo seu amor. Não. Não tem isso. Nem uma citação. São pesadas, você não sabe o que pensar. São o extremo do animalismo, e eu ainda gosto de pesar que sabemos o que fazemos.
Mas a questão é: que final foi esse?! Gente, chocada em todos os sentidos. A história em si já tem tantas reviravoltas, e o final conseguir ter mais. A Pombinha foi a que mais me surpreendeu, não pensava que uma garota calma e recatada iria se tornar uma prostituta de luxo. A vida da voltas, não é mesmo? Eu odiei o Jerônimo e a Rita Baiana, achei muita sacanagem o que eles fizeram com a Piedade. Está tudo errado nesse livro.
Moral da história: Aluísio Azevedo me traz admiração e medo ao mesmo tempo. E repulsa. É, definitivamente repulsa.