Take a photo of a barcode or cover
119 reviews for:
Madness and Civilization: A History of Insanity in the Age of Reason
Michel Foucault
119 reviews for:
Madness and Civilization: A History of Insanity in the Age of Reason
Michel Foucault
adriannagrezak's review against another edition
3.0
I have mixed feelings. On one hand I found it a bit frustrating to read. On the other when I got into it, I got into it. I don't find anything too mind blowing but I understand the cult behind Foucault. I find it very frustrating if I need to supplement a book with outside sources like class lecture, and this book falls into that category.
nzagalo's review against another edition
5.0
“Madness and Civilization: A History of Insanity in the Age of Reason” é a tradução inglesa do primeiro livro de Michel Foucault, uma tese publicada no meio académico como “Folie et déraison: Histoire de la folie à l’âge Classique” (1961), revista em 1972 e publicada como “Histoire de la folie à l’âge Classique”, mas que teve na sua génese um primeiro trabalho de Foucault “Maladie mentale et personnalité” (1954), quase desaparecido, mas republicado novamente em 1962 como “Maladie mentale et psychologie”. Esta obra origina nos anos iniciais de Foucault, início dos anos 1950, em que dava aulas de psicologia na Universidade de Lille, e simultaneamente realizava pesquisa no hospital psiquiátrico, de Sainte-Anne em Paris, focado na relação médico-paciente. O livro de 1954 acaba surgindo como um conjunto inicial de escritos sobre conceitos e definições, sem grande método, uma espécie de tese de mestrado, tanto que Foucault procurou que não fosse republicado. A versão, de 1961, designad como “Folie et déraison”, resultado da sua tese de doutoramento, é aquel que foi traduzida como “Madness and Civilization”, e marca assim o primeiro livro do autor.
[Ler com imagens e links no Virtual Illusion: https://virtual-illusion.blogspot.com/2020/10/da-loucura-psicologia.html]
Em “Madness and Civilization” Foucault inicia a criação da sua abordagem metodológica ao conhecimento, por via da fusão histórico-sociológica. Assim, ao longo deste livro Foucault debruça-se sobre o desenvolvimento da loucura e do lugar do louco na sociedade europeia desde a idade média, no século XIII até ao século XIX. Para o efeito divide 6 séculos em 4 grandes vagas que traça em função das relações conceptuais atribuídas à loucura.
[Ler com imagens e links no Virtual Illusion: https://virtual-illusion.blogspot.com/2020/10/da-loucura-psicologia.html]
"Navios dos Loucos" (1516) de Hieronymus Bosch é um recorte da aba esquerda do Tríptico do Vagabundo, e pode ser visto no Museu do Louvre.
Assim temos uma primeira, de afastamento e desterro, com as pessoas que sofriam de doença mental a serem retiradas de circulação por via dos chamados “Stultifera Navis” (navios de loucos); uma segunda de proximidade com a doença, a lepra, em que os lugares que serviram o distanciamento dos doentes contagiosos, finda a peste passariam a ser utilizados para receber os loucos, adicionando o estigma do contágio; numa terceira fase, as casas de acolhimento hospital passam a receber não só os loucos mas também criminosos, como indesejados pelas famílias ricas, entre outros, acrescentando o estigma da criminalidade; e uma última de relação com a inutilidade, porque após a terceira fase, os criminosos eram colocados a trabalhar nas cidades gerando rendimento, mas os loucos, por não se conseguirem adequar à realização de tarefas, não geravam rendimentos e por isso eram atirados para colabouços sem quaisquer condições. Só a partir do século XVIII, diz Foucault, é que finalmente se começa a reconhecer a loucura e a depressão como doenças, e se encetam um conjunto de reformas por forma a começar a tratar as pessoas enquanto doentes, e não como estorvo ou alheio à sociedade.
[Ler com imagens e links no Virtual Illusion: https://virtual-illusion.blogspot.com/2020/10/da-loucura-psicologia.html]
"Casa de Loucos" (1819) de Francisco de Goya
Traçada esta evolução, para Foucault resulta claro que é a necessidade de começar a compreender a doença mental que vai permitir ou exigir o surgimento da psiquiatria e da psicologia.
Apesar de ser um livro excecional, considero-o menos conseguido que "Vigiar e Punir" (1975), o que não surpreende, já que distam quase 15 anos um do outro. Foucault evoluiu e aprimorou o seu modo de trabalhar, e constrói leituras bastante mais instigantes a partir dos quadros históricos que vai apresentando. Ainda assim, este é um livro seminal para quem quer que se interesse pela psicologia, ou pela doença mental.
Publicado no Virtual Illusion: https://virtual-illusion.blogspot.com/2020/10/da-loucura-psicologia.html]
[Ler com imagens e links no Virtual Illusion: https://virtual-illusion.blogspot.com/2020/10/da-loucura-psicologia.html]
Em “Madness and Civilization” Foucault inicia a criação da sua abordagem metodológica ao conhecimento, por via da fusão histórico-sociológica. Assim, ao longo deste livro Foucault debruça-se sobre o desenvolvimento da loucura e do lugar do louco na sociedade europeia desde a idade média, no século XIII até ao século XIX. Para o efeito divide 6 séculos em 4 grandes vagas que traça em função das relações conceptuais atribuídas à loucura.
[Ler com imagens e links no Virtual Illusion: https://virtual-illusion.blogspot.com/2020/10/da-loucura-psicologia.html]
"Navios dos Loucos" (1516) de Hieronymus Bosch é um recorte da aba esquerda do Tríptico do Vagabundo, e pode ser visto no Museu do Louvre.
Assim temos uma primeira, de afastamento e desterro, com as pessoas que sofriam de doença mental a serem retiradas de circulação por via dos chamados “Stultifera Navis” (navios de loucos); uma segunda de proximidade com a doença, a lepra, em que os lugares que serviram o distanciamento dos doentes contagiosos, finda a peste passariam a ser utilizados para receber os loucos, adicionando o estigma do contágio; numa terceira fase, as casas de acolhimento hospital passam a receber não só os loucos mas também criminosos, como indesejados pelas famílias ricas, entre outros, acrescentando o estigma da criminalidade; e uma última de relação com a inutilidade, porque após a terceira fase, os criminosos eram colocados a trabalhar nas cidades gerando rendimento, mas os loucos, por não se conseguirem adequar à realização de tarefas, não geravam rendimentos e por isso eram atirados para colabouços sem quaisquer condições. Só a partir do século XVIII, diz Foucault, é que finalmente se começa a reconhecer a loucura e a depressão como doenças, e se encetam um conjunto de reformas por forma a começar a tratar as pessoas enquanto doentes, e não como estorvo ou alheio à sociedade.
[Ler com imagens e links no Virtual Illusion: https://virtual-illusion.blogspot.com/2020/10/da-loucura-psicologia.html]
"Casa de Loucos" (1819) de Francisco de Goya
Traçada esta evolução, para Foucault resulta claro que é a necessidade de começar a compreender a doença mental que vai permitir ou exigir o surgimento da psiquiatria e da psicologia.
Apesar de ser um livro excecional, considero-o menos conseguido que "Vigiar e Punir" (1975), o que não surpreende, já que distam quase 15 anos um do outro. Foucault evoluiu e aprimorou o seu modo de trabalhar, e constrói leituras bastante mais instigantes a partir dos quadros históricos que vai apresentando. Ainda assim, este é um livro seminal para quem quer que se interesse pela psicologia, ou pela doença mental.
Publicado no Virtual Illusion: https://virtual-illusion.blogspot.com/2020/10/da-loucura-psicologia.html]
lottie1803's review against another edition
challenging
dark
informative
reflective
tense
medium-paced
4.0
anapau24601's review against another edition
3.0
A veces no te entiendo ni madres Foucault but its okay
smithmick14's review against another edition
It is nearly impossible to discuss madness historically without also describing the history of both art and power structures in western culture. Luckily Foucault has a perfect grasp on that tripartite entity being battened in a gale of an age of brutal reason.
In a society that creates otherhood so viciously, who gets to decide what otherness means is a very important question. Not only does this book pay appropriate homage to the likes of Bosch’s Ship of Fools and Extraction of the Stone of Madness, but it works its way through the history of capitalist expansion into mental territories to arrive at the institutionalized reality of madness in Foucault’s day. He considers no source too odd or unscientific to be beneath his consideration. Shamanistic rites are considered along with psychoanalyses to paint a full picture of our understanding of madness. The whole picture is necessary for us to truly learn what care means as we consider the question in our own day.
In a time where many are calling for the reinstitutionalization of the mentally ill, books like this are critical to raise appropriate questions around madness as well as our ability/inability to describe what that even means. When we barter in the happiness and lives of individuals we owe it to them to contextualize our search for answers to their predicaments into the historical web that precious answers to those questions have weaved.
Next time the language of insanity is used demagogically, we also owe it to ourselves to try to understand who their categorization of madness benefits.
In a society that creates otherhood so viciously, who gets to decide what otherness means is a very important question. Not only does this book pay appropriate homage to the likes of Bosch’s Ship of Fools and Extraction of the Stone of Madness, but it works its way through the history of capitalist expansion into mental territories to arrive at the institutionalized reality of madness in Foucault’s day. He considers no source too odd or unscientific to be beneath his consideration. Shamanistic rites are considered along with psychoanalyses to paint a full picture of our understanding of madness. The whole picture is necessary for us to truly learn what care means as we consider the question in our own day.
In a time where many are calling for the reinstitutionalization of the mentally ill, books like this are critical to raise appropriate questions around madness as well as our ability/inability to describe what that even means. When we barter in the happiness and lives of individuals we owe it to them to contextualize our search for answers to their predicaments into the historical web that precious answers to those questions have weaved.
Next time the language of insanity is used demagogically, we also owe it to ourselves to try to understand who their categorization of madness benefits.
indreamsbeginresponsibilities's review against another edition
4.25
Outro is hilarious. Redescription of Tuke and Pinel is incredible. Prologue is wonderful.