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Nanozine 7 by Marcelina Gama Leandro

imakandiway's review

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2.0

“O Solucionador” por Telmo Marçal. O delicioso timbre tuga da linguagem e da ambientação fá-lo-iam um candidato perfeito à revista “Lusitânia”. O conteúdo da história em si é competente e entretém, sendo os únicos grandes no-no os à partes e as introduções tardias sobre as personagens, que pouco mais fizeram que encher chouriços. 3,5 Estrelas

“Carrosséis” por Marcelina Leandro. A linguagem é um pouco mais redundante do que o habitual na autora, mas o conteúdo é interessante. Tal como as esculturas de “Stoneheart” de Charlie Fletcher, o carrossel está preso à natureza impressa na sua criação, precisando de alimentá-la. 3 Estrelas

“O Desenho” por Rui Tinoco. O tamanho de um conto nada tem a ver com o seu valor, mas neste caso os poucos segundos necessários para ler esta tosca tentativa de humor foram um completo desperdício. 1 Estrela

“O Saltador” por Joel Puga. Curto, simples, eficaz e um pouco triste, ao mostrar-nos a tecnologia forçar a evolução de um desporto ao ponto dos atletas serem apenas secundários. 3 Estrelas

"A Última Viagem do Sud Expresso" por Carlos Silva. Se na 1ª metade do conto só achei que a narrativa não fazia justiça ao protagonista, na 2ª (entre marés com horas certas e imutáveis e uma adolescente irritante) fiquei com vontade de bater no escritor. 2 Estrelas

"Destilação" por Olinda Gil podia chamar-se simplesmente "Divagações". Acabei a leitura sem nada que valesse a pena levar. 2 Estrelas

"A Sopa" por Joel G. Gomes. Um conto interessante que teria beneficiado de menos floreados e desperdícios. 3 Estrelas

“O Livro das Horas” por Célia Loureiro. Mais parece o esquema de um livro, com algum potencial, do que um conto. Ritmo narrativo muito desequilibrado. 2 Estrelas

“O Fruto Proibido” por Pedro Cipriano. Não será dos contos mais originais, nem mais entusiasmantes que o autor já nos apresentou dentro deste universo, mas pelo menos tem uma execução competente e não perde tempo com palha. 2,7 Estrelas

anobrega85's review

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2.0

Confesso não ser um leitor habitual de revistas, impressas ou electrónicas, mas tive oportunidade de ler algumas recentemente, uma delas a Nanozine nº 6, dedicada ao Steampunk e à venda na EuroSteamCon 2012 - Porto. Como gostei da experiência decidi, mal soube da disponibilidade do número seguinte, começar a ler de imediato. No entanto esta Nanozine nº 7 fica aquém das expectativas que criei com o número anterior. Desta feita o objectivo editorial temático na escolha dos contos parece ter sido a presença de elementos do horror, o que para mim não seria de todo um problema. Na minha opinião, o que mais prejudica a leitura deste número é a assimetria da qualidade dos contos.
Das várias submissões incluídas, gostei de ler O Solucionador de Telmo Marçal, A Última Viagem do Sud Expresso de Carlos Silva, O Livro das Horas de Célia Loureiro e O Fruto Proibido de Pedro Cipriano. São contos bem escritos, com temas interessantes sem no entanto encher realmente as medidas, seja pela abordagem relativamente simplista dos temas seja pela superficialidade do enredo. Destes destaco O Fruto Proibido, talvez aquele cuja resolução foi mais bem conseguida, com a referência à imagem bíblica da busca pelo conhecimento contra os avisos ou ordens de poderes superiores aplicada a um cenário pós-apocalíptico. Quero também deixar aqui uma nota positiva sobre O Desenho de Rui Tinoco, que me fez mandar uma gargalhada inesperada.
Pela negativa, não posso deixar de me questionar sobre a inclusão do conto Carrosséis de Marcelina Leandro. Não só a temática me parece mal explorada como o texto em si está mal escrito, com frases confusas e ideias misturadas que dificultam a leitura e impedem a imersão na história que, de outra forma, poderia ser de todas a mais aterradora. Já li melhor desta autora, nomeadamente na Lusitânia. A leitura de Destilação de Olinda Gil, embora melhor, foi de certa forma banal e inconsequente, sem nenhum detalhe que o salve do esquecimento quase imediato.
Restam O Salteador de Joel Puga e A Sopa de Joel G. Gomes, nem especialmente bons nem maus, trazem ideias que, trabalhadas de outra forma, poderiam tornar-se bastante interessantes.
A revista termina com duas entrevistas, das quais destaco a primeira. Muito embora desconhecesse a autora Carla M. Soares e o seu livro Alma Rebelde se integre numa temática que não me desperta curiosidade, gostei bastante de ler a conversa.

Esta opinião foi publicada originalmente no meu blog.
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