Reviews

Caim by José Saramago

chaoticmissadventures's review against another edition

Go to review page

4.0

A satire that follows Cain after his fall from grace. I think it is helpful to know the old testament to understand the story here and see the critique he is making, but if you are just looking for a romp through that time this is also a good one for that. Cain is an interesting character to follow and the book is darkly humourous and thought provoking 
The book reminds me a bit (but with a different sort of humor) of Christopher Moore's Lamb.  Where there is a constant questioning of god, and how much power they have, and why are people worshiping him.
I really liked how Cain travled throughout this book, walking (or riding a donkey) from one bible story to the next and looking at each from a wide angle. I thought it was original and well done. 

kayla_wikaryasz's review against another edition

Go to review page

challenging dark reflective sad tense fast-paced
  • Plot- or character-driven? Character
  • Strong character development? It's complicated
  • Loveable characters? It's complicated
  • Diverse cast of characters? It's complicated
  • Flaws of characters a main focus? Yes

4.0

faintgirl's review against another edition

Go to review page

4.0

After loving Blindness and The Double, and really never getting into the History of the Siege of Lisbon, it was with some trepidation that I picked up Cain, another novel where Saramago rewrites "history," this time through the eyes of Cain, son of Adam and Eve. He trips through biblical time, observing pivotal Old Testament moments and chatting to the Lord about his decisions and successes. It's way way more readable than the History of the Siege, and although it seems that this novel might stem from a point of real bitterness with the church, it never really reads as anything other than playful. Cain asks the kind of questions that your average six year old might ask on their introduction to the fire and brimstone of the old testament, and it's all pretty light hearted and occasionally laugh out loud funny.

It's no page turning, un-put-downable read, but it's a lively way to end Saramago's Canon.

from_paradise's review against another edition

Go to review page

reflective tense medium-paced
  • Plot- or character-driven? N/A
  • Strong character development? N/A
  • Loveable characters? No
  • Diverse cast of characters? N/A
  • Flaws of characters a main focus? Yes

4.25

rulychdw's review against another edition

Go to review page

challenging funny reflective tense fast-paced
  • Plot- or character-driven? Character
  • Strong character development? No
  • Loveable characters? No
  • Diverse cast of characters? Yes
  • Flaws of characters a main focus? Yes

4.5

katya_m's review

Go to review page

"...almocreves somos e pela estrada andamos. Todos, tanto os sábios como os ignorantes."
50

O deus do Antigo Testamento tem muito em comum com os velhos Titãs gregos (e decerto muito em comum com tantas outras figuras mitológicas egípcias, babilónicas etc): representa as forças telúricas e disruptivas, a génese criadora de tudo o que existe, o poder soberano e incontestável...
O sacrifício de Isaac, a extinção de Sodoma, a Arca de Noé, nenhum destes episódios é uma criação da religião cristã - são mitos adaptados de um corpus tão antigo quanto a humanidade, e que podem ser apontados praticamente um a um paralelamente aos mitos cósmicos gregos (cosmogonia; antropogonia; mitos diluvianos/redenção; mitos escatológicos....).
E este deus que tudo pode, ninguém disse que era um deus pacífico e bom - não falamos da trindade, mas somente de deus pai. A forma como exerce a sua autoridade é perfeitamente contestável e é isso que Saramago ousa. Por isso, os desafios de Caim e os seus embates teológicos são as inúmeras questões que a humanidade se coloca, mais ou menos, desde que forçada a crer numa divindade omnipotente e dotada de uma lógica extraterrestre.

"O leitor leu bem, o senhor ordenou a abraão que lhe sacrificasse o próprio filho, com a maior simplicidade o fez, como quem pede um copo de água quando tem sede, o que significa que era costume seu, e muito arraigado. O lógico, o natural, o simplesmente humano seria que abraão tivesse mandado o senhor à merda, mas não foi assim. (...)
E que senhor é esse que ordena a um pai que mate o seu próprio filho. É o senhor que temos, o senhor dos nossos antepassados, o senhor que já cá estava quando nascemos, E se esse senhor tivesse um filho, também o mandaria matar, perguntou isaac, O futuro o dirá, Então o senhor é capaz de tudo, do bom, do mau e do pior, Assim é."
82-85

Saramago não tem papas na língua (como se já não o soubéssemos todos) e não deixa nada por dizer. Por isso faz de Caim o representante do homem clarividente, do homem rebelde, contra sistema, elucidado e destemido que não se detém nem face à maior figura de autoridade jamais criada.
Mas Caim, apesar de se rebelar perante a autoridade divina, será ainda assim vítima do destino como todos nós, tornando-o igualmente faltoso, frágil e por isso mesmo tanto mais humano.

"Ao contrário do que costuma dizer-se, o futuro já está escrito, o que nós não sabemos é ler-lhe a página, disse caim enquanto perguntava a si mesmo aonde teria ido buscar a revolucionária ideia."
135

E portanto, Saramago coloca Caim, fratricida, condenado a errar pelos tempos, mas fora da autoridade de deus, a reviver e recriar vários episódios bíblicos que poderiam muito bem ter acontecido assim se fosse Saramago a narrar a bíblia. E porque não? Alguém teve de o fazer.

Depois, Saramago tem ainda a capacidade de suspender e subverter o tempo da narrativa, eliminar as fronteiras do espaço e oferecer palavras que nos mostram que o narrador (neste caso próximo do autor e de Saramago, mas não necessariamente ele) por ateu não tem forçosamente de ser
irreligioso.

"A história dos homens é a história dos seus desentendimentos com deus, nem ele nos entende a nós, nem nós o entendemos a ele."
91

O narrador, como Caim, profundamente magoado com o deus dos primórdios dos tempos rebela-se, claro, mas devolve-nos as suas razões - nada fica por dizer ou justificar durante a narrativa. O resto é hipertexto e é perigoso.

"...se o senhor não se fia das pessoas que crêem nele, então não vejo por que tenham essas pessoas de fiar-se do senhor."
142

Saramago será, à sua época (que é a nossa), das pessoas com maiores conhecimentos e melhor domínio de textos de fé, e das personagens mais curiosas e polémicas do nosso mini território, mas aquilo a que Saramago se opunha verdadeiramente, de forma tão contrária ao que mais se ouve, não é à forma espiritual da religião, mas ao espetáculo da religião, ao culto irracional (haverá outro?), à Igreja enquanto Instituição e aos domínios de poder que exerce.

"...para fazer um ateu como eu, é necessário um altíssimo grau de religiosidade ."
(Saramago e José Tolentino Mendonça, Arquivo Expresso, 29 outubro 2009)

Posto isto, e como já o disse, a bíblia tem inúmeros paralelos com a literatura que se fez antes e a que se fará futuramente, e Saramago é um crítico dessa literatura. Não vale a pena extrapolar.

"Como tudo, as palavras têm os seus quês, os seus comos e os seus porquês. Algumas, solenes, interpelam-nos com ar pomposo, dando-se importância, como se estivessem destinadas a grandes coisas, e, vai-se ver, não eram mais que uma brisa leve que não conseguiria mover uma vela de moinho, outras, das comuns, das habituais, das de todos os dias, viriam a ter, afinal, consequências que ninguém se atreveria a prever, não tinham nascido para isso, e contudo abalaram o mundo."
55

Levei muitos anos até me render finalmente a Saramago: o seu romantismo, a complexidade do seu pensamento, e, sim, aquilo a que chamam estilo - e que eu chamo um redondo descaramento e uma forma engenhosa de transformar fraquezas em qualidades - dificultou muito a relação autor/leitor, mas Caim redimiu por completo todas as anteriores tentativas falhadas. Leva as 5 estrelas que eu já não dou.

"A história acabou, não haverá nada mais que contar."
181

bugieeeee's review against another edition

Go to review page

  • Plot- or character-driven? Character
  • Loveable characters? No
  • Flaws of characters a main focus? Yes

2.75

beanhasreadbooks's review against another edition

Go to review page

5.0

my little baby

mrs_schwarz's review against another edition

Go to review page

3.0

Për stilin dhe ironinë meriton shumë. Për trajtimin e temës ka shumë vend për diskutim. Personalisht, mendoj se jo veç për çështjen e Zotit, por për edhe çdo gjë tjetër duhet të tregohemi dyshues. Nuk mund të merret asgjë për e mirëqenë dhe shumë pyetje nuk mund t'i kalojmë me 'Ashtu desh Zoti'.
Unë mendoj se jemi produkte të një krijuesi shumë më të madh se ne, qoftë ky Zot, Perëndi, Allah, Natyrë, Big Bang apo ku di unë. Nëse jemi krijesa të versionit të Zotit që trajton Saramago, duhet të jemi të vetëdijshëm se jemi një rresht i humbur në katalogun e krijimeve të tjera. Ai krijoi njeriun, ashtu siç krijoi yjet dhe pleshtat, dhe nuk mund të tregohemi egoistë e të pretendojmë (siç bën Saramago) që e gjithë koha e tij menaxhuese-rregulluese-mbarëvajtëse të shkojë për të ndarë dy fëmijë që grinden në rrugë ose të ndalojë vëllavrasjen për dy thupra gardhi. Nëse kemi kaq vite me luftëra 'në emër të Zotit' dhe sipas Saramagos "Zoti është i keq meqë i lejon" , po sikur të mendonim edhe se mbase mbase ky Zot po vendos rregull te një X vrimë e zezë që mund të shfaroste çdo lloj ekzistence tjetër? Sigurisht Saramago do thoshte 'Zoti nëse do ishte i mirë nuk do kishte krijuar as vrimën e zezë e as luftën', dhe këtu duhet të kuptojmë që shpesh disa gjëra dalin jashtë kontrollit dhe na mbetet veç të përpiqemi t'i ndreqim.
'Kaini' shërben si një shtysë shumë e mirë për të ngritur disa pyetje mbi gjëra që i kemi marrë të mirëqena, për të ndezur një dritë që ngadalë mund të hapi sytë e besimtarëve të verbër, por nuk duhet marrë fjalë për fjalë për të njejtën arsye të përmendur më sipër.
Long story short, besoni por besoni me mend në kokë, dhe nëse nuk besoni mos u tregoni harbutë me ata që zgjedhin të besojnë. Peaceeee ✌🏻

sidharthvardhan's review

Go to review page

2.0

“The history of mankind is the history of our misunderstandings with god, for he doesn't understand us, and we don't understand him.”

The God of the Old Testament is such a barbarous, jealous and inconsistent character, that an atheist arguer need only quote the sentences to make his point. I think that is why even an author like Saramago couldn't bring anything new to the table. In fact, he didn't even try as much - it was really short and limited to very few stories. There is his usual wit, the satirical tone and some liberties from original text but even with all that he didn't left any kind of lasting impression. Especially, with an immortal character in his hand he could have done a lot - like The man from Earth did. It might be that I had too high expectations - I normally like the rebellious stuff.