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3.98 AVERAGE
3.98 AVERAGE
Ainda estamos presos na oposição puta X mãe à essa altura do campeonato, gente?
emotional
hopeful
inspiring
mysterious
medium-paced
Plot or Character Driven:
A mix
Strong character development:
Yes
Loveable characters:
Yes
Diverse cast of characters:
Yes
Flaws of characters a main focus:
Yes
dark
emotional
sad
fast-paced
Plot or Character Driven:
Character
Strong character development:
Yes
Loveable characters:
No
Diverse cast of characters:
No
Flaws of characters a main focus:
Yes
3.5
Achei mais interessante ler as reviews de Tudo é Rio que o próprio livro. Isso não é uma crítica, o livro é interessante, com uma poética brutal, um ritmo rápido e envolvente, talvez o melhor em questão de ritmo que eu tenha lido em muito tempo, com um plano eficiente para contar sua história sem abrir mão de emoção. A linguagem de Carla pesa um pouco pro exagerado, mas nunca me cansou. Muitas críticas falam do tom "frases prontas de instagram", compreensível, mas esse não é o ponto divertido das opiniões alheias.
O ponto divertido é que todos completamente odeiam os personagens, seus atos e o desfecho da história, e essa ausência de moralidade faz com que tenha a maior densidade de 1* aqui no goodreads que eu vi em muito muito tempo. Essa não é uma opinião errada, há atos horrendos, Venâncio é uma criatura desprezível, Lucy é sim uma vítima tentando constantemente reforçar para si mesma que vender seu corpo é empoderador, com uma enorme gama de complicações psicológicas que ficam implícitas na narrativa. A maioria dos personagens são péssimas pessoas, e recebem um final relativamente feliz que definitivamente não merecem. Mas e daí? A imoralidade dos personagens torna um livro ruim? O final não carregar justiça divina é um erro narrativo?
Obviamente não. Há obviamente uma moral estranha presente no livro, um paradigma do perdão purificador cristão que eu definitivamente não concordo, mas que existe. E que é retratado em toda sua dolorosa deturpação, subjugando personagens a um destino terrível que a justificado sob a desculpa do amor e do perdão. Você pode ler como se a autora estivesse defendendo tal atitude, e dar 1* pro livro, ou você podia, não sei, tomar as próprias conclusões. Ler e entender que aquilo infelizmente existe, que a dor é real, que nem todos personagens vão ser exemplos perfeitos de moralidade tomando decisões certas.
O final é revoltante, sim. Dá raiva. Raiva é uma emoção, e um livro que te faz sentir algo já não é uma obra insignificante.
Super compreendo quem não gostou do estilo da prosa. Quem acha que o ritmo é acelerado demais. Quem sente que alguns personagens aparecem do nada e são superficialmente construídos. Quem gostaria de um aprofundamento maior nesta ou naquela parte do livro. Mas quem acha que os personagens são exemplos amorais que não devem ser retratados? Aí eu traço a linha. A arte não se contém na moralidade, a arte pode jogar luz em algo repugnante, descrever com a maior sinceridade neutra possível, e deixar para o autor o trabalho de julgar aquilo. As vezes eu prefiro tal distanciamento ético que obras extremamente didáticas como, por exemplo, meu saco de pancadas preferido, Babel, de R.F. Kuang. Rebecca tem uma tese de que colonialismo ruim que marca bem no decorrer de todo livro. Tese correta, texto insuportável. Carla Madeira aqui mostra um personagem que é um monstro, mas o trata como pessoa, pois ele é ambos. E isso ofende, machuca, vai contra a moral.
Tudo é Rio denuncia muitas coisas implicitamente, e faz isso bem em uma história que flui rapidamente, vidas unidas em uma correnteza que tudo leva, um rio que arrasta aqueles pelos quais vai passando, inescapável e imparável. O final é revoltante. Alguns atos são injustificáveis. Personagens erram, e insistem no erro. E tudo bem. É tudo rio. O julgamento que fique para o leitor, mas o julgar dos personagens não é o julgar do livro.
E o livro é bom.
Achei mais interessante ler as reviews de Tudo é Rio que o próprio livro. Isso não é uma crítica, o livro é interessante, com uma poética brutal, um ritmo rápido e envolvente, talvez o melhor em questão de ritmo que eu tenha lido em muito tempo, com um plano eficiente para contar sua história sem abrir mão de emoção. A linguagem de Carla pesa um pouco pro exagerado, mas nunca me cansou. Muitas críticas falam do tom "frases prontas de instagram", compreensível, mas esse não é o ponto divertido das opiniões alheias.
O ponto divertido é que todos completamente odeiam os personagens, seus atos e o desfecho da história, e essa ausência de moralidade faz com que tenha a maior densidade de 1* aqui no goodreads que eu vi em muito muito tempo. Essa não é uma opinião errada, há atos horrendos, Venâncio é uma criatura desprezível, Lucy é sim uma vítima tentando constantemente reforçar para si mesma que vender seu corpo é empoderador, com uma enorme gama de complicações psicológicas que ficam implícitas na narrativa. A maioria dos personagens são péssimas pessoas, e recebem um final relativamente feliz que definitivamente não merecem. Mas e daí? A imoralidade dos personagens torna um livro ruim? O final não carregar justiça divina é um erro narrativo?
Obviamente não. Há obviamente uma moral estranha presente no livro, um paradigma do perdão purificador cristão que eu definitivamente não concordo, mas que existe. E que é retratado em toda sua dolorosa deturpação, subjugando personagens a um destino terrível que a justificado sob a desculpa do amor e do perdão. Você pode ler como se a autora estivesse defendendo tal atitude, e dar 1* pro livro, ou você podia, não sei, tomar as próprias conclusões. Ler e entender que aquilo infelizmente existe, que a dor é real, que nem todos personagens vão ser exemplos perfeitos de moralidade tomando decisões certas.
O final é revoltante, sim. Dá raiva. Raiva é uma emoção, e um livro que te faz sentir algo já não é uma obra insignificante.
Super compreendo quem não gostou do estilo da prosa. Quem acha que o ritmo é acelerado demais. Quem sente que alguns personagens aparecem do nada e são superficialmente construídos. Quem gostaria de um aprofundamento maior nesta ou naquela parte do livro. Mas quem acha que os personagens são exemplos amorais que não devem ser retratados? Aí eu traço a linha. A arte não se contém na moralidade, a arte pode jogar luz em algo repugnante, descrever com a maior sinceridade neutra possível, e deixar para o autor o trabalho de julgar aquilo. As vezes eu prefiro tal distanciamento ético que obras extremamente didáticas como, por exemplo, meu saco de pancadas preferido, Babel, de R.F. Kuang. Rebecca tem uma tese de que colonialismo ruim que marca bem no decorrer de todo livro. Tese correta, texto insuportável. Carla Madeira aqui mostra um personagem que é um monstro, mas o trata como pessoa, pois ele é ambos. E isso ofende, machuca, vai contra a moral.
Tudo é Rio denuncia muitas coisas implicitamente, e faz isso bem em uma história que flui rapidamente, vidas unidas em uma correnteza que tudo leva, um rio que arrasta aqueles pelos quais vai passando, inescapável e imparável. O final é revoltante. Alguns atos são injustificáveis. Personagens erram, e insistem no erro. E tudo bem. É tudo rio. O julgamento que fique para o leitor, mas o julgar dos personagens não é o julgar do livro.
E o livro é bom.
challenging
dark
emotional
reflective
sad
tense
fast-paced
Plot or Character Driven:
A mix
Strong character development:
Yes
Loveable characters:
Yes
Diverse cast of characters:
Yes
Flaws of characters a main focus:
Yes
Wowowowowwowow!!!!! Esse livro é poesia, amor, desamor, violencia, solidariedade. Um romance que engoli toda a dor que tem para engolir no mundo, deixa de ser romance. é a vida mesma. Com as metáforas das aguas, Carla Madeira convoca a leveza e o tumultuoso da vida cotidiana. As palavras da Carla são para todos, de todos. Me fizeram lembrar que a vida é dor e amor e tudo mais; que as pessoas somos complexas; que nem tudo tem resposta. Fico aquí, com as minhas aguas revoltas só de ler. Só de entender.
challenging
emotional
inspiring
reflective
slow-paced
Plot or Character Driven:
A mix
Strong character development:
Yes
Loveable characters:
Complicated
Diverse cast of characters:
Yes
Flaws of characters a main focus:
Yes
Uma escrita linda, poética, sobre um Brasil que existe e é pouco comentado. Apesar disso, final um pouco entediante.
emotional
reflective
sad
fast-paced
Plot or Character Driven:
Plot
Strong character development:
Complicated
Loveable characters:
Complicated
Diverse cast of characters:
N/A