Reviews

Trivial Quantities by Manu Larcenet

fantasma13's review against another edition

Go to review page

5.0

Genial!
"Tinha a esperança de que ai chegar o dia em que íamos ser respeitados."
Para quem trabalha dificilmente algum dia vai voltar a ter tanto respeito como ja teve, mas para a BD parece estar a existir um tempo com real respeito, e esta é uma obra que contribui muito para isso.
Entre o autobiografico e o interesse vai uma grande distancia, mas quando a história é algo que se aplica a nos e a nossa vida torna as coisas simples.
"A partir deste segundo o mundo é teu (...) agora desenrasca-te com ele"

acrisalves's review against another edition

Go to review page

5.0

Crítica original aos dois volumes com imagens no Rascunhos

Galardoado com o prémio Angoulême de melhor álbum de banda desenhada, O Combate Quotidiano foi lançado em dois volumes no mercado português pela editora A Seita. Trata-se de um lançamento muito esperado (e comentado) que não decepcionou!

Este não é um livro fácil para se falar. Não porque a linha narrativa seja difícil de perceber (muito pelo contrário), nem porque os temas sejam estranhos – mas porque toca em realidades sensíveis, usando um fotógrafo como personagem principal para falar de fobias (e problemas psicológicos), memórias e relacionamentos familiares.

Marco, o fotógrafo, é um jovem adulto complicado – sofre ataques de pânico e de ansiedade, tem dificuldades em assumir responsabilidades e é seguido por um psicólogo sem que este seguimento pareça surgir efeito. A origem destes problemas psicológicos não é clara – ainda que possa ter relacção com o seu papel como fotógrafo de guerra, existem detalhes nos relacionamentos que podem ser anteriores a essa experiência. Logo no início percebemos que o relacionamento com os pais é distante, e que terá sido este afastamento emocional que terá determinado o afastamento físico.

Os seus relacionamentos são raros. Por um lado vai-se comunicando com o irmão (também com problemas de maturidade), por outro, aproxima-se de um velhote curioso e distante. Mas a grande novidade é o interesse de uma rapariga. Marco não está, decididamente, pronto para assumir um relacionamento e prosseguir através do caminho expectável de um relacionamento amoroso – e qualquer referência a essa evolução vai facilitar o regresso da ansiedade. O fotógrafo tem, também, um grande problema em se relacionar com os que o rodeiam.

Esta componente da história, a de se referir a problemas psicológicos, é tratada de forma exemplar – sem romantizar a doença, mas também sem a problematizar em excesso, um verdadeiro combate quotidiano em que por vezes se melhora, por vezes se piora. E nem sempre se percebe os factores que levam às alterações.

Em relação aos relacionamentos, percebemos que existe um grande distanciamento com os progenitores, sobretudo com o pai. Esta figura distante e cada vez mais encolhida em si mesma, parece diminuir com o desaparecimento da sua antiga profissão – a mesma que teria justificado a existência de inúmeras famílias na localidade. Quando o estaleiro começa a fechar, Marco irá fotografá-lo como tentativa de se relacionar com o pai, mas também como forma de guardar a memória de uma família maior do que o núcleo familiar. Marca, assim, o fim de uma época.

Mas as fotografias são mais do que uma memória. Marco tem dificuldades em lidar com mudanças, sejam estas na sua vida ou na forma de estar dos que o rodeiam, e a forma como se dedica a fotografar o estaleiro quase parece uma tentativa de tentar manter algo que está a desaparecer, para a sua própria calma mental.

O Combate Quotidiano é, portanto uma leitura brutal. Diria mais, até – uma das melhores leituras publicadas em Portugal nos últimos tempos (largos meses). Apesar de se centrar sobretudo numa única personagem, consegue criar uma perspectiva única, mostrando como esta personagem, com os seus defeitos e virtudes, lida com a dificuldade em assumir as suas próprias particularidades. Demonstra, em suma, o longo caminho em tomar as decisões certas e em progedir naquilo que lhe é esperado.

carloseduardosilva's review against another edition

Go to review page

inspiring reflective medium-paced
  • Plot- or character-driven? Character
  • Strong character development? Yes
  • Loveable characters? N/A
  • Diverse cast of characters? No
  • Flaws of characters a main focus? Yes

4.5

sweets_reads's review against another edition

Go to review page

reflective sad slow-paced
  • Plot- or character-driven? Character
  • Strong character development? It's complicated
  • Loveable characters? It's complicated
  • Diverse cast of characters? Yes
  • Flaws of characters a main focus? Yes

3.0

dustyloup's review against another edition

Go to review page

5.0

This is rare, a book 2 better than the first volume! This story really got me thinking about people in our lives who change, having compassion for them because the world changed around them and it has taken everything precious away - a way of life for people who made a good living with a trade.

Of course some had white privilege or nationality privilege, but I think we should still have compassion for those who have to confront their privilege because their water has been changed from fresh to salty... Anyone would have a hard time breathing in those conditions. We feel compassion for animals who suffer from climate change, well people who lean towards fascism are part of climate change too. Their ice caps are melting.

(It's days later and I'm annoyed with the book for making me feel compassion for people who support the FN!)

I'm fascinated by the relationship with the neighbor, we didn't see much of him this volume but our hero is still processing why he can't forgive him for his past even though he's changed, yet he can forgive that childhood friend for changing in the other direction, from good guy to leaning fascist.

The story of his dad's Alzheimer's was touching but a little too brief, would've loved to go deeper into our hero's emotions about it...
More...