Take a photo of a barcode or cover
как-то все закончилось на много менее дряматично чем я ожидала)
Clearly a major inspiration for other Russian authors, I don't think much more is needed on the topic. The footnotes were helpful though at times the definitions seem arbitrarily chosen. I would have liked the early version of Part II to be included, at least to fill the lacunae in the text. Shame it was never finished.
Tchítchikov é o personagem principal dessa hilária aventura pela alma da Rússia do século XIX. Ele é um especulador que viaja pelo interior em busca de "almas mortas", ou seja, servos que faleceram mas que ainda não foram declarados como mortos no censo. Com jeitinho quase brasileiro, o estranho herói vai conquistando toda a cidade e conseguindo atingir seu objetivo de transferir para si mesmo o maior número de almas cujo falecimento ainda não foi declarado. Acredito que a descrição do próprio narrador sobre ele resume bem:
"Não escolhi um homem virtuoso para ser meu herói. E posso até dizer por que não escolhi. É porque já está na hora, afinal, de dar um descanso para o coitado do homem virtuoso; é porque não serve para nada balbuciar as palavras "homem virtuoso"; é porque transformaram o homem virtuoso num animal de carga, e não há escritor que não o tenha usado de montaria, fustigando-o com o chicote e com qualquer coisa que lhe cair na mão; é porque deixaram o homem virtuoso exaurido a tal ponto que agora não há nele nem sombra de virtude e, em lugar do corpo, restou só pele e osso; é porque o chamam de homem virtuoso com hipocrisia; é porque não respeitam o homem virtuoso. Não: está na hora, afinal, de atrelar também um canalha. Pois bem, vamos atrelar um canalha".
O romance (que Gógol chama de poema, pois em russo, poema se refere às obras longas de narração, enquanto a poesia lírica recebe o nome de versos) tem um dos melhores narradores que já encontrei na literatura. Onisciente (mas sem participar da história), perspicaz e crítico mordaz, o narrador nos leva em um passeio muitas vezes estranho à própria história principal, mas que acrescenta muito na qualidade do livro. Entre as principais intervenções posso citar, por exemplo, quando o narrador desvenda os "motivos ocultos" de um dos cavalos que puxa a caleche de Tchítchikov. Melhor não dizer mais nada. A veia cômica é um dos pontos que mais incentivam a leitura da obra até o final.
Gógol antecipa também a proliferação de fake news em quase duzentos anos nesse brilhante clássico da literatura russa. Talvez não seja o comentário esperado sobre um livro de 1842 escrito durante o período da Rússia Czarista, mas é a ideia que mais ficou rondando a minha cabeça no final da leitura. Depois de alguns acontecimentos, a cidade fica em polvorosa para descobrir o motivo pelo qual Tchítchikov quer comprar as tais "almas mortas". Daí pra frente é uma sucessão de fatos bizarros e engraçados que lembram, nas devidas proporções, a boataria digital no mundo contemporâneo. Claro que com uma carga literária muito mais interessante, pois é conduzida pela pena magistral do Gógol. Indico fortemente a leitura não só por ser uma das maiores obras literárias russas de todos os tempos, mas também por ser um dos clássicos mais divertidos que já li.
"Não escolhi um homem virtuoso para ser meu herói. E posso até dizer por que não escolhi. É porque já está na hora, afinal, de dar um descanso para o coitado do homem virtuoso; é porque não serve para nada balbuciar as palavras "homem virtuoso"; é porque transformaram o homem virtuoso num animal de carga, e não há escritor que não o tenha usado de montaria, fustigando-o com o chicote e com qualquer coisa que lhe cair na mão; é porque deixaram o homem virtuoso exaurido a tal ponto que agora não há nele nem sombra de virtude e, em lugar do corpo, restou só pele e osso; é porque o chamam de homem virtuoso com hipocrisia; é porque não respeitam o homem virtuoso. Não: está na hora, afinal, de atrelar também um canalha. Pois bem, vamos atrelar um canalha".
O romance (que Gógol chama de poema, pois em russo, poema se refere às obras longas de narração, enquanto a poesia lírica recebe o nome de versos) tem um dos melhores narradores que já encontrei na literatura. Onisciente (mas sem participar da história), perspicaz e crítico mordaz, o narrador nos leva em um passeio muitas vezes estranho à própria história principal, mas que acrescenta muito na qualidade do livro. Entre as principais intervenções posso citar, por exemplo, quando o narrador desvenda os "motivos ocultos" de um dos cavalos que puxa a caleche de Tchítchikov. Melhor não dizer mais nada. A veia cômica é um dos pontos que mais incentivam a leitura da obra até o final.
Gógol antecipa também a proliferação de fake news em quase duzentos anos nesse brilhante clássico da literatura russa. Talvez não seja o comentário esperado sobre um livro de 1842 escrito durante o período da Rússia Czarista, mas é a ideia que mais ficou rondando a minha cabeça no final da leitura. Depois de alguns acontecimentos, a cidade fica em polvorosa para descobrir o motivo pelo qual Tchítchikov quer comprar as tais "almas mortas". Daí pra frente é uma sucessão de fatos bizarros e engraçados que lembram, nas devidas proporções, a boataria digital no mundo contemporâneo. Claro que com uma carga literária muito mais interessante, pois é conduzida pela pena magistral do Gógol. Indico fortemente a leitura não só por ser uma das maiores obras literárias russas de todos os tempos, mas também por ser um dos clássicos mais divertidos que já li.
This novel/poem is hilarious. The first volume is the only part worth reading. It would be particularly fun to read aloud in a group setting. The authorial interjections were my favorite parts.
wonderful classic stories full of wit, intrigue, humor and horror
This book is beyond words. It made me laugh and it made me nod in approval. I got acquainted with characters so lively and real, and who can be still found out there in others, nearly 200 hundred years later. I wish SO MUCH he had had a chance to finish the other two volumes that he planned... But I guess it just wasn't meant to be.
Of all the unfinished works in world literature, Dead Souls might be the most tragic. This book is brimming with genuinely funny centuries-old humor, wildly evocative descriptive language and incredibly-written characters at each turn. You can really see the influence the blueprint for so many self-referential books in it (if on a winters night a traveller… came to mind for me). And yet, despite the fact that the narrator even name drops the two unfinished next parts in the text, Dead Souls does not feel incomplete, but works as a perfectly-contained novel itself. I don’t just strongly recommend but actually demand that you read the Guerney translation revised by Fusso. Gogol isn’t Chekhov or Tolstoy, he did not write prose that is easy to translate into English. So this translation has accomplished something really Herculean in bringing across so much culturally specific material in a way that English-language readers can really appreciate [or at least I assume as a non-Russian speaker :) ]
Thought-provoking, interesting, and amusing. I hate that the second book is lost forever, and almost wish I had ended it all after volume one instead of making my way through the scraps of volume 2.
So full of great character sketches and funny lines. One of the great con man novels.
adventurous
funny
lighthearted
fast-paced
Plot or Character Driven:
Character
Strong character development:
Yes
Loveable characters:
Yes
Diverse cast of characters:
No
Flaws of characters a main focus:
Yes