2.07k reviews for:

La Marque

Jacqueline Carey

4.01 AVERAGE


Previously read April 2012
Previously read October 2013

New review:
This never gets old. I still adore these books.

Old review:
I'm sick and miserable, and so have decided to go back and re-read some favourites.
adventurous dark emotional mysterious tense slow-paced
Plot or Character Driven: A mix
Strong character development: Yes
Loveable characters: Yes
Diverse cast of characters: Yes
Flaws of characters a main focus: Yes

For a first time debut, this novel is amazing. Explicit in some of the intimate scenes, I thought the idea of a masochist heroine to be intriguing and well thought out in Carey's conception. The rich world Carey builds around her story & characters adds the needed depth and her writing style lends a certain dignity to the tale (which could otherwise not be pulled off). Recommended to anyone who loves mysticsm, romance, adventure, sex, twisted machinations and bad guys you can't always categorize as the villian.
adventurous emotional inspiring mysterious tense slow-paced
Plot or Character Driven: A mix
Strong character development: Yes
Loveable characters: Complicated
Diverse cast of characters: Yes
Flaws of characters a main focus: Complicated

If their religion honors people in the sex trade as servants of god, then why is whore a perjorative in this world? Hmmm......

adventurous emotional inspiring mysterious medium-paced
Plot or Character Driven: A mix
Strong character development: Yes
Loveable characters: Yes
Diverse cast of characters: Yes
Flaws of characters a main focus: No
adventurous challenging dark mysterious tense medium-paced
Plot or Character Driven: A mix
Strong character development: Yes
Loveable characters: Complicated
Diverse cast of characters: Yes
Flaws of characters a main focus: Yes

So many characters. So much happening. Some challenging subject matter. A slump for me in the middle, where I was feeling beat down by the events of the story. And still, I was moved by this book. A grand adventure!

Kushiel’s Dart is a fascinating opening to the Kushiel’s Legacy series. An interesting narrative and distinct voice immersed me from the start. Many readers come with certain preconceptions and expectations when they hear about all the sex and the protagonist’s profession (courtesan). Kushiel’s Dart thrills the most when it defies these expectations. So, almost all the time.

The book follows the life of Phèdre nó Delaunay. Born with a scarlet mote in the eye (so-called Kushiel’s Dart), she lacks the pure physique expected from a religious courtesan. Or does she? It turns out this imperfection marks her out as a rare “anguissette” - a person capable of enjoying any form of sexual stimulation, including pain. A nobleman, Anafiel Delauney, recognizes her potential, buys her marque at age ten, and trains her as a courtesan and spy. She learns languages, politics, history, philosophy, and sexual skills. First in theory, and later in a kinky practice. I admit it's the first time I read the story told from point of view of an openly masochistic epic heroine :)

Even though the book contains explicit sex and the narrator is a courtesan, it’s important to note Phèdre has a choice and can choose her clients (consensuality is a sacred tenet in D'Angeline culture.) Of course, it’s more nuanced and layered - she does many things to help Anafiel Delauney gain knowledge, and we could spend hours here discussing the imbalance of power, but that would be pointless. Phèdre’s voice is strong from the start, and the cycle of tragedy, loss, and betrayal only strengthens it as the story progresses.

Kushiel Dart's plot contains many layers and strikes a perfect balance between political intrigue and Phedre’s deeply personal story. The book has many memorable characters, including the calculating and ruthless Melisande Shahrizai, whose intrigues and actions lead to Phedre being sold into slavery to the barbaric Skaldi. What happens next would spoil things for you, but it includes a conspiracy against Terre d’Ange.

A few words about the world-building - it’s spectacular! According to legend, Terre d’Ange was first settled by rebellious angels, including Naamah, the patroness of courtesans, whose profession has a religious layer. Carey builds her land’s history, mythology, and social structure with patience and subtle touch. Some readers will feel that it moves too slowly, but it’s always subjective. That said, bigger intrigue gains momentum after more or less 300 pages. There's very little magic, and what there is all comes from the religious mythos. But the story definitely has an epic scope and larger-than-life characters.

What sets the book apart from many others is Carey’s talent for characterization and her focus on intimate moments and relationships. It barely mentions some battles but shows others in vivid detail. I loved how nuanced the people and places are in this story. The antagonists are fascinating and the arch-villainess is irresistible.

The book’s journey is dark and emotionally complicated and made all the better by clever pacing and Phèdre’s growth as a character. It plays with the woman-as-victim trope and explores the nature of strength and weakness, will and desire, cruelty and compassion. And that's what makes it great.

A better game of thrones than the actual Game of Thrones.

RATING: 4.5 stars.

Algumas das minhas opiniões começam por enumerar as razões pelas quais dou uma ou outra classificação a um livro. No fundo, gosto de reiterar que as opiniões que emito são subjectivas e se referem meramente ao usufruto que tirei da leitura.

Estes livros de Jacqueline Carey foram óptimas leituras por terem personagens interessantes, uma construção do mundo intrigante e uma história intrincada.

Foram leituras envolventes que me mantiveram interessada ao longo das largas centenas de páginas. Estes dois volumes, que compõem o primeiro livro da trilogia Phèdre são verdadeiramente cativantes.

Mas mesmo tendo gostado imenso destas obras, não posso deixar de destacar alguns pontos que achei que podiam ter sido melhores (que livro não os tem, certo?) ou mais bem esclarecidos.

"O Dardo de Kushiel" e "A Marca de Kushiel" introduzem-nos ao mundo de Terre D'Ange um país habitado por um povo que se diz descendente de deuses.

Cedo percebemos que esta terra e os países vizinhos nos são familiares; Carey utiliza a Europa feudal (dos inícios?) da Idade Média como base para criar o seu mundo, misturando também algumas influências culturais orientais (nomeadamente o conceito dos cortesãos como os da Corte da Noite, que eram ensinados desde cedo a servir e eram cultos, versados em música... quase como as gueixas japonesas). Apesar de utilizar marcos conhecidos, a autora cria toda uma mitologia para Terre D'Ange (a mitologia das terras circundantes é quase idêntica à que os povos europeus possuíam na Antiguidade) que mistura o Cristianismo com um culto politeísta.

Este foi o primeiro aspecto que me fez confusão: Ellua, o "rei" do Panteão de Terre D'Ange é quase como que um descendente de Deus que decidiu fazer daquele território a sua casa. Sinceramente, o que me causou espanto foi toda a história de Ellua e o facto de, apesar dessa história, ele ser venerado.
Pois Ellua decidiu passar a vida a cirandar de um lado para o outro, a ver as vistas. Vários Anjos juntaram-se a ele e um deles, a Namaah prostituiu-se para arranjar dinheiro ao Ellua para que ele não passasse fome. E... erm... porque é que esta pessoa é venerada, mesmo? Porque passou a vida sem fazer nada? Porque quando lhe disseram para ir para casa ele pegou numa faca e fez um corte na mão e disse "não vou e não vou e pronto"?

Estão, portanto, a ver o meu problema. Creio que a história mitológica tenta explicar o sexo (especialmente quando ligado à servidão feudal) e todo o sistema de servidão da Corte da Noite que mais não é do que uma rede de bordéis. Sinceramente, achei a mitologia ridícula e não apenas por causa de Ellua.

A autora dá a entender que neste Panteão, todos os companheiros originais de Ellua são venerados e que possivelmente cada um tem características especiais pelas quais se distingue, mas não nos diz especificamente que características são essas. Nem Kushiel, que como podem calcular, tem um "papel" importante na série nos é explicado como deve de ser. Ele castiga os pecadores e depois os pecadores, numa reviravolta que parece Síndrome de Estocolmo, passam a amá-lo pelas torturas que lhes inflige? Sinceramente? Não percebi. Não percebi absolutamente nada, a não ser que Kushiel é uma desculpa esfarrapada para que a Phèdre goste de sado-maso. :P

Basicamente, a parte da mitologia neste livro foi uma tentativa muito óbvia (e algo preguiçosa) de explicar toda a sociedade de Terre D'Ange, como se nada houvesse nela que pudesse ser explicado de forma não religiosa.

Para mim foi a parte mais fraca do livro, apesar do preceito desta religião ser bastante positivo, no geral: "ama à tua vontade". É devido a este preceito que as pessoas em Terre D'Ange têm uma mentalidade tão desenvolvida para a "época" em certos aspectos. Por isso, apesar de tudo, a mitologia mal explicada não me impediu de devorar o livro. Apenas me irritou ligeiramente que, primeiro, o "herói" mitológico daquela gente fosse um indivíduo que nada fez para se destacar excepto andar por aí; e segundo porque nunca é muito clara a função de cada deus; sabemos que eles as têm, porque têm templos e tudo o mais, mas não se sabe bem como influenciam os habitantes de Terre D'Ange.

Passemos, no entanto, às partes mais agradáveis que, como disse em cima, me fizeram devorar um livro de 900 páginas (no original) em pouco mais de uma semana.

A história. O enredo é interessante. As primeiras páginas narram a infância e adolescência de Phèdre, que é vendida a uma das Casas da Corte da Noite aos dez anos. Ao início confesso que achei a descrição algo aborrecida, mas assim que me embrenhei na história não consegui deixar de querer saber mais e mais. Os segredos e a intriga da vida de Delauney, o mestre de Phèdre mantêm o leitor colado às páginas.
A história tem de tudo um pouco, desde um mistério a romance, passando por cenas de acção, tudo escrito de forma apelativa e envolvente.

As personagens. Phèdre, Joscelin, Hyacinthe e o resto do "cast" de personagens que compõem este livro são deliciosas. Todas são carismáticas e assim como a autora não poupa páginas no desenvolvimento do enredo, também não o faz no desenvolvimento das personagens. Phèdre passa por determinadas situações que a fazem mudar e o crescimento dela enquanto protagonista é plausível. Devo dizer que o romance não está particularmente bem desenvolvido nestes primeiros volumes, mas sendo uma série, isto não é particularmente grave.

O mundo. Como já referi antes, o mundo de Carey é genial. Suficientemente familiar para que os leitores não se sintam completamente perdidos, mas com elementos exóticos suficientes para que sintamos a magia que é tão própria da fantasia.

No geral: um começo fantástico para esta trilogia. É um livro (ou dois, se lerem em português) que se lê bem, com personagens cativantes sobre as quais queremos saber mais, um mundo misterioso, e bem definido, que apela à imaginação e um enredo com todos os ingredientes para nos manter agarrados. Recomendado.