Reviews

King Lear by G.K. Hunter, William Shakespeare

elliot_os's review against another edition

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1.0

absolutely sick and tired of everyones bullshit in this play so glad it's done!!!

katya_m's review against another edition

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"Então um irmão entregará à morte outro irmão, e o pai ao filho, e os filhos se levantarão contra os pais e lhes darão a morte." (S° Marcos, XIII, 12)

É sempre maravilhoso regressar a Shakespeare, e mais maravilhoso se torna quando pensamos no processo criativo que levava a obras como O Rei Lear. E esta edição, traduzida e anotada por Álvaro Cunhal, é o veículo por excelência para esse caminho de retrocesso até à Renascença quando os mestres geriam oficinas, e os aprendizes forneciam mão de obra à ideia dos génios. O Rei Lear, se formos a defender este ponto de vista, fornece pistas imensas que suportam a ideia de que Shakespeare não é um homem, mas muitos - os inúmeros atropelos lógicos, confusões nos diálogos, a troca de personagens apontam nesse sentido. Isto para não entrarmos na ideia de [não] plágio nestas épocas. Mas esta pluralidade de Shakespeare[s], longe de lhe diminuir a obra, apenas a engrandece: o próprio Homero não seria hoje nada se inúmeras mãos, ideias, acrescentos e anos lhe não tivessem passado por cima. Também Homero não é um homem, mas muitos homens. A própria história de Lear, o rei louco, é a anterior a Shakespeare (como uma Ilíada ou uma Odisseia eram anteriores a Homero).
E que história é essa?
A de um rei velho que, tendo apenas três filhas e nenhum varão, decide abdicar a favor daquela que mais o ame. A prova: uma jura, simplesmente.
Claro que Lear está a ser leviano (palavras leva-as o vento),mas isso ele aprenderá a suas próprias custas. Este erro precipitará a sua tragédia e levará o leitor (e o espectador) a mergulhar num mundo muito, muito negro onde se morre, se mata, se enlouquece:

KENT (...) Kent tem de ser rude quando Lear está louco. Que queres fazer, velho? Cuidas acaso que o dever tem medo de falar, quando o poder se curva à lisonja? É honra ser franco, se a realeza dá em loucura.

A peça sobe de tom sobretudo a meio caminho do fim e os personagens, já de si capazes de arranques arrepiantes, gritam então repletos de páthos:

LEAR (batendo na cabeça:) Ó Lear, Lear! Bate, bate a esta porta que deixou entrar a doidice e sair o teu juízo!

Mas até esta tragédia, como todas as demais de Shakespeare, roça os limites do próprio género que a caracteriza e oferece momentos de escape impagáveis; os seus personagens, como sempre, são espirituosos e, com um bobo à mistura, a tragédia só pode mesmo resvalar para a comédia de tempos a tempos:

OSVALDO Por quem me tomas tu?
KENT Por um velhaco, um malandro, um rapa-tachos, um abjecto, presumido, vil e miserável velhaco; um desprezivel velhaco de três mudas, cem libras e meias de lã; um vellaco com leite nas veias, que só nos tribunais se defende: um pobretana cujos bens cabem num baú; um filho-da-mãe, um vê-se-ao-espelho, um sabujo, um pimpão; um que só para alcoviteiro tem préstimo; mistura de velhaco, miserável, cobarde, mexeriqueiro; herdeiro e filho duma cadela vadia e que espancarei ate fugires com o rabo entre as pernas e a ganir, se desmentes uma só palavra dos teus títulos de nobreza que acabo de citar.

Tudo junto, Lear é um retrato preciso do déspota derrotado pela própria rotundidade. À força disso, Shakespeare torna-se muito depressa cáustico nesta peça, atuando como um justiceiro na luta do homem contra a Providência (embora os códigos de época o proibissem de o expressar abertamente) e a fatalidade...

LEAR Quando nascemos, choramos por entrar neste grande palco de doidos.

... e incisivo quando relata a luta do homem contra o homem:

LEAR Emendai-vos, grandes senhores, experimentai sofrer o que os desgraçados sofrem; se fosseis capazes de lançar-lhes o supérfluo ao regaço, mostraríeis serem mais justos os céus.

Nesta peça, Shakespeare recusa a ideia de justiça divina, de finais felizes, recusa a simplicidade dos contos de fadas. Ele enreda trama dentro de trama, nega uma leitura ficcional de um enredo que tem tudo para ser real: transforma uma lenda numa parábola.

BOBO Os bobos estão sem trabalho e sem ganhar
Porque os sábios ocuparam o seu lugar.

Não há personagem que escape ao mau feitio que Shakespeare demonstrava por estas alturas (alturas de peste, que conveniente) e por isso são todos criaturas complexas, retorcidas, e todos terão de expiar as suas faltas: seja compreender o que é o amor filial ou a lealdade, aceitar o envelhecimento, alcançar a clareza espiritual...
O mais irónico é o facto de cada um apenas poder atingir esse fim após o sofrimento e a perda. Muitas vezes é preciso perder para se dar valor ao que se perde, cegar para se ver.

DUQUE DE ALBÂNIA ...procurando o melhor, muitas vezes estragamos o bom.

Não é demais reforçar o trabalho de Álvaro Cunhal nesta tradução - nascida no cárcere. Um quarto do livro é composto de notas cuidadas que reportam aos textos primitivos e a edições críticas de referência às quais o tradutor acrescenta, de forma profissional, a sua opção criativa por uma ou outra expressão mais ou menos literal, mais ou menos literária. O resultado é um trabalho exaustivo, muito próximo do espírito do Renascimento, que flui sem entraves, soa natural, crível, mas polido.

terrortwilight's review against another edition

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emotional reflective sad slow-paced
  • Plot- or character-driven? A mix
  • Strong character development? Yes
  • Loveable characters? It's complicated
  • Diverse cast of characters? Yes
  • Flaws of characters a main focus? Yes

4.25


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itsbradleycole's review against another edition

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5.0

I always love reading Shakespeare and always find it thrilling how I can read and reread his work and still become amazed at how these stories have stood against the test of time, and King Lear is no different! King Lear is full of so many plot lines and loyalty ties that at times you forget who is whom! Highly recommend this play to anyone wanting to read Shakespeare!

elysehdez19's review against another edition

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5.0

De todas las tragedias que he leído de Shakespeare, esta sin duda es la que más he gustó. El rey Lear es un personaje que comienza siendo un personaje amoral, nunca reconoce sus errores y se siente ofendido cuando siente que su hija menor no lo ama como el quisiera. Después de desterrar a su hija y heredar en vida a las dos mayores por adularlo, comienza la destrucción del personaje de Lear.
Al final de la tragedia Lear por fin reconoce el daño que ha causado, pero sólo cuando pierde a la hija que verdaderamente lo amaba.

rachelcox's review against another edition

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challenging dark tense slow-paced
  • Plot- or character-driven? A mix
  • Strong character development? No
  • Loveable characters? It's complicated
  • Diverse cast of characters? No
  • Flaws of characters a main focus? Yes

4.0

bogbride's review against another edition

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3.0

man that was nothing like succession 

jkumei's review against another edition

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3.0

Finished this listening to the BRAT album by charli XCX, it’s what shakespeare would’ve wanted 😌 regan and goneril, ‘mean girls’ was for you xox

max98's review against another edition

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dark emotional medium-paced
  • Plot- or character-driven? A mix
  • Strong character development? Yes
  • Loveable characters? It's complicated
  • Diverse cast of characters? Yes
  • Flaws of characters a main focus? Yes

4.5

This is the first Shakespeare that I ever read in English, I had read Romeo and Juliet before. The style is so beautiful and of course it is a masterf’pueve! Thanks to If we were villains by ML Rio I found the play rather more accessible than I feared it would be!
I really love it, however since I adore tragedy I found this one different since it does not follow the structure of French tragedy. Racine is by far superior in my opinion so this does not get a 5 stars from me.

ellaeliz27's review against another edition

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emotional funny reflective slow-paced
  • Plot- or character-driven? Character
  • Strong character development? Yes
  • Loveable characters? It's complicated
  • Diverse cast of characters? No
  • Flaws of characters a main focus? Yes

3.5