1.89k reviews for:

Gulliver's Travels

Jonathan Swift

3.29 AVERAGE


In my ongoing effort to catch up with some of the classics I have never read, I took up this title not long ago. As with, I suspect, most people, I had an odd vision of this book as a rather lighthearted romp of one man through several countries, in one of which he is tiny in comparison and one in which he is gigantic, and so on. Um, not so much. Of course, the basic outlines (the big and small thing) is certainly true, but this book is far from lighthearted. What Swift seems to be expressing above all is his contempt for human society, specifically that of Great Britain. He apparently finds his countrymen and -women crude, slovenly, absurd, corrupt, ignorant, amoral, and unintelligent. And that's just for starters. All governments and courts are corrupt. All human institutions are suspect. What we eat, drink, think, create, and do is contemptible. And so on.

Which is not to say this is not an extremely clever book. Though Swift is rather acerbic, he is very witty and can be charming. Had the story stopped after the first two episodes, it might even have been considered fairly mild in its criticisms. But as the book progresses, Gulliver's (which is to say, Swift's) perspective darkens as he compares the rest of us both to the noble creatures he meets (we are sadly lacking) and the ignoble (we resemble them). In the final book, he is downright maudlin, one might even say pathologically antisocial, in his attitudes. Apparently the company of the nearly perfect Houyhnhnms (a race resembling our horses, though far more intelligent, of course) ruins Gulliver for the society of his fellow humans, while he resemblance to the despicable Yahoos (disgusting, corrupted beasts in the Houyhnhnms' world) shames him so deeply that, even by the end of the book, when he has returned to the bosom of his family, he has not yet recovered much self-respect.

Heavy-handed stuff, this, and well within the range of the political satire of his time. It is a bit disturbing, though, to sit through such an inquisition of the human race, no matter how well-written. Not that I'm sorry I read it. But I am just as glad to be back on the terra firma of my own human life. I like you all much better than Jonathan Swift seems to have done.

it was kind of whimsical i guess
adventurous funny reflective slow-paced
Plot or Character Driven: Plot
Strong character development: No
Loveable characters: No
Diverse cast of characters: Yes
Flaws of characters a main focus: No

Gulliver pode não ser a maior obra de arte literária, mas é uma das obras literárias de maior impacto narrativo na nossa civilização recente. Não existe meio expressivo — cinema, rádio, banda desenhada, teatro, etc. — que não tenha visto surgir a sua versão de "Viagens de Gulliver", sendo que desde que foi publicado, há quase 300 anos, não deixou de ser reapresentado a cada nova geração. Gulliver é fruto do mais nobre que a imaginação humana nos pode dar, o puro ato de fantasia, em todo o seu esplendor criativo.

Se “Viagens de Gulliver” surge quase como resposta à viagem de “Robinson Crusoe”, publicado na década anterior, é à veia satírica de Jonathan Swift que devemos a capacidade para ir além do mundo conhecido, para especular sobre realidades alternativas, umas mais fantásticas outras mais científicas, e assim congeminar novos mundos, novos personagens/pessoas e novos costumes, lançando a primeira pedra de um género que se mantém até hoje, o da Ficção Científica (FC). Swift precedeu em mais de um século, o chamado pai da FC, Jules Verme, e em dois, George Orwell, que nesta edição prefacia a obra.

[imagem]
A ilha de Laputa em “As Viagens de Gulliver”

Acredito que a inovação desta obra surja arrastada pela sátira, um género que tem necessidade de entrelaçar ficcional e real por forma a garantir os seus efeitos, conduzindo Swift a inovar muito provavelmente sem o desejar, antecipando assim todo o género literário de FC. Gulliver está longe de se apresentar como mero relato fantasioso, ou fantástico, não é de todo um conto de fadas, mágicos ou esotérico, a relação entre o plausível e o potencialmente possível é uma constante, é puro trabalho de especulação ficcional que temos aqui. Desde um mundo de pessoas pequenas (Lilliput) a um de gigantes (Brobdingnag), em que se confrontam as distinções físicas pelas suas propriedades anatómicas e perceptivas, passando por uma ilha voadora, na qual vivem pessoas abstraídas da realidade mundana, encerradas no estudo da matemática e música (Laputa), chegando a um dos raros momentos em que Swift parece resvalar, na visita à ilha de Glubbdubdrib, com Gulliver a ser introduzido num universo de magia e ocultismo, podendo conversar com espíritos célebres defuntos, acaba no entanto a invocar reis e rainhas para descobrir segredos da História, indo mesmo ao ponto de invocar e discutir ideias de algumas das figuras mais relevantes da ciência, de Descartes (1596 a 1650) a Sócrates (-470 a -399).

“Por vezes pousavam [moscas] em minha comida, e deixavam nela seus asquerosos excrementos ou ovas, que para mim eram perfeitamente visíveis, embora não para os nativos daquele país, cujos olhos grandes não eram tão aguçados quanto os meus quando se tratava de ver objetos pequenos.”

Como texto, Gulliver surge com a aparência de mera reunião de contos, a cada viagem, novas ilhas com novas pessoas que nos permitem aceder a novos modos de compreender a realidade, contudo a sucessão de viagens acaba por desenvolver um impacto final no nosso personagem, fruto do cumulativo de experiências, garantindo assim unidade à história, ao personagem, e no fundo a toda a obra. Swift parece um tanto obstinado na sua sede de crítica à sociedade e aos homens que a compõe, por via da sátira, hoje de difícil interpretação sem acesso a enquadramento histórico*, traçando desse modo um quadro de amadurecimento de ideias, no que toca à percepção daquilo que somos enquanto espécie.

“Perguntou-me ele quais eram as causas ou motivos usuais que levavam um país a ir à guerra contra o outro. Respondi que eram inumeráveis, porém mencionaria apenas umas poucas entre as mais importantes. Por vezes a ambição dos príncipes, que jamais julgam ter terra ou Gente suficiente para governar: por vezes a corrupção dos ministros, que induzem seu senhor a fazer guerra a fim de sufocar ou desviar o clamor dos súditos contra sua má governança. As diferenças de opiniões têm custado muitos milhões de vidas: por exemplo, se a carne é pão, ou o pão é carne; se osSuco de uma certa fruta é sangue ou vinho; se assobiar é um vício ou uma virtude; se é melhor beijar uma tábua ou jogá-la no fogo; qual a melhor cor para uma túnica, preto, branco, vermelho ou cinza; se ela devia ser longa ou curta, estreita ou larga, suja ou limpa, e muitas outras coisas. E não há guerras tão furiosas e sangrentas, nem tão duradouras, quanto as que são ocasionadas por diferenças de opinião, especialmente quando se trata de coisas sem importância.”

Assim, e apesar de apontado como livro de histórias para crianças, sendo-o mais pelo texto simples e muito acessível assim como pelo apelo à imaginação e fantasia das duas primeiras viagens, por sinal as mais conhecidas, é contudo uma obra com várias camadas de significado que se vão abrindo a cada um em função do que se traz para leitura do mesmo.


* Esta edição da Penguin vem com muito boas notas do prof. Robert DeMaria Jr., a tradução de Paulo Henriques Britto, para a Companhia das Letras, está também muito boa.

Publicado no VI (http://virtual-illusion.blogspot.pt/2016/09/as-viagens-de-gulliver-1726.html).

if i was a child in the 1700s and THIS was the peak of entertainment im throwing myself in the meat grinder

this was SO boring and repetitive it was such a slog to get through. the satire and humour was fun for the first few chapters, but after a while it was just tiring. and like most 18th century british lit it's written in the most boring and bland voice. literally such a snore

Interesting shift in the fourth voyage, after the first three. This satirical novel was fairly amusing and definitely swift presented some interesting ideas and had be laughing just a lil at some of the parodies. I liked Laputa.

Went into this expecting a children’s adventure tale, but ended up with a scathing review of British society. Simultaneously painfully of its time (1726!!!) and incredibly modern. At times I thought this could have been written yesterday with certain political allegories, then the narrator would say something outrageously sexist or colonialist or racist and I’d be brought back to reality.

A really interesting read, I would probably say more interesting than enjoyable towards the end - I felt a bit exhausted by the writing style and was praying we weren’t going to hit up another found land. But for the most part I had a great time. A completely understandable classic that defines the satirical genre.

3.6/5

Though I just can’t get over or comprehend how Swift could come up with such awful names for everything ‘Glubbdubdrib’

Enjoyed the writing style, like the first tens of pages, but it all went downhill from then.

Greatest book of all time. The most astonishing classic known (to me), and so widely mistreated as to just to being reduced to a children's book. The best these Yahoos took out of it was a giant man on a foreign land of little men and Awwwww it's so cute.

What a pity, Yahoos.

Swift knew what he was doing. All of it is real.

4.5 stars.
adventurous funny lighthearted medium-paced