1.72k reviews for:

The Lover

Marguerite Duras

3.59 AVERAGE


Although it is rather short, this is arguably one of my favorite books and amongst some of the best I've ever read in terms of honest emotional appeal
dark emotional reflective sad tense fast-paced
Plot or Character Driven: A mix
Strong character development: Complicated
Loveable characters: Complicated
Diverse cast of characters: Complicated
Flaws of characters a main focus: Yes
mysterious reflective
dark emotional slow-paced
Plot or Character Driven: A mix
Strong character development: Complicated
Loveable characters: No
Diverse cast of characters: Yes
Flaws of characters a main focus: Complicated

Did not get this novel and don't really want to. I found it hard to follow, creepy and bizarre. 
dark medium-paced
emotional reflective sad tense slow-paced
Plot or Character Driven: Character
Strong character development: No
Loveable characters: Complicated

beautiful and heartbreaking story (apparently based on the real life account of the author herself) even though the nature of the relationship (involving a minor) was uncomfortable to read about. i was also surprised to see that aside the "affair" this book is titled over, i found the dysfunctional family dynamic of the main character more prominent in the story, and personally relatable. 

Very brief but devastating work depicting the affair between a teenager and a Chinese man in pre-war Indochina. Racism, classism, puberty, love, insanity and so much more lurk just under the spare but haunting prose of a woman looking back at her formative years and trying to make sense of them many decades after the fact. Just beautiful.

Último livro de 2024! Demorei um tempo para terminar porque no começo estranhei o ritmo da escrita, mas acho que é um daqueles livros que acontecem uma vez na vida.

Este livro é, acima de tudo, uma ode à mãe dela, e acho fascinante como ela constrói tantas camadas dizendo tão pouco. Tudo aqui é parte de algo muito maior e, ao mesmo tempo, muito particular. A relação dela com a família, com a mãe, principalmente, molda a relação dela com o resto do mundo - e o lugar que ela ocupa nele. Outra parte que, para mim, é importantíssima na narrativa dela é classe. Esse conflito é intrínseco ao trabalho das relações aqui - da família dela com o resto da cidade; com o Amante; com as meninas do pensionato; o comportamento da mãe pela mãe, que perdeu as terras para plantio de arroz, que a urge para uma vida miserável como professora de matemática porque isso lhe traria estabilidade financeira.

Agora, aqui, a análise pode se alongar muito mais do que eu pretendo - até porque não li outras obras dela. Mas o que percebo aqui é que a mãe, uma mulher perturbada pela vida - pela perda do marido, de seus imóveis e, de certa forma, de seus filho - projeta isso nela (voluntaria ou involuntariamente, nunca saberemos). A relação entre as duas molda, principalmente, a forma que ela se vê. Como o ódio de dentro de casa se transformou em ódio a si mesma. Nossas relações são sempre muito moldadas por como nos relacionamos com nossa própria pessoa.

É um ciclo vicioso de ódio da mãe que passa para os filhos - principalmente para a filha, que se sente a única pessoa funcional da família e, a partir daí, a responsável por eles. Ela ama o irmão mais novo porque o vê como impotente, e odeia o irmão mais velho porque ele é um “vagabundo branco”, um abusador psicológico - e ela busca isso dele, de certa forma, porque é o que lhe dá prazer (por ser uma confirmação do seu auto-desprezo).

Mas a mãe, ah, a mãe é complexa. “[…] a porcaria, minha mãe, meu amor”. Ela é a amante do suicida do casarão e a mendiga que abandona a filha. A santa e a promiscua. Ela é um mistério ao mesmo tempo que é tudo que a menina conhece. É lindo.

E a mãe molda, finalmente, a relação dela com o amante. De novo, há muitas camadas. A relação pedófila, o conflito de raça, o conflito de classe - tudo isso contribui para a impossibilidade da existência desta relação. Acho que ela busca ele por inúmeras razões - para praticar a auto-flagelação, para desafiar a mãe, para ajudar a família, para testar seus limites. É, acima de tudo, uma relação de auto-afirmação, eu acho. Afirmar o ódio que sente, afirmar o desejo que sente, afirmar que as relações da vida dela precisam ser dolorosas. E é dolorosa até o final, porque ela percebe que o amava - seja o que for que amor signifique para ela.
dark medium-paced