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Livro lindamente escrito e com um formato interessante para lidar com as dificuldades de abordar uma história real, misturando passado e futuro, documento e ficção. Micheliny faz isso de forma sensível, poética e, em alguns momentos, arrasadora. Como antropólogo, eu poderia ter encontrado problemas com essa rendição do mundo indígena, mas não encontrei nenhum. O que há de mais imperfeito no livro é justamente seu caráter literário. Na verdade, acho que Micheliny propositalmente rompe, às vezes, com a imersão na história para não nos iludirmos demais com toda a magia de sua escrita, lembrando-nos, no final das contas, de que estamos falando de algo que realmente aconteceu. No entanto, a mistura de citações de livros históricos e realismo fantástico simplesmente não funcionou para mim em alguns momentos, tirando-me um pouco da energia da leitura. Mesmo assim, a honestidade do livro é indiscutível. Existe um grande mérito, acredito, na habilidade da autora em não usurpar ou espetacularizar em nenhum momento o sofrimento para causar empatia. O ponto de vista da onça é o que vale a pena e já diz tudo o que é necessário para entendermos que até nossa pena ou remorso não valem de nada como redenção.
emotional
sad
slow-paced
Plot or Character Driven:
A mix
Strong character development:
Complicated
Loveable characters:
Complicated
Diverse cast of characters:
Yes
Flaws of characters a main focus:
No
Leitura rápida e muito envolvente que retrata o absoluto horror de crianças indígenas sequestradas e levadas para a Europa. A escrita é bem impactante em certos pontos e transmite profunda emoção de pertencimento, ou falta dele, e dor à medida que o enredo é desenvolvida.
Só não encaixa a narrativa de Josefa. Entendo o motivo pelo qual ela é incluída, mas acaba sendo ofuscada pela perspective de Iñe-e e sua história--que é muito mais interessante. Ainda assim, uma leitura incrível.
Só não encaixa a narrativa de Josefa. Entendo o motivo pelo qual ela é incluída, mas acaba sendo ofuscada pela perspective de Iñe-e e sua história--que é muito mais interessante. Ainda assim, uma leitura incrível.
informative
inspiring
reflective
tense
slow-paced
Plot or Character Driven:
Plot
Strong character development:
No
Loveable characters:
Yes
Diverse cast of characters:
Yes
Flaws of characters a main focus:
No
adventurous
emotional
informative
reflective
sad
medium-paced
dark
emotional
informative
reflective
sad
tense
fast-paced
Plot or Character Driven:
Character
Strong character development:
Complicated
Loveable characters:
Yes
Diverse cast of characters:
Yes
Flaws of characters a main focus:
No
O Som do Rugido da Onça exige apreço técnico. Primeiro, pelo domínio da língua, seus diferentes registros e identidades. Segundo, pelo rigoroso trabalho de pesquisa que sustenta e expande o realismo fantástico da obra. Finalmente, pelo poder de evocação de seus três atos, cada um a sua maneira.
Mas pessoalmente levarei O Som do Rugido da Onça em minha memória por sua visceralidade, pela sua fúria incontida, pela sua revolta. "Letras são animais dóceis que, depois de domesticados, apenas obedecem". A maior das ironias.
Mas pessoalmente levarei O Som do Rugido da Onça em minha memória por sua visceralidade, pela sua fúria incontida, pela sua revolta. "Letras são animais dóceis que, depois de domesticados, apenas obedecem". A maior das ironias.
Doloroso, extremamente necessário e sensível. Durante a trama acompanhamos a história de duas crianças que foram roubadas de suas famílias indígenas no norte do Brasil e levadas para a Europa, situação que já conhecemos e que infelizmente faz parte da história banhada em sangue na qual nosso país foi construído. Entretanto, o fato de as crianças terem nomes, histórias, rostos deixa tudo ainda mais triste, você passa a conhecer a menina, a sentir empatia e entender a tristeza e a crueldade de tudo aquilo.
O som do rugido da Onça converge em três pontos que o tornam um ótimo livro: o primeiro é o resgate histórico de um recorte de mais uma vilipendiação do povo indígena, o segundo é o trabalho de pesquisa minucioso de uma história perdida no tempo que também reflete o nosso agora, e, terceiro, a forma como Verunschk utiliza a linguagem que nos remete prontamente ao delinear da consciência indígena.
Se essa trinca de questões não foi o suficiente para apreciarmos a obra, nada mais o é.
Se essa trinca de questões não foi o suficiente para apreciarmos a obra, nada mais o é.
emotional
reflective
sad
medium-paced
Plot or Character Driven:
A mix
Strong character development:
No
Loveable characters:
Yes
Diverse cast of characters:
Yes
Flaws of characters a main focus:
No