Reviews tagging 'Genocide'

The Suffering by Rin Chupeco

1 review

ggcd1981's review against another edition

Go to review page

adventurous dark emotional mysterious tense fast-paced
  • Plot- or character-driven? Character
  • Strong character development? Yes
  • Loveable characters? Yes
  • Diverse cast of characters? Yes
  • Flaws of characters a main focus? Yes

3.5

The Suffering é o segundo volume da duologia The Girl from the Well e devo dizer que, apesar de não ter sido um livro ruim, eu gostei menos do que do primeiro livro. Contudo alguns dos pontos fortes do primeiro livro ainda estão presentes em The Suffering. Vamos iniciar falando dos personagens, dos quais só um realmente me interessou: Tarquin Halloway ou Tark, nesse livro o rapaz assume o protagonismo e a narração da história, o que para mim foi um ponto forte do livro, apesar de algumas ressalvas que vou desenvolver mais a frente.  Em The Girl from the Well temos o POV de Callie mas não o de Tark o que foi decepcionante para mim. No segundo livro estamos inteiramente na cabeça de Tarquin e é bastante interessante acompanhar sua perspectiva como hospedeiro e cumplice de Okiku, a garota do poço. Vemos o conflito do jovem ao refletir se o que Okiku está fazendo é justiça quando ela começa a matar indivíduos antes deles cometerem assassinato. Estando na cabeça de Tarquin também descobri que uma trope que gosto é de um homem relativamente tímido tendo que lidar com avanços e confissões de mulheres fortes e decididas. Mas apesar de ter gostado da perspectiva do garoto ela possui uma desvantagem, que na verdade é fruto da direção que Rin Chupeco tomou com a obra. Vemos a personagem Okiku pelos olhos de Tarquin e isso se tornou uma desvantagem para a personagem pois a visão do garoto do espirito é “adocicada”, romântica e irritante. Nesse segundo volume a garota do poço é uma caricatura romântica do espírito vingador que vi no primeiro livro e isso foi bastante decepcionante. A química entre esses dois personagens está no seu ápice quando o relacionamento entre eles é ambíguo: um garoto hospedeiro e o espirito vingador que o habita e a codependência que existe entre eles. A química entre os personagens está no seu pior quando Chupeco resolve que quer usar as tropes enjoadas de romances sobrenaturais para adolescentes. Outros personagens que voltaram nesse livro foram Callie, a Mary Sue, mas felizmente o tempo de página dela foi severamente reduzido e Kagura, uma ex-sacerdotiza que ajudou Tarquin no primeiro livro. Kagura é uma personagem interessante que ganha um pouco mais de destaque. Contudo, infelizmente, ela foi subutilizada na conclusão da obra. Eu também gostei de Kendele, a namorada de Tark, que gerou várias situações da trope que como mencionei me agrada bastante. Achei a garota um bom contrapeso para Okiku. A atmosfera é a melhor parte do livro, sinistra, escura e profundamente inspirada pela mitologia e folclore japonês. Eu amo esses elementos, especialmente a ambientação na famosa floresta do suicídio, Aokigahara. Essa localização é intrigante e sinistra e eu quero mais livros que se passam nela. A escrita da obra foi funcional, boa o suficiente, contudo houveram falas de Tark e até de Okiku que foram um pouco cringy. A premissa do enredo é bastante interessante: Já se passaram dois anos desde que o pesadelo de Tark Halloway acabou. Livre do espírito maligno que o perseguiu por toda a vida, ele agora compartilha um vínculo simbiótico com a garota morta, Okiku. Juntos, eles vingam as almas de crianças inocentes ao caçar seus assassinos. Mas quando Okiku se torna responsável por uma morte em sua escola secundária local, Tark começa a se perguntar se eles não são melhores do que os assassinos que procuram. Quando uma velha amiga, Kagura, desaparece em Aokigahara, a infame ‘floresta suicida’ do Japão, ambos devem resolver suas diferenças e retornar àquele país de segredos para encontrá-la. Porque há uma estranha aldeia dentro de Aokigahara, uma aldeia que as pessoas afirmam não existir. Uma vila onde coisas estranhas estão esperando, com velhos fantasmas e um mal antigo - um que pode ser mais forte do que Okiku...
Soa ótimo, mas a execução deixou um pouco a desejar, especialmente no encerramento da situação na floresta. Porém não posso negar que a história foi intrigante e atribuo muito dessa intriga a atmosfera da obra. A lógica, contudo, foi um pouco sofrida especialmente no já citado encerramento da linha de enredo na vila em Aokigahara.
No passado o mestre de cerimônias da vila realizou o sacrifício de jovens para abrir o Portal do Inferno, mas toda a aldeia morreu quando o último sacrifício falhou. No presente do livro o fantasma desse mestre de cerimonias resolve sacrificar, Okiku, que já está morta(!?), para abrir o portal. Esse sacrifício, que para mim não faz sentido, seria justificado por algumas poucas (e bastante forçadas) semelhanças entre Okiku e as garotas previamente sacrificadas. Essa parte não teve lógica e é obvio que a autora apenas quis forçar uma situação na qual Okiku se sacrificaria por Tarquin e esse abalado pela perda e confrontando seus “reais sentimentos” pela garota fantasma faria de tudo para tê-la de volta, incluindo derrotar o Mestre de cerimonias, assimilar o poder do portal e usar esse poder para trazer o espirito de Okiku de volta e os dois poderem continuar indo ver vagalumes juntos. Não deu para levar a conclusão muito a sério pois é transparente que a autora quis forçar essas situações românticas e lidou com isso com “mão pesada”. No geral gostei da história, clima e ambientação em grande parte da obra, no entanto a quebra da ambiguidade do relacionamento entre Tark e Okiku dando uma dimensão definitivamente romântica aos dois diminuiu bastante a minha apreciação de The Suffering. O que ainda salvou o final para mim foi que a autora teve o bom senso de não escrever uma “ressureição milagrosa” para Okiku. Assim, ela continua morta e continua um espirito vingador, não sendo possível Tarquin e ela ter um romance convencional e mantendo um pouco da ambiguidade que para mim é o que tornava o relacionamento mais interessante.
Levando tudo em consideração a conclusão da duologia teve pontos fracos que me irritaram mais do que os do primeiro livro, apesar de haver melhoras como o POV de Tark e a ambientação em Aokigahara, dou então 3.5 estrelas. 


Expand filter menu Content Warnings
More...