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Clarkesworld Magazine, Issue 72 by Neil Clarke

rolandosmedeiros's review against another edition

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3.0

Ps. acabo de descobrir que quando o Goodreads mescla um conto solto (Robot da Helena Bell, que eu havia resenhado anteriormente) em uma antologia (no caso, revista), ele pipoca uma nova notificação.

Eu nem lembrava desse conto. Pautarei, portanto, esse breve comentário, em um longínquo sentimento causado pela leitura, e dada a confiabilidade da memória, a chance de eu fazer apontamentos injustos e incoerentes — ou o inverso — é alta, mas vamos lá mesmo assim.

Ao robô que primeiro roerá as frias carnes do meu cadáver, dedico com saudosa lembrança este pequeno manual de instruções.''


Não, essa quote não é real, mas bem que poderia ser; e a abertura não está lá muito distante.

Robot de Helena Bell, mais um da lista de indicados ao Nebula, é um longo (mas breve, você entenderá) relato-manual de instruções, que uma mulher deixa para seu recém adquirido robô-cuidador, que deve seguir a risca seus pedidos conforme uma doença for lentamente a matando;
Spoilerinclusive o de comer a sua carne morta.


A forma de manual de instruções barra relato pessoal, que ainda deixa entrever uma dosezinha de poesia, e a fuga de um narrador excessivamente expositivo da ficção científica já é elogiável. As nuances suscitadas e a nossa tentativa de tatearmos com o que ela quer dizer ou com qual objetivo aquilo está sendo dito, nos primeiros parágrafos, fazem destes as melhores partes da breve narrativa. O enredo está aí, é literalmente isso, e no desenvolvimento da historieta, no entanto, ainda nos é deixado toques sobre a escravidão (de robôs), mortalidade e o sentimento de lento declínio na vida (humana). Ambos, obviamente, interligados.

''Acaso você enfadar-se, poderá polir seu alumínio; e também lhe será permitido que mude a mobília de lugar, que dê corda no relógio, ou arranque as ervas daninhas do jardim; lhe será permitido ler qualquer livro da biblioteca que o interesse; meu marido diz que você não tem consciência como nós, apenas um conjunto pré-programado, avançado e sofisticado, de impulsos e respostas, mas tenho observado seus olhos abertos no meio da noite; tenho observado você enquanto olha fixamente a extensão dos campos, como se houvesse alguma coisa ali, chamando-o."*


Com a longa extensão de três páginas, qualquer coisa que eu fale (ou já falei), pode estragar a experiência, mas no geral não é um conto muito marcante. Vamos vislumbrando e aprendendo sobre a vida da mulher através de intervalos nas instruções, em suas divagadas; que, de um lado nos revelam, por exemplo, o quanto ela mudou após a doença, e de outro, o seu estado emocional: é como se eu pegasse uma caneta a escrever uma lista de compras para algum familiar, e a cada conjunto de objetos me pusesse em reflexão. Como eu o fiz, sem querer, no primeiro parágrafo dessa resenha (só que sem a doença e a questão da mortalidade humana vs imortalidade robótica (facepalm).

O título é extremamente não-memorável e simples, mas a história em si não é ruim, é uma ideia engenhosa e bem executada, mas que ao terminar de ler, provavelmente você sentirá que há algo faltando. Eu, por exemplo, não fosse pelos meus rascunhos, a teria esquecido completamente; e isso, com certeza, não lhe é justo. Ou talvez seja.

O conto está disponível gratuitamente aqui: https://clarkesworldmagazine.com/bell_09_12/. Em cinco minutos você lê, se ele o interessou minimamente, não tem desculpa. Eu já o li, então me eximo disso aí.

(*Tradução livre do trecho)

cybergit's review

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4.0

I am currently going through my old Clarkesworld magazines catching up on the issues I missed. Starting with September 2012 issue 72. It feels great to get back into the world of short puncy sci-fi.
The stand out story for me was "muo-ka's Chid" by Indrapramit Das.
There was also a very intersting article about the portrayal of black women in speculative fiction and cinema.
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