Reviews

Cassandra by Christa Wolf

marissaloiacono's review against another edition

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slow-paced
  • Plot- or character-driven? Character
  • Strong character development? No
  • Loveable characters? No
  • Diverse cast of characters? No
  • Flaws of characters a main focus? Yes

2.5

creamyforestmushroom's review

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I'm such a mood reader. It's beautifully written but I don't think it's the time to read it right now. I'll try again some other time!

elisasays's review against another edition

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adventurous dark emotional fast-paced
  • Plot- or character-driven? Character
  • Strong character development? Yes
  • Loveable characters? Yes
  • Diverse cast of characters? Yes
  • Flaws of characters a main focus? Yes

4.5

tasto777's review against another edition

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challenging emotional reflective sad tense slow-paced
  • Plot- or character-driven? Character
  • Loveable characters? Yes
  • Flaws of characters a main focus? Yes

5.0

i loved this book.
i had to read it for university and tbh i wasn't a fan of wolffs works before (i read a couple of essays) but this was really stunning. it left me pondering over so many aspects of the story and kassandras fate. but i can also see that this isn't the book for everyone. 
the story is told by kassandra who reflects on her life as she is captured by the greek and brought to agamemnons castle to be executed there. therefore the narrative does jump around a bit as it is a kind of stream of consciesness.

hongfeng's review

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emotional mysterious reflective medium-paced
  • Plot- or character-driven? Character
  • Strong character development? Yes
  • Loveable characters? Yes
  • Diverse cast of characters? N/A
  • Flaws of characters a main focus? N/A

5.0

crisisalide's review

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dark reflective sad medium-paced
  • Plot- or character-driven? A mix
  • Strong character development? Yes
  • Loveable characters? It's complicated
  • Diverse cast of characters? It's complicated
  • Flaws of characters a main focus? It's complicated

4.75

samfah's review

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dnf @ 25%

into the slump box u go evil doer

mimi_means_secret's review against another edition

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challenging reflective slow-paced
  • Plot- or character-driven? Character
  • Strong character development? It's complicated
  • Loveable characters? Yes
  • Diverse cast of characters? No
  • Flaws of characters a main focus? It's complicated

3.0

b99's review against another edition

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5.0

"La luce dell'ora che precede il tramonto. Quando ogni oggetto comincia a brillare autonomamente e a porre in risalto il colore che è suo. Enea diceva : per affermarsi ancora una volta prima della notte. Io dicevo : per consumare fino in fondo ciò che resta della luce e del calore e poi accogliere il buio e il gelo dentro di sé."

flavioreads's review against another edition

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3.0

"Uma coisa percebi logo cedo: ele temia a dor. Era sensível. Nunca deixava as questões chegar ao confronto físico. Já eu, lembro-me bem, era conhecida por suportar a dor. Por deixar a mão sobre a chama mais tempo do que os outros. Imperturbável. Sem chorar. Panto ia-se embora, dei por isso várias vezes. Eu interpretava o gesto como sinal de pena de mim. Eram só os nervos à flor da pele. Muito mais tarde percebi que a forma como uma pessoa se comporta perante a dor revela mais sobre o seu futuro do que a maior parte dos outros sinais que conheço."

Cassandra é uma curta meditação sobre a inevitabilidade da história, sobre a incapacidade de deter os acontecimentos que estão determinados pelos deuses, muito antes de sequer sermos um sonho na mente dos nossos pais, mas também sobre o papel da mulher num tempo e numa história dominada por homens. Christa Wolf deu voz, através da narrativa de Cassandra, a todas a mulheres cuja voz foi apagada da história ao longo dos milénios.

"Não tivemos tempo de conversar devidamente sobre a minha recusa em ir com ele, que não tinha a ver com o passado, mas com o futuro. Eneias está vivo. Saberá da minha morte, e, se é a ele que eu amo, continuará a perguntar-se por que razão escolhi eu a prisão e a morte, e não a ele. Talvez consiga entender sem mim aquilo que eu tive de recusar pelo preço da morte: a sujeição a um papel que estava em contradição comigo própria."

Cassandra é profetisa e oniromante. Trata-se daquela figura mitológica que foi amaldiçoada por Apolo: por um lado consegue prever o futuro e, filha do rei Príamo de Tróia, prevê a queda da grande cidade, o colapso do seu reino, prevê a derrota na sua guerra contra os Gregos; mas por outro, apesar de armada com este poder, ninguém acredita nela. E é neste aspecto que reside a maldição do deus. O quão enlouquecedor haverá de ser conhecer o futuro, saber que algo de horrível está para acontecer, tentar avisar quem está visado pela desgraça, mas ser catalogada como louca e ninguém acreditar nas suas palavras. Christa Wolf soube expressar de forma excelente esta incapacidade, esta contradição.

"Na verdade, Aquiles pôs logo as coisas em pratos limpos para todos: rapazinhos era do que realmente gostava, as raparigas serviam para mostrar que era igual a todos os outros. Em combate, um monstro, para que todos vissem ele não era cobarde; depois da batalha, não que sabia o que fazer consigo. Era este o homem a quem ele, Calcas, mais tarde iria ter de entregar a sua filha. Talvez se quisesse enganar dizendo a si próprio que, no meio da brutalidade, só o mais brutal poderia proteger uma mulher. Voltei a ver Briseida quando, depois da queda de Tróia, fomos levados pelo meio do campo dos Pensei que tinha visto todos os horrores que uma pessoa pode ver. Mas sei o que digo: a cara de Briseida tudo."

Escrito de uma forma que faz lembrar o estilo de Virginia Woolf (stream of consciousness), Cassandra reflecte sobre a sua vida, impelida pelo medo e pelo aproximar da sua morte às mãos de Clitemnestra, após a derrota de Tróia. Encontramos uma personagem forte, que vai evoluindo ao longo da história, arrependendo-se, mais tarde, da sua inocência e ingenuidade iniciais. Defensora do papel das mulheres, numa altura em que estas eram como que trocadas como gado, a profetisa mantem as suas convicções até ao final, permanecendo fiel aos seus princípios.

"É difícil pôr em palavras os sinais pelos quais iniludivelmente sabemos as coisas quando já não podemos reflectir mais sobre um acontecimento. Eneias desapareceu do meu horizonte, e pela primeira vez se desenhou uma figura. Eneias passou a ser um ponto em brasa dentro de mim, o seu nome uma dor aguda que eu trazia comigo sempre que podia. Mas proibi a mim mesma querer compreender a enigmática frase que Parténia, a ama, ao despedir-se de mim, agora adulta, e ao deixar ao meu serviço a sua filha Marpessa, murmurou para consigo, meio respeitosa, meio carregada de ódio: que a velha tinha conseguido uma vez mais fazer valer a sua vontade, embora desta feita talvez para bem da sua filhinha. E depois perguntou-me também se tudo tinha corrido bem. E eu contei-lhe o meu sonho, como sempre fizera, e vi pela primeira vez uma pessoa empalidecer com as minhas palavras (Que sensação foi essa? Aterradora? Excitante? Uma tentação a repetir? É verdade que eu, como me acusaram, me aproveitei depois desse empalidecer?)"

Por fim, só me resta dizer que, apesar de ser um livro curto, revela-se uma obra que se rebela contra o papel tradicional da mulher na história ocidental. É um manifesto feminista e um livro que condena veementemente a repressão política. Gostei imenso!