You need to sign in or sign up before continuing.

434 reviews for:

The Human Stain

Philip Roth

3.73 AVERAGE


I can't believe it has taken me this long to read another Philip Roth book (the last time was in 2009 - Portnoy's Complaint). On page 2, I already knew this book was going to be wonderful. Because on that page, Roth writes this:

"The summer that Coleman took me into his confidence about Faunia Farley and their secret was the summer, fittingly enough, that Bill Clinton's secret emerged in every last mortifying detail - every last lifelike detail, the livingness, like the mortification, exuded by the pungency of the specific data. We hadn't had a season like it since somebody stumbled upon the new Miss America nude in an old issue of Penthouse, pictures of her elegantly posed on her knees and on her back that forced the shamed young woman to relinquish her crown and go on to become a huge pop star. Ninety-eight in New England was a summer of exquisite warmth and sunshine, in baseball a summer of mythical battle between a home-run god who was white, and a home-run god who was brown, and in America the summer of an enormous piety binge, a purity binge, when terrorism - which had replaced communism as the prevailing threat to the country's security - was succeeded by cocksucking, and a virile, youthful middle-aged president and a brash, smitten twenty-one-year-old employee carrying on in the Oval Office like two teenage kids in a parking lot revived America's oldest communal passion, historically perhaps its most treacherous and subversive pleasure: the ecstasy of sanctimony" (2).

The ecstasy of sanctimony! Have you ever heard a better description of so much of American society? The way he sets the stage for his narrative here is so masterful, so beautiful and gritty at the same time - I knew the rest of the book was going to be good. And I was right.

I thoroughly enjoyed the way Roth unfolds Coleman Silk's story in a nonlinear fashion, and his entanglements (in different ways) with the other people whose stories we get to hear (Faunia, Les, and Delphine). That, in combination with his exquisite writing, really made this a very enjoyable read.

Stunningly good. This is truly what I once heard a slightly bumbling English professor call a 'summa novel:' a summation of the author's greatest and gravest concerns in one potent brew. Maybe another way to put it would be to say that there's plenty of material here for any Lit Studies major to unpack. I used to be vocally against any kind of obvious symbolism or thematic portents (Why can't a crow just be a fucking crow? and so on) but damn if I wasn't impressed by Roth's stable of themes here: you've got the crows mentioned above; blowjobs; blood; Greek tragedy; the way things used to be in old New Jersey (see also: [b:American Pastoral|11650|American Pastoral|Philip Roth|http://photo.goodreads.com/books/1203002984s/11650.jpg|598119]); secrets and confessions; etc. And this is to say nothing of the character-building he does with the four principals, which is some of the most vivid, intense writing I've seen in a Philip Roth book. Just great stuff all around. Far and away the best thing I've read by this old fart.

Cupertino Book Group

I read this on a recommendation from a friend. The recommendation was based more on my interest in the plot than anything else. While Roth is a capable writer, I too often felt like he had swallowed a thesaurus and just had to use big words to show everyone how smart he is. This doesn't bother me with other writers, such as Proulx, when it feels genuine and necessary, but with Roth I just wanted him to stop trying so damn hard. Still an interesting situation and not without some merit.

not even worth 1 star. an old man having an affair with a 30 something year old woman???? had to stop reading in the first 30 pages. it was honestly a waste of my time

I so wish Roth was alive to record our current times. No one can write like he did…

Em termos formais, a Mancha é pura tragédia, e por isso não adianta gritar contra Roth e a manipulação emocional, isso faz parte do género, está na essência do tecido de relações humanas recortado para nos ser contado. O que podemos analisar é como o faz, procurar perceber se se limita à exploração de sentimentos, ou se esses estão ali a serviço de algo maior e disso restam poucas dúvidas quando terminamos a leitura do último parágrafo. A "Mancha" é humana, a sua essência somos nós, e por meio da tragédia Roth leva-nos ao interior do nosso ser, desembaraça-nos dos despojos da vida em sociedade, dos seus medos, culpas e vergonhas e obriga-nos a refletir sobre aquilo que de nós resta.

[IMAGEM]
[A tradução de Fernanda Pinto Rodrigues para a Dom Quixote está soberba, ainda assim dos excertos que li em inglês, posso dizer que Roth é ainda mais entusiasmante no original]

Coleman Silk atingiu o pico da carreira, Reitor de uma universidade americana, a sua queda é o tema central da tragédia, focando-se Roth sobre aqueles que o vão acompanhar nessa descida, o amigo escritor Zuckerman (espécie de alter-ego de Roth), e o confronto entre o seu passado pré-universidade, o presente e o futuro. Este é o cenário de fundo que vai permitir a Roth explorar os mais intrincados comportamentos humanos, do poder ao racismo, da amizade à família, do amor ao ódio. Tudo isto pode ser visto no filme homónimo realizado por Robert Benton, que conta com nada menos do que Anthony Hopkins e Nicole Kidman, mas que apesar de nos poder dar a conhecer a história em toda a sua evidência, e sendo um bom filme, fica imensamente distante do livro.

Não se trata apenas do detalhe ou da diferença entre os diferentes média, a diferença aqui é evidenciada pela mestria de Roth no manejo da escrita. O modo como trabalhou o enredo, numa estrutura encapsulada e não-linear, para a qual criou personagens, não apenas soberbos e interessantes, mas que descreve de um modo profuso, intenso e extremamente íntimo. Com a não-linearidade a fazer brotar constantes descobertas, à medida que vamos lendo, e vamos compreendendo mais sobre cada um dos personagens. Roth não usa a deslinearização apenas como artifício para a participação do leitor, mas antes para enriquecer o que nos vai contando, de modo a levar-nos cada vez mais ao fundo de cada um dos envolvidos. A cada novo descamar do enredo, percebemos que não apenas saltamos no tempo, para frente ou para trás, mas que Roth como que abre um vortex por meio do qual nos leva a conhecer o interior do sentir de mais um daqueles personagens.

“Durante quarenta anos fez o que era necessário fazer. Andou atarefado, e a natureza, que é a besta, mudou-se para uma caixa. Agora essa caixa está aberta. Ser reitor, ser pai, ser marido, ser intelectual, professor, ler livros, dar lições, corrigir textos, dar notas, tudo isso acabou. Evidentemente que já não é a vigorosa besta lúbrica que foi. Mas o que resta da besta, o que resta dessa coisa natural, é com isso que ele está agora em contacto, com o que resta. E sente-se feliz por isso, sente-se grato por estar em contacto com o que resta. Sente-se mais do que feliz: sente-se emocionado, e já está ligado, profundamente ligado a ela, por causa dessa emoção. Não é de família que se trata, a biologia já não lhe serve para nada. Não é família, não é responsabilidade, não é dever, não é dinheiro, não é uma filosofia partilhada ou o amor à literatura, não são grandes discussões de ideias. Não, o que o liga a ela é a emoção. Amanhã descobrem-lhe um cancro e acabou-se. Mas hoje, agora, tem essa emoção.” (excerto de "A Mancha Humana")

"(..) nós deixamos uma mancha, deixamos um rasto, deixamos a nossa marca. Impureza, crueldade, mau trato, erro, excremento, sémen. Não há outra maneira de estar aqui. Não tem nada a ver com desobediência. Nem com graça, ou salvação, ou redenção. Está em todos. Sopro interior. Inerente. Determinante. A mancha que existe antes da sua marca. Sem o sinal de que está lá. A mancha que é tão intrínseca que não precisa de uma marca. A mancha que precede a desobediência, que engloba a desobediência e confunde toda e qualquer explicação e compreensão. É por isso que toda a purificação é uma anedota. É uma anedota básica, ainda por cima. A fantasia da pureza é aterradora. É demencial." (excerto de "A Mancha Humana")

De algumas análises que li, nomeadamente na comparação da alegada “Trilogia Americana” de Roth, na qual a “Pastoral Americana” (1997) seria o primeiro volume, “Casei-me com um Comunista” (1998), o segundo, e “A Mancha Humana” (2000) o terceiro, parece ser consensual, apesar da “Pastoral” ter ganho o Pulitzer, que a “Mancha” é o pináculo, não apenas da trilogia, mas da obra de Roth. Provavelmente por ser aqui que vai mais longe na análise das pessoas, centrando-se nos efeitos das convenções sociais que as amarram e domesticam, e menos nas componentes políticas de cada um dos momentos representados.

Por outro lado, e ao contrário do que por vezes já disse aqui no blog, a quantidade de trabalho criado por Roth não lhe foi saindo como repetição, mais do mesmo, mas antes como aprimoramento da sua mestria, com esta a evoluir continuamente ao longo da sua carreira. Roth tinha 70 anos quando escreveu a “Mancha” e isso nota-se, muito do que aqui se diz, não era possível de ser pensado por alguém com 30 ou 40 anos, é preciso experiência de vida, viver, sofrer, acertar e errar. A sua escrita foi assim tornando-se mais intensa, entrosada, e íntima, sendo responsável por muito daquilo em que se transforma a experiência das suas tragédias narradas.

Para fechar, quero deixar um excerto de uma passagem, na qual Roth usa uma referência a um andamento de Mahler, que descreve de modo belíssimo, e aproveitando a particularidade multimédia do blog deixo a música, esperando assim proporcionar um momento especial a quem desejar realizar a leitura enquanto ouve:

[VIDEO]
Mahler, Symphony No 3, por Abbado

“O percurso a pé para o cemitério, a três quarteirões de distância, foi em grande parte memorável pelo facto de, aparentemente, não ter acontecido. Num momento estávamos paralisados pela infinita vulnerabilidade do adágio de Mahler, por aquela simplicidade que não é artifício, que não é uma estratégia, que quase parece desenrolar-se com o ritmo acumulado da vida e com toda a relutância da vida em terminar… num momento estávamos paralisados por aquela rara justaposição de grandiosidade e intimidade que começa na serena, cantante e contida intensidade das cordas e depois sobe, em vagas, pelo pesado falso final que conduz ao verdadeiro, ao prolongado, ao magnífico final… num momento estávamos paralisados pelo crescendo, pela subida, pela culminância e pela acalmia de uma orgia elegíaca que se espraia, espraia, a um ritmo determinado que nunca muda, recuando para logo voltar como uma dor ou um anseio que não desaparecem… num momento estávamos, levados pela insistência crescente de Mahler…” excerto de "A Mancha Humana"


Para ler com links, imagens e vídeo, ler em: http://virtual-illusion.blogspot.pt/2015/08/a-mancha-humana-2000.html
challenging dark reflective tense slow-paced
Plot or Character Driven: Character
Strong character development: No
Loveable characters: No
Diverse cast of characters: Yes
Flaws of characters a main focus: Yes
dark emotional reflective sad slow-paced
dark reflective medium-paced
Plot or Character Driven: Character
Strong character development: Yes
Loveable characters: Yes
Diverse cast of characters: Yes
Flaws of characters a main focus: Yes