Take a photo of a barcode or cover
adventurous
reflective
slow-paced
Plot or Character Driven:
Plot
Strong character development:
Yes
Diverse cast of characters:
Yes
adventurous
lighthearted
mysterious
slow-paced
Plot or Character Driven:
Character
Strong character development:
No
Loveable characters:
No
Diverse cast of characters:
No
Flaws of characters a main focus:
Yes
adventurous
slow-paced
Loveable characters:
No
Diverse cast of characters:
No
Mais do que um clássico, é parte do imaginário cultural ocidental, não existindo quem não conheça a história, de tanto ser reproduzida e recontada nas mais variadas formas. É o primeiro romance realista, lançado em 1719, escrito por um jornalista que baseado em casos reais, de pessoas perdidas em ilhas do Pacífico, resolveu ficcionar uma história escrita. Apesar de toda a sua relevância, sobreviveu mal ao tempo sendo hoje um livro que, apesar de clássico, serve melhor o público infantil.
As minhas maiores reticências face a Robinson Crusoé começam pela ausência de pano psicológico, e não falo de desvelações profundas sobre o sentir do personagem, mas tão só a simples descrição do isolamento humano. Isso é algo que não existe em Robinson Crusoé, nunca ele se sente só, tem sempre algo para fazer, construir, conquistar. Apesar de ter consigo um cão e gatos, nunca estes são descritos, nem sequer servem para falar do estado de alma de Robinson. Aliás, tudo isto é por demais perturbador quando ao naufragar na ilha, o personagem não tem qualquer curiosidade em ir ver se está realmente numa ilha ou península, em ver se existem outras pessoas ali perto, passando meses sem nunca dar a volta a ilha, limitando-se a um pequeno cantinho da mesma. São 28 anos vividos na solidão que poderiam bem ter sido vividos numa qualquer encosta de montanha, a dois ou três quilómetros da civilização. Intui-se muito rapidamente que o autor está a escrever com base em relatos, e não em qualquer experiência verdadeiramente vivida e sentida.
Do mesmo modo as descrições sobre caça e comida roçam o ridículo, com Robinson a referir a necessidade de investir todos os dias 3 horas em caça, trazendo animais de grande porte, como Lamas (apesar de ter situado a ilha no Atlântico), passando a ideia que não vive ali apenas um ser humano mas uma família numerosa. É verdade que ninguém naquela altura pensava nos animais que se caçavam ou nas árvores que se cortavam, como se os recursos do planeta fossem infinitos, mas é angustiante ler os hábitos que o escritor incute no personagem, como se o ser humano fosse não apenas insaciável, mas superior a qualquer outro animal no planeta.
Todo o livro está pejado de um discurso profundamente colonialista, egocentrado, com o europeu hábil e astuto capaz de transformar o ecossistema em que vive graças à sua enorme inteligência, por oposição aos nativos que não passam de sub-humanos, canibais, sem conhecimento de Deus e por isso incapazes de ir além pela fraqueza de espírito. A tudo isto serve muito bem a presença dos portugueses que estão quase todo o livro presentes no desenvolvimento de Crusoé, espelhando historicamente aquilo que fomos durante tempo demais.
Dito tudo isto, é um pequeno livro que interessará ao público mais jovem pelo seu lado aventureiro, desde logo pela ideia romântica de se viver isolado do mundo numa ilha, mas também pelo ficcionar de vários episódios rocambolescos — com piratas, canibais, e motins. Nesse sentido o modo como o personagem de Crusoé recorre aos conhecimentos que detém para edificar as suas casas e cultivar cereais acaba sendo o que de melhor se retira. Embora, seja aconselhável uma conversa com os leitores, no sentido de providenciar um olhar crítico sobre muito do que ali se vai desenrolando.
Publicado no VI (https://virtual-illusion.blogspot.pt/2017/06/robinson-crusoe-1719.html).
As minhas maiores reticências face a Robinson Crusoé começam pela ausência de pano psicológico, e não falo de desvelações profundas sobre o sentir do personagem, mas tão só a simples descrição do isolamento humano. Isso é algo que não existe em Robinson Crusoé, nunca ele se sente só, tem sempre algo para fazer, construir, conquistar. Apesar de ter consigo um cão e gatos, nunca estes são descritos, nem sequer servem para falar do estado de alma de Robinson. Aliás, tudo isto é por demais perturbador quando ao naufragar na ilha, o personagem não tem qualquer curiosidade em ir ver se está realmente numa ilha ou península, em ver se existem outras pessoas ali perto, passando meses sem nunca dar a volta a ilha, limitando-se a um pequeno cantinho da mesma. São 28 anos vividos na solidão que poderiam bem ter sido vividos numa qualquer encosta de montanha, a dois ou três quilómetros da civilização. Intui-se muito rapidamente que o autor está a escrever com base em relatos, e não em qualquer experiência verdadeiramente vivida e sentida.
Do mesmo modo as descrições sobre caça e comida roçam o ridículo, com Robinson a referir a necessidade de investir todos os dias 3 horas em caça, trazendo animais de grande porte, como Lamas (apesar de ter situado a ilha no Atlântico), passando a ideia que não vive ali apenas um ser humano mas uma família numerosa. É verdade que ninguém naquela altura pensava nos animais que se caçavam ou nas árvores que se cortavam, como se os recursos do planeta fossem infinitos, mas é angustiante ler os hábitos que o escritor incute no personagem, como se o ser humano fosse não apenas insaciável, mas superior a qualquer outro animal no planeta.
Todo o livro está pejado de um discurso profundamente colonialista, egocentrado, com o europeu hábil e astuto capaz de transformar o ecossistema em que vive graças à sua enorme inteligência, por oposição aos nativos que não passam de sub-humanos, canibais, sem conhecimento de Deus e por isso incapazes de ir além pela fraqueza de espírito. A tudo isto serve muito bem a presença dos portugueses que estão quase todo o livro presentes no desenvolvimento de Crusoé, espelhando historicamente aquilo que fomos durante tempo demais.
Dito tudo isto, é um pequeno livro que interessará ao público mais jovem pelo seu lado aventureiro, desde logo pela ideia romântica de se viver isolado do mundo numa ilha, mas também pelo ficcionar de vários episódios rocambolescos — com piratas, canibais, e motins. Nesse sentido o modo como o personagem de Crusoé recorre aos conhecimentos que detém para edificar as suas casas e cultivar cereais acaba sendo o que de melhor se retira. Embora, seja aconselhável uma conversa com os leitores, no sentido de providenciar um olhar crítico sobre muito do que ali se vai desenrolando.
Publicado no VI (https://virtual-illusion.blogspot.pt/2017/06/robinson-crusoe-1719.html).
I always meant to read this book because I love a good maritime adventure and because it’s so frequently mentioned in Wilkie Collins’ “The Moonstone”
I was not disappointed, but then, I’m used to works of this age and works by Daniel Defoe.
Instead of doing a proper review (because I think we all know the outline, at least, of the story and obviously from my rating I enjoyed it well enough) I’m going to address the frequent issues that I see negative reviews write.
1) To say that the natives were cannibals is NOT racist. A lot of the tribes there *were* cannibals. I recognize that in the modern day this is universally frowned on, but those are modern morals. The natives saw nothing intrinsically immoral in eating an enemy’s flesh (they thought they’d get power from it), and this is not a unique idea, and so there is nothing insulting in accusing them of it. Plus this was a legitimate and very real concern of sailor men around this time, and on top of it, sailors tended to be superstitious.
2) The story is too religious. Yes, its religious. Sort of. If you read Moll Flanders or Roxana your opinion on what Defoe was trying to accomplish might change. Not to mention, if you are stuck with a bible by yourself on an island, you will probably either become very religious yourself or go insane.
3) Crusoe is a hypocrite, hated being a slave, trades in slaves. Etc. Yes, obviously. Again, if you read Roxana or Moll Flanders you would realize that Defoe was using Crusoe as a foil against the modern morality of his times.
Was the story slow? Kind of. I don’t understand why Defoe inserted the journal entry after already taking several chapters to explain everything already. Maybe I should give him credit because it *was* purported to be the first novel of the English language and maybe h hadn’t really figure out the formula yet. Still I found his adventures and ingenuity interesting enough. I look forward to re-reading it in a few years.
There are several excellent versions of this audiobook provided for free on Librivox.org.
I was not disappointed, but then, I’m used to works of this age and works by Daniel Defoe.
Instead of doing a proper review (because I think we all know the outline, at least, of the story and obviously from my rating I enjoyed it well enough) I’m going to address the frequent issues that I see negative reviews write.
1) To say that the natives were cannibals is NOT racist. A lot of the tribes there *were* cannibals. I recognize that in the modern day this is universally frowned on, but those are modern morals. The natives saw nothing intrinsically immoral in eating an enemy’s flesh (they thought they’d get power from it), and this is not a unique idea, and so there is nothing insulting in accusing them of it. Plus this was a legitimate and very real concern of sailor men around this time, and on top of it, sailors tended to be superstitious.
2) The story is too religious. Yes, its religious. Sort of. If you read Moll Flanders or Roxana your opinion on what Defoe was trying to accomplish might change. Not to mention, if you are stuck with a bible by yourself on an island, you will probably either become very religious yourself or go insane.
3) Crusoe is a hypocrite, hated being a slave, trades in slaves. Etc. Yes, obviously. Again, if you read Roxana or Moll Flanders you would realize that Defoe was using Crusoe as a foil against the modern morality of his times.
Was the story slow? Kind of. I don’t understand why Defoe inserted the journal entry after already taking several chapters to explain everything already. Maybe I should give him credit because it *was* purported to be the first novel of the English language and maybe h hadn’t really figure out the formula yet. Still I found his adventures and ingenuity interesting enough. I look forward to re-reading it in a few years.
There are several excellent versions of this audiobook provided for free on Librivox.org.
i can recognize and appreciate it as being one of the first instances of a novel in the english language, however it is very much a product of its time and the extreme racism and colonial-saviourism is incredibly uncomfortable and hard to look past. theres like an entire page dedicated to calling different ethnicities ugly for xyz reasons. the character of friday IS the worst character i have ever read. absolutely disgusting depiction of indigenous people, and anytime friday was present i wanted to throw up. so gross and uncomfortable to the professor who assigned this book for class...
The middle of this book was really boring and I found myself skimming through those parts. But the beginning and the end of the book were fun to read.
adventurous
dark
reflective
slow-paced
Plot or Character Driven:
A mix
Strong character development:
Yes
Loveable characters:
No
Diverse cast of characters:
Complicated
Flaws of characters a main focus:
Complicated
Big colonizer vibes
Graphic: Racism, Slavery, Cannibalism
Moderate: Violence