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Depois do espantoso trabalho de Bruno Bettelheim (e um par de outros maravilhosos autores), sob as variadas facetas desta/s obra/s, pouco ou nada há a acrescentar. E, sendo este um campo em que não estou particularmente confortável - já que estas coletâneas por parte dos Irmãos Grimm são inseparáveis, no mínimo, do estudo do folclore local - cinjo-me ao que conheço e sobre o que posso, com o mínimo de legitimidade, opinar: a presente edição.
Não sou exaustiva - porque não quero e porque não faria qualquer sentido usar deste espaço para me armar em sumidade no campo da linguística (aliás, as releituras das minhas reviews deixam passar tantos ou mais erros que a edição que me proponho condenar - a diferença subjaz ao facto de eu não vender a minha opinião e, como tal, não estar minimamente obrigada a produzir um texto com qualidade), mas ficam, vinha eu a dizer, em traços gerais, alguns problemas encontrados numa edição como as demais a que o Relógio D'Água normalmente nos habitua (e mal!) - uma edição feita às três pancadas, por falta de orçamento ou de génio, com duas revisoras diferentes, o que, só por si, não é grande indicador de qualidade num volume que não chega às 200 páginas com fonte de tamanho anormalmente grande.
E em tão pouco espaço temos:
Inconsistência na introdução do discurso direto: ora com travessão ora com aspas, às vezes no mesmo parágrafo; gralhas atrás de gralhas: "vem comigo (...) e seres minha mulher"; erros tipográficos como o desaparecimento de letras em final de palavra (o que sofrem os "s" neste caso!); o uso infeliz do não dicionarizado "Hé!" - usado como interjeição de espanto; o emprego de vários tempos verbais na mesma frase; o uso incorreto de pronomes átonos: "ensinou-lhe a trabalhar"; péssimo domínio dos esquemas sintáticos - a posição dos clíticos então é só assustadoramente irregular e não obedece nem às regras mais básicas, e toda uma sorte de más opções que envenenam a leitura de qualquer alma que ainda tenha o mínimo de apreço por uma edição cuidada.
Não sou exaustiva - porque não quero e porque não faria qualquer sentido usar deste espaço para me armar em sumidade no campo da linguística (aliás, as releituras das minhas reviews deixam passar tantos ou mais erros que a edição que me proponho condenar - a diferença subjaz ao facto de eu não vender a minha opinião e, como tal, não estar minimamente obrigada a produzir um texto com qualidade), mas ficam, vinha eu a dizer, em traços gerais, alguns problemas encontrados numa edição como as demais a que o Relógio D'Água normalmente nos habitua (e mal!) - uma edição feita às três pancadas, por falta de orçamento ou de génio, com duas revisoras diferentes, o que, só por si, não é grande indicador de qualidade num volume que não chega às 200 páginas com fonte de tamanho anormalmente grande.
E em tão pouco espaço temos:
Inconsistência na introdução do discurso direto: ora com travessão ora com aspas, às vezes no mesmo parágrafo; gralhas atrás de gralhas: "vem comigo (...) e seres minha mulher"; erros tipográficos como o desaparecimento de letras em final de palavra (o que sofrem os "s" neste caso!); o uso infeliz do não dicionarizado "Hé!" - usado como interjeição de espanto; o emprego de vários tempos verbais na mesma frase; o uso incorreto de pronomes átonos: "ensinou-lhe a trabalhar"; péssimo domínio dos esquemas sintáticos - a posição dos clíticos então é só assustadoramente irregular e não obedece nem às regras mais básicas, e toda uma sorte de más opções que envenenam a leitura de qualquer alma que ainda tenha o mínimo de apreço por uma edição cuidada.