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<i>Amo o homem, como meu igual; mas a autoridade do seu cetro, quer seja autêntico ou usurpado, não me abrange, a não ser que a razão de um indivíduo exija a minha homenagem; e mesmo nesse caso será à razão que me submeterei, não ao homem.</i>
Wollstonecraft é, dentre as mulheres que admiro, aquela com quem mais frequentemente discordo. E discordo sobretudo da sua intransigência perante a feminilidade - que, no seu vocabulário, se compõe de «palavras delicadas, corações suscetíveis, sentimentos delicados e gostos refinados» sendo estes «sinónimos de epítetos de fraqueza», e, sobretudo, da sua assunção da superioridade biológica do homem.
É certo que falamos do século XVIII, de um contexto político-social e pessoal muito particular, mas Wollstonecraft não é a única, e, certamente, não é a primeira autora a defender os direitos das mulheres - Olympe de Gouges ocorre, desde logo, à memória, mas, em Portugal, temos dois exemplos ainda mais recuados na pessoa de Paula da Graça que, em 1715, publicava um livro intitulado <i>Bondade das Mulheres Vendicada e Malícia dos Homens Manifesta</i>, e de Gertrudes Margarida de Jesus que, em 1761, levava à estampa, a <i>Primeira carta apologética em favor e defesa das mulheres</i> (e, se estamos a considerar o protofeminismo a lista espraia-se por vários outros nomes). Ora, na leitura de qualquer destas - de Gouges, Paula da Graça ou Margarida de Jesus-, não se encontra essa mesma resignação ao que Wollstonecraft considera uma superioridade biológica masculina (pelo contrário, a retórica das obras portuguesas é bastante agressiva em relação à supremacia masculina, recorrendo a metáforas que remetem para a desigualdade de poder e não biológica), consequentemente, partimos de uma posição mais facilmente defensável. Mas Wollstonecraft não se facilita as coisas, em especial porque o seu conservadorismo moral e o enfoque nas questões da maternidade, da resignação à fatalidade evolutiva e à superioridade física masculina vão contra tudo aquilo que é o feminismo contemporâneo.*
Todavia, postas as coisas no seu lugar, os escritos de <i>Uma vindicação dos direitos da mulher</i>, não deixam de ser revolucionários e não fica difícil imaginar a celeuma por eles provocada no contexto pós-Revolução Francesa. E mais, embora sendo um texto que não envelheceu de forma heterogénea (muito por força das suas contradições), este manifesto de Wollstonecraft mantém-se - não sei se felizmente, se infelizmente - relevante. Sobretudo quando incita ao debate sobre a condição despótica da inocência feminina...
<i>E quererão os moralistas afirmar que esta é a condição em que metade da raça humana deve ser encorajada a permanecer, num ócio desanimado e numa subserviência idiota? Benévolos mestres, com que fim fomos criadas? Para permanecer, dizem-nos, inocentes; o que querem dizer é num estado infantil. Melhor seria não termos nascido, a não ser que tenha sido necessário sermos criadas para permitir que o homem atingisse o nobre privilégio da razão, o poder de distinguir o bem do mal, enquanto nós nos reclinamos no pó de onde viemos, para nunca nos erguermos.</i>
...sobre a tirania cultural...
<i>Se a inteligência feminina for fortalecida pela ampliação, a obediência cega chegará ao fim. Mas, como a obediência cega é sempre desejada pelo poder, os tiranos e os sensualistas têm razão quando tentam manter as mulheres nas trevas, pois os primeiros querem escravas, e os segundos, brinquedos.</i>
...e sobre a educação. Aliás, é precisamente enquanto crítica ao sistema educativo que este texto de Wollstonecraft efetivamente brilha. Começando por defender o peso da educação social, a autora propõe uma revolução estrutural capaz de operar mudanças nas gerações futuras, afirmando que «até que a constituição da sociedade seja alterada, não se pode esperar muito da educação», o que a leva à questão central da sua tese - a de uma educação igualitária:
<i>«Eduquem as mulheres como os homens», diz Rousseau, «e, quanto mais se assemelharem ao nosso sexo, menos poder terão sobre nós». É este o objetivo que pretendo atingir. Não desejo que as mulheres tenham poder sobre os homens, mas sobre si mesmas.</i>
Sempre racional, e focada na crítica a Rousseau - e ao seu misógino <i>Tratado da Educação</i> -, Wollstonecraft vai tecendo reparos que nos são hoje muito óbvios, sejam eles sobre a primazia da individualidade e do pensamento próprio...
<i>Se a totalidade das faculdades mentais da mulher for cultivada apenas no que diz respeito à sua dependência do homem; se, ao adquirir um marido, ela tiver atingido a totalidade dos seus objetivos e, com mesquinho orgulho, ficar satisfeita com esta coroa insignificante, então, ela que se deixe aviltar, satisfeita com ocupações que mal a elevam acima do reino animal. Mas, se, debatendo-se pelo prémio da sua superior vocação, ela projetar o olhar para lá da cena presente, que cultive o entendimento sem parar para pensar com que tipo de marido estará destinada a casar.</i>
...sobre a independência intelectual e financeira das mulheres...
<i>As mulheres podem certamente estudar as artes da cura e ser médicas, para além de enfermeiras.(...)Podem ainda estudar política, fazendo assentar a sua boa vontade na mais ampla das bases(...)As mulheres poderiam ainda dedicar-se a negócios de vários tipos, se fossem educadas de uma forma mais ordenada,(...) Não teriam então de se casar para ser sustentadas, do mesmo modo que os homens aceitam cargos em governos, descurando os deveres implícitos.</i>
...sobre a subordinação à doutrina religiosa...
<i>(...) como poucos (supomos) são aqueles que, tendo ponderado o assunto seriamente, alguma vez consideram que Eva tivesse sido literalmente uma costela de Adão, a dedução deve ser abandonada. Ou devemos admiti-la apenas no sentido em que comprova que o homem tem, desde a mais remota Antiguidade, achado por bem subjugar a sua companheira, inventando a ideia de que ela deveria baixar a cabeça ao jugo, visto que toda a criação haveria sido criada para conveniência e prazer dele.</i>
...ou mesmo sobre o papel que a literatura normativa (masculina) tem sobre as perceções culturais sobre o feminino:
</i>(...) num tratado sobre direitos e modos femininos, os livros escritos tendo particularmente em vista o desenvolvimento das mulheres não devem ser postos de parte. Sobretudo quando afirmam diretamente que as mentes das mulheres são enfraquecidas pelo falso primor; que os livros de instrução escritos por homens de génio têm seguido a mesma tendência que as produções mais frívolas; e que, ao estilo do mais autêntico maometismo, são tratadas como uma sorte de seres subordinados, e não como parte da espécie humana, quando se concede que a razão, passível de ser aperfeiçoada, é a digna distinção que eleva o homem acima das brutas criaturas, depositando numa frágil mão um cetro natural.</i>
Aquilo, no entanto, que mais impressiona neste texto (pelo menos, aquilo que a mim mais impressionou), é a sua ênfase <i>avant la lettre</i> nas estruturas sociais, na dependência económica e na crítica às dinâmicas de poder que, podemos dizer, antecipam as análises marxistas feministas do século XX:
<i>É do respeito dado à propriedade que flui, como de uma fonte envenenada, a maior parte dos males e dos vícios que fazem deste mundo um panorama tão infeliz para a mente contemplativa. Pois é na mais refinada sociedade que os répteis daninhos e as serpentes venenosas se escondem na erva rasa; e existe nela uma voluptuosidade, cultivada no ar cálido e estagnado, que desleixa qualquer boa-disposição antes de ela amadurecer para a virtude.</i>
É certo que esta <i>Vindicação</i> amorna e afrouxa lá para metade do livro - não ajuda que Wollstonecraft se aproxime tanto da crítica religiosa e da moralidade dos costumes -, mas esses <i>handicaps</i> acusam apenas uma mulher real por detrás da obra. Longe de olhar para a autora como símbolo (o que não se deve encorajar já que dá azo a barbaridades como a de a apelidar como primeira feminista) é mais produtivo olhar para ela como uma criatura imperfeita e falível, como todas as outras, mas uma criatura com uma clarividência e energia muito particulares, virtudes que fizeram dela, e da sua obra, marcos na procura por uma sociedade mais justa:
<i>(...) à medida que a boa politica for difundindo a liberdade, a humanidade, incluindo a mulher, tornar-se-á mais sábia a virtuosa.</i>
*Esta afirmação não está correta, como é obvio o feminismo atual está fraccionado ao milímetro e já consente várias formas de conservadorismo, mas reporto-me a um feminismo mais moderado que a maioria das mulheres assumirá atualmente (ou assim gosto de pensar).
Wollstonecraft é, dentre as mulheres que admiro, aquela com quem mais frequentemente discordo. E discordo sobretudo da sua intransigência perante a feminilidade - que, no seu vocabulário, se compõe de «palavras delicadas, corações suscetíveis, sentimentos delicados e gostos refinados» sendo estes «sinónimos de epítetos de fraqueza», e, sobretudo, da sua assunção da superioridade biológica do homem.
É certo que falamos do século XVIII, de um contexto político-social e pessoal muito particular, mas Wollstonecraft não é a única, e, certamente, não é a primeira autora a defender os direitos das mulheres - Olympe de Gouges ocorre, desde logo, à memória, mas, em Portugal, temos dois exemplos ainda mais recuados na pessoa de Paula da Graça que, em 1715, publicava um livro intitulado <i>Bondade das Mulheres Vendicada e Malícia dos Homens Manifesta</i>, e de Gertrudes Margarida de Jesus que, em 1761, levava à estampa, a <i>Primeira carta apologética em favor e defesa das mulheres</i> (e, se estamos a considerar o protofeminismo a lista espraia-se por vários outros nomes). Ora, na leitura de qualquer destas - de Gouges, Paula da Graça ou Margarida de Jesus-, não se encontra essa mesma resignação ao que Wollstonecraft considera uma superioridade biológica masculina (pelo contrário, a retórica das obras portuguesas é bastante agressiva em relação à supremacia masculina, recorrendo a metáforas que remetem para a desigualdade de poder e não biológica), consequentemente, partimos de uma posição mais facilmente defensável. Mas Wollstonecraft não se facilita as coisas, em especial porque o seu conservadorismo moral e o enfoque nas questões da maternidade, da resignação à fatalidade evolutiva e à superioridade física masculina vão contra tudo aquilo que é o feminismo contemporâneo.*
Todavia, postas as coisas no seu lugar, os escritos de <i>Uma vindicação dos direitos da mulher</i>, não deixam de ser revolucionários e não fica difícil imaginar a celeuma por eles provocada no contexto pós-Revolução Francesa. E mais, embora sendo um texto que não envelheceu de forma heterogénea (muito por força das suas contradições), este manifesto de Wollstonecraft mantém-se - não sei se felizmente, se infelizmente - relevante. Sobretudo quando incita ao debate sobre a condição despótica da inocência feminina...
<i>E quererão os moralistas afirmar que esta é a condição em que metade da raça humana deve ser encorajada a permanecer, num ócio desanimado e numa subserviência idiota? Benévolos mestres, com que fim fomos criadas? Para permanecer, dizem-nos, inocentes; o que querem dizer é num estado infantil. Melhor seria não termos nascido, a não ser que tenha sido necessário sermos criadas para permitir que o homem atingisse o nobre privilégio da razão, o poder de distinguir o bem do mal, enquanto nós nos reclinamos no pó de onde viemos, para nunca nos erguermos.</i>
...sobre a tirania cultural...
<i>Se a inteligência feminina for fortalecida pela ampliação, a obediência cega chegará ao fim. Mas, como a obediência cega é sempre desejada pelo poder, os tiranos e os sensualistas têm razão quando tentam manter as mulheres nas trevas, pois os primeiros querem escravas, e os segundos, brinquedos.</i>
...e sobre a educação. Aliás, é precisamente enquanto crítica ao sistema educativo que este texto de Wollstonecraft efetivamente brilha. Começando por defender o peso da educação social, a autora propõe uma revolução estrutural capaz de operar mudanças nas gerações futuras, afirmando que «até que a constituição da sociedade seja alterada, não se pode esperar muito da educação», o que a leva à questão central da sua tese - a de uma educação igualitária:
<i>«Eduquem as mulheres como os homens», diz Rousseau, «e, quanto mais se assemelharem ao nosso sexo, menos poder terão sobre nós». É este o objetivo que pretendo atingir. Não desejo que as mulheres tenham poder sobre os homens, mas sobre si mesmas.</i>
Sempre racional, e focada na crítica a Rousseau - e ao seu misógino <i>Tratado da Educação</i> -, Wollstonecraft vai tecendo reparos que nos são hoje muito óbvios, sejam eles sobre a primazia da individualidade e do pensamento próprio...
<i>Se a totalidade das faculdades mentais da mulher for cultivada apenas no que diz respeito à sua dependência do homem; se, ao adquirir um marido, ela tiver atingido a totalidade dos seus objetivos e, com mesquinho orgulho, ficar satisfeita com esta coroa insignificante, então, ela que se deixe aviltar, satisfeita com ocupações que mal a elevam acima do reino animal. Mas, se, debatendo-se pelo prémio da sua superior vocação, ela projetar o olhar para lá da cena presente, que cultive o entendimento sem parar para pensar com que tipo de marido estará destinada a casar.</i>
...sobre a independência intelectual e financeira das mulheres...
<i>As mulheres podem certamente estudar as artes da cura e ser médicas, para além de enfermeiras.(...)Podem ainda estudar política, fazendo assentar a sua boa vontade na mais ampla das bases(...)As mulheres poderiam ainda dedicar-se a negócios de vários tipos, se fossem educadas de uma forma mais ordenada,(...) Não teriam então de se casar para ser sustentadas, do mesmo modo que os homens aceitam cargos em governos, descurando os deveres implícitos.</i>
...sobre a subordinação à doutrina religiosa...
<i>(...) como poucos (supomos) são aqueles que, tendo ponderado o assunto seriamente, alguma vez consideram que Eva tivesse sido literalmente uma costela de Adão, a dedução deve ser abandonada. Ou devemos admiti-la apenas no sentido em que comprova que o homem tem, desde a mais remota Antiguidade, achado por bem subjugar a sua companheira, inventando a ideia de que ela deveria baixar a cabeça ao jugo, visto que toda a criação haveria sido criada para conveniência e prazer dele.</i>
...ou mesmo sobre o papel que a literatura normativa (masculina) tem sobre as perceções culturais sobre o feminino:
</i>(...) num tratado sobre direitos e modos femininos, os livros escritos tendo particularmente em vista o desenvolvimento das mulheres não devem ser postos de parte. Sobretudo quando afirmam diretamente que as mentes das mulheres são enfraquecidas pelo falso primor; que os livros de instrução escritos por homens de génio têm seguido a mesma tendência que as produções mais frívolas; e que, ao estilo do mais autêntico maometismo, são tratadas como uma sorte de seres subordinados, e não como parte da espécie humana, quando se concede que a razão, passível de ser aperfeiçoada, é a digna distinção que eleva o homem acima das brutas criaturas, depositando numa frágil mão um cetro natural.</i>
Aquilo, no entanto, que mais impressiona neste texto (pelo menos, aquilo que a mim mais impressionou), é a sua ênfase <i>avant la lettre</i> nas estruturas sociais, na dependência económica e na crítica às dinâmicas de poder que, podemos dizer, antecipam as análises marxistas feministas do século XX:
<i>É do respeito dado à propriedade que flui, como de uma fonte envenenada, a maior parte dos males e dos vícios que fazem deste mundo um panorama tão infeliz para a mente contemplativa. Pois é na mais refinada sociedade que os répteis daninhos e as serpentes venenosas se escondem na erva rasa; e existe nela uma voluptuosidade, cultivada no ar cálido e estagnado, que desleixa qualquer boa-disposição antes de ela amadurecer para a virtude.</i>
É certo que esta <i>Vindicação</i> amorna e afrouxa lá para metade do livro - não ajuda que Wollstonecraft se aproxime tanto da crítica religiosa e da moralidade dos costumes -, mas esses <i>handicaps</i> acusam apenas uma mulher real por detrás da obra. Longe de olhar para a autora como símbolo (o que não se deve encorajar já que dá azo a barbaridades como a de a apelidar como primeira feminista) é mais produtivo olhar para ela como uma criatura imperfeita e falível, como todas as outras, mas uma criatura com uma clarividência e energia muito particulares, virtudes que fizeram dela, e da sua obra, marcos na procura por uma sociedade mais justa:
<i>(...) à medida que a boa politica for difundindo a liberdade, a humanidade, incluindo a mulher, tornar-se-á mais sábia a virtuosa.</i>
*Esta afirmação não está correta, como é obvio o feminismo atual está fraccionado ao milímetro e já consente várias formas de conservadorismo, mas reporto-me a um feminismo mais moderado que a maioria das mulheres assumirá atualmente (ou assim gosto de pensar).
A primeira de muitas marcações que eu fiz nesse livro “É provável que a opinião prevalece de que a mulher foi criada para o homem tenha surgido da poética história de Moisés; todavia, como se supõe que muito poucos dos que pensaram seriamente sobre o tema sempre presumiram que Eva era, literalmente, uma das costelas de Adão, tal dedução deve ser esquecida ou admitida apenas como prova de que o homem, desde a mais remota Antiguidade, achou-a conveniente para exercer sua força, a fim de subjugar sua companheira, e utilizou sua invenção para mostrar que a mulher deveria ter seu pescoço sob jugo, porque toda a criação foi feita apenas para a conveniência e prazer do homem.”
fast-paced
A lot of the points that Wollstonecraft wrote about in the 1700s still pertain today, making this an interesting read for modern feminists. However, the 1700s was a very different time period, so there are some limitations to her work. For example, I find that she's a little too strict with the definition of what makes a woman foolish or dependent, she focuses solely on the middle-class and uses her experiences as a blanket-statement, and she falls victim to the idea that woman is already mostly perfect and an education will only serve to make her more perfect. Nevertheless, I think this is a great read and she does make many excellent arguments that still pertain today.
4,5
“No deseo que las mujeres tengan poder sobre los hombres, sino sobre sí mismas.”
Un imprescindible de la literatura feminista, la autora plantea la libertad de la mujer para hacerse un ser racional, habla sobre la sumisión a la que es sometida, sobre reglas sociales, amor, maternidad, y educación. Su pluma es un reflejo de la época, pero el texto fluido de leer.
“No deseo que las mujeres tengan poder sobre los hombres, sino sobre sí mismas.”
Un imprescindible de la literatura feminista, la autora plantea la libertad de la mujer para hacerse un ser racional, habla sobre la sumisión a la que es sometida, sobre reglas sociales, amor, maternidad, y educación. Su pluma es un reflejo de la época, pero el texto fluido de leer.
informative
inspiring
reflective