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Disney Big #2 by Guido Martina

rltinha's review

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3.0

Quando há tempos as Capazes, e bem, agiram publicamente contra uns Blocos de Atividades da Porto Editora diferenciados por género, atribuindo às meninas as actividades menos difíceis, pensei de imediato: é agora que o CSM e a OA vão emitir comunicados repudiando as publicações Disney (este formato Disney Big terminou, o que se lamenta, já que era aquele que continha melhor ratio página/€).
Mas nada foi dito ou feito, e a petizada continua a conviver com arte sequencial pata (sim, isto é um trocadilho) amplamente deformativa das noções de direito e justiça nas gerações futuras.

Ora, eu, que sei correlacionar os objectos cassete áudio e caneta Bic, detectei, só neste Disney Big #2, bizarrias jurídicas várias, das quais destaco as seguintes:
- raras vezes os Irmãos Metralha são detidos licitamente, afigurando-se que no ordenamento jurídico de Patópolis (será cidade-estado?) vigora um direito penal do agente e não do facto;
- os mesmos irmãos Metralha usam receber condenações sumárias, frequentemente fundamentadas em prova proibida, relativas as factos cujas molduras penais jamais permitiriam tão céleres «formas processuais»;
Assim se ensinando às crianças que a figura do agente provocador não determina invalidades probatórias amplamente consequentes, que é sempre legítima a gravação de imagens e voz sem consentimento do visado, que o excesso de legítima defesa não está sujeito a qualquer punição, etc.

Tão ou mais gravosa é a forma como neste título é tratado o exercício das responsabilidades parentais sobre os três sobrinhos do Donald: a CPCJ de Patópolis parece inexistir totalmente, pois que em nenhum momento se vêem devidamente sinalizadas situações como a sujeição dos patinhos a tratamentos cruéis e/ou degradantes, bem como a frequente a exploração do trabalho infantil (até mesmo por gerontes tios multimilionários).

Ficais devidamente advertidos para o que os garotos andam a ler.
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