Take a photo of a barcode or cover
A disconnected collection of tales characterizing life in the 50-70’s. If the stories had been kept separate, there may have been more potential for the book. Jumbled together as they are with no evidence of a common theme tying them together, it was an unsatisfying read. The reader has a good voice but does not vary his voice enough with different characters (especially women) making this even more difficult to follow.
I don't know how to begin to review an 800 page book of this complexity and beauty, but if you're into that kind of thing, you'd probably be into this.
I really enjoy DeLillo's writing. I get lost in his prose. That said, it took me forever to get through this book, and I had to keep reminding myself what I'd read because, like a great series or a 3+ hour movie, it began to lose my attention after a time despite it's obvious charms.
This might be more a critique of me, although in my defense, I read Anna Karenina twice and never found the same trouble remembering what was going on.
I may reread this book when my life is less stressful, maybe when I retire. But since I have to find a job to retire from first, it might be a while.
All that said, I'll read more of DeLillo's work. He's a charmer.
This might be more a critique of me, although in my defense, I read Anna Karenina twice and never found the same trouble remembering what was going on.
I may reread this book when my life is less stressful, maybe when I retire. But since I have to find a job to retire from first, it might be a while.
All that said, I'll read more of DeLillo's work. He's a charmer.
The first third of this mammoth work reminded me so much of DeLillo's 'White Noise.' It feels very much like a companion piece to that early work. And while there were many threads to juggle, I thought I could see how they might all come together in the end, but as the book progressed, the connections between the threads seem to grow more and more diffuse. The leaps in time, and the disparate threads, began to unravel and I began to lose all of the connections, or, at least, most of them.
The writing is lyric, poetic even, but at times I felt like it was beating me upside the head. I wanted less.
So, while there was much I truly enjoyed in this, I came away feeling empty.
The writing is lyric, poetic even, but at times I felt like it was beating me upside the head. I wanted less.
So, while there was much I truly enjoyed in this, I came away feeling empty.
To be honest, I didn't re-read the whole thing. I just re-read the first hundred-or-so pages. Also available as [b:Pafko at the Wall|162497|Pafko at the Wall|Don DeLillo|https://images.gr-assets.com/books/1328011138s/162497.jpg|156847]. I'm not a baseball guy, but I love this story.
challenging
mysterious
reflective
slow-paced
Plot or Character Driven:
A mix
Strong character development:
Complicated
As primeiras 400 páginas, 5 estrelas, as segundas 400 páginas, 2 estrelas. A escrita de DeLillo é, neste livro, sublime porque profusa, erudita, eloquente, e atmosférica. Na primeira parte somos apresentados a um conjunto de personagens, eventos e épocas. Na segunda parte DeLillo desenvolve uma profunda análise crítica por meio de uma fragmentação articulada, tipicamente pós-moderna, na qual envolve acontecimentos mais e menos conhecidos da história dos EUA, para dar forma ao imaginário coletivo americano.
Naturalmente a primeira parte deveria ser a mais maçuda e secante, contudo não o é, porque a escrita é fantástica, e tudo o que nos vai apresentando é sorvido por nós avidamente. Os personagens são tipicamente americanos que podemos reconhecer de muito do cinema americano, sente-se particularmente os anos 1950 e os 1970. Fala-se de muita coisa, com dois motivos centrais a funcionar como aglutinadores, o baseball e a guerra fria.
Todas as análises literárias se detêm sobre o primeiro capítulo, o qual foi inclusive destacado e re-publicado em livro à parte. Neste, DeLillo narra um dos grandes episódios do baseball americano a final de 1951 entre os Giants e os Dodgers, que apesar de todo o dramatismo envolvido à sua volta, terá assumido toda esta relevância por algo que DeLillo não diz de forma explícita, mas a que DeLillo é muito sensível, e que é o facto de ter sido o primeiro jogo a ser emitido pela televisão nacional dos EUA. Ou seja, o evento não ficou contido no estádio, nem na região, contaminou o imaginário de todos os americanos no país por meio desse meio de comunicação poderoso que foi a televisão, ao longo de toda a segunda metade do século passado.
[vídeo]
"The Shot Heard 'Round The World", Giants X Dodgers, 1951
Este primeiro capítulo, e primeiro episódio de "Underworld", marca o estilo do livro e aquilo que DeLillo pretende fazer. O seu objetivo é claramente entrar na psique do imaginário coletivo, dissecá-lo. A sua descrição é cabalmente detalhada e envolve inclusive personagens da época como Frank Sinatra ou J. Edgar Hoover. A sua leitura é uma enorme delícia, na forma, mas só na forma, e é aqui que reside o problema maior de “Underworld”. Ou seja, para grande parte dos não-americanos que não percebem o desporto, mas principalmente não detêm qualquer memória do evento reportado, a leitura funciona de forma estranha. Ou seja, em vez de aquele relato profuso nos ir fazendo aproximar do evento, acaba por nos afastar ainda mais, por não sermos parte do colectivo que conhece e se reconhece, porque o relato não se foca na tentativa de nos dar a compreender a grandiosidade do feito, mas antes foca-se na evocação dos sentires de quem o experienciou.
Por outro lado, o episódio seguinte, muito menos discutido, é muito mais efetivo, provavelmente pela sua universalidade. DeLillo continuando a sua digressão sobre os media, elabora uma descrição magistral de um dos assassínios do Assassino da Auto-Estrada do Texas. A particularidade do mesmo, é que tal como o jogo de baseball, é filmado, e passado e repassado nas televisões. Aqui temos uma alusão direta à criação de imaginário coletivo pelos meios de comunicação social. E podemos mesmo ligar este episódio ao primeiro, já que o enfoque na repetição da sequência, é no fundo um decalque daquilo que provavelmente terá acontecido com o jogo de baseball na televisão, em que terá sido repetido ad nauseam.
Dito isto, parecia termos aqui tudo para um livro magnífico. Apesar de não me interessar o baseball, o meu trabalho centra-se em redor dos efeitos dos media, logo tudo isto me interessaria, e tenho de dizer que este segundo episódio vale a leitura mesmo para quem não queira ler o resto do livro. Aliás os dois primeiros episódios, valem a leitura, recomendo vivamente.
O problema surge a seguir, quando DeLillo quer fazer da literatura um espelho dos sentires da massa colectiva criada pelos media. Porque o modo como o faz é por meio da multiplicação de personagens, de eventos históricos e fragmentação de linhas de enredo, o que acaba por nos fazer perder. A leitura ganha um grau acentuado de dificuldade, claramente na senda de um “Infinite Jest” (1996), mas com uma diferença, não existe um elemento unificador. Ou melhor, ele existe, mas por se tratar de um imaginário colectivo, não é algo palpável, nem facilmente delimitado, mais ainda porque trabalha múltiplos eventos da história de um país que não conhecemos, pelo menos o suficiente para o modo distanciado como DeLillo vai relatando. Acabamos assim perante uma massa de fragmentos narrativos, de personagens e eventos, pendurados no ar, sem conexão clara, e se racionalmente lhe podemos atribuir um rótulo, emocionalmente nada sentimos.
Em 2006, "Underworld" terá ficado em segundo lugar atrás de "Beloved" que venceu uma votação de críticos americanos da melhor literatura dos anteriores 25 anos. Comparando ambos, repetiria o argumento que fecha o parágrafo anterior: "Underworld" é um feito académico em termos de escrita, mas "Beloved" consegue aquilo que só a literatura completa consegue, transformar-nos.
Publicado no VI (https://virtual-illusion.blogspot.pt/2017/02/underworld-1997-delillo.html)
Naturalmente a primeira parte deveria ser a mais maçuda e secante, contudo não o é, porque a escrita é fantástica, e tudo o que nos vai apresentando é sorvido por nós avidamente. Os personagens são tipicamente americanos que podemos reconhecer de muito do cinema americano, sente-se particularmente os anos 1950 e os 1970. Fala-se de muita coisa, com dois motivos centrais a funcionar como aglutinadores, o baseball e a guerra fria.
Todas as análises literárias se detêm sobre o primeiro capítulo, o qual foi inclusive destacado e re-publicado em livro à parte. Neste, DeLillo narra um dos grandes episódios do baseball americano a final de 1951 entre os Giants e os Dodgers, que apesar de todo o dramatismo envolvido à sua volta, terá assumido toda esta relevância por algo que DeLillo não diz de forma explícita, mas a que DeLillo é muito sensível, e que é o facto de ter sido o primeiro jogo a ser emitido pela televisão nacional dos EUA. Ou seja, o evento não ficou contido no estádio, nem na região, contaminou o imaginário de todos os americanos no país por meio desse meio de comunicação poderoso que foi a televisão, ao longo de toda a segunda metade do século passado.
[vídeo]
"The Shot Heard 'Round The World", Giants X Dodgers, 1951
Este primeiro capítulo, e primeiro episódio de "Underworld", marca o estilo do livro e aquilo que DeLillo pretende fazer. O seu objetivo é claramente entrar na psique do imaginário coletivo, dissecá-lo. A sua descrição é cabalmente detalhada e envolve inclusive personagens da época como Frank Sinatra ou J. Edgar Hoover. A sua leitura é uma enorme delícia, na forma, mas só na forma, e é aqui que reside o problema maior de “Underworld”. Ou seja, para grande parte dos não-americanos que não percebem o desporto, mas principalmente não detêm qualquer memória do evento reportado, a leitura funciona de forma estranha. Ou seja, em vez de aquele relato profuso nos ir fazendo aproximar do evento, acaba por nos afastar ainda mais, por não sermos parte do colectivo que conhece e se reconhece, porque o relato não se foca na tentativa de nos dar a compreender a grandiosidade do feito, mas antes foca-se na evocação dos sentires de quem o experienciou.
Por outro lado, o episódio seguinte, muito menos discutido, é muito mais efetivo, provavelmente pela sua universalidade. DeLillo continuando a sua digressão sobre os media, elabora uma descrição magistral de um dos assassínios do Assassino da Auto-Estrada do Texas. A particularidade do mesmo, é que tal como o jogo de baseball, é filmado, e passado e repassado nas televisões. Aqui temos uma alusão direta à criação de imaginário coletivo pelos meios de comunicação social. E podemos mesmo ligar este episódio ao primeiro, já que o enfoque na repetição da sequência, é no fundo um decalque daquilo que provavelmente terá acontecido com o jogo de baseball na televisão, em que terá sido repetido ad nauseam.
Dito isto, parecia termos aqui tudo para um livro magnífico. Apesar de não me interessar o baseball, o meu trabalho centra-se em redor dos efeitos dos media, logo tudo isto me interessaria, e tenho de dizer que este segundo episódio vale a leitura mesmo para quem não queira ler o resto do livro. Aliás os dois primeiros episódios, valem a leitura, recomendo vivamente.
O problema surge a seguir, quando DeLillo quer fazer da literatura um espelho dos sentires da massa colectiva criada pelos media. Porque o modo como o faz é por meio da multiplicação de personagens, de eventos históricos e fragmentação de linhas de enredo, o que acaba por nos fazer perder. A leitura ganha um grau acentuado de dificuldade, claramente na senda de um “Infinite Jest” (1996), mas com uma diferença, não existe um elemento unificador. Ou melhor, ele existe, mas por se tratar de um imaginário colectivo, não é algo palpável, nem facilmente delimitado, mais ainda porque trabalha múltiplos eventos da história de um país que não conhecemos, pelo menos o suficiente para o modo distanciado como DeLillo vai relatando. Acabamos assim perante uma massa de fragmentos narrativos, de personagens e eventos, pendurados no ar, sem conexão clara, e se racionalmente lhe podemos atribuir um rótulo, emocionalmente nada sentimos.
Em 2006, "Underworld" terá ficado em segundo lugar atrás de "Beloved" que venceu uma votação de críticos americanos da melhor literatura dos anteriores 25 anos. Comparando ambos, repetiria o argumento que fecha o parágrafo anterior: "Underworld" é um feito académico em termos de escrita, mas "Beloved" consegue aquilo que só a literatura completa consegue, transformar-nos.
Publicado no VI (https://virtual-illusion.blogspot.pt/2017/02/underworld-1997-delillo.html)
challenging
dark
mysterious
reflective
slow-paced
Plot or Character Driven:
Character
Strong character development:
Yes
Loveable characters:
Complicated
Diverse cast of characters:
Yes
Flaws of characters a main focus:
Yes
For years, I circled Don DeLillo’s magnum opus Underworld like a vulture, or an airplane waiting to land. Once, a lifetime ago, I even made a valiant, if ill-fated, attempt at reading the thing, charging through the novel’s famous 60-page prologue documenting Bobby Thompson’s “Shot Heard ‘Round The World” before I became unmoored in Part One as protagonist Nick Shay drives through the desert in 1992 to find Klara Sax, a woman he had a brief sexual relationship with 40 years prior. Sax, now in her 70s, is a noted artist and is working with a team to paint hundreds of decommissioned American bomber planes as a kind of monument to the immensity of human waste. After another 30 or so pages, I had the feeling I was in over my head, and opted to discard Underworld, the irony not lost on me, and turn to DeLillo’s shorter fiction, books like the caustic and bleakly hilarious White Noise and the paranoid, sorrowful Libra.
Over the following years, I would continue to chip away at DeLillo’s oeuvre, each book augmenting and refining my understanding of his themes. I read his early, pulpy novels, his ascending middle period, and his later works which seem defined by absence as much as presence. I read Falling Man, his 2007 novel about the aftermath of the 9/11 attacks, divisive at the time of its publication, but which in years since has accumulated an aura of deep, masterful contemplation and restraint. I read his plays, short and often beguiling works that produce a fun-house mirror effect of his novels. I read his short stories, like punchy 45 singles compared to his novels and their album-like flow. And always Underworld loomed, staring at me from my bookshelf, its immense spine easily distinguishable.
Why did I wait so long? There are many reasons, but perhaps the most primal one was that I knew reading Underworld would be both a culmination and a death. I have read nearly everything the man has written, excepting one or two early books that both critics and the author himself categorize as misfires, though important to his development as a writer. DeLillo himself, at nearly 88 years old, may not publish again in his lifetime. To read so much of one writer’s output, to spend so much time inside one mind as it expands over my own like an Airborne Toxic Event is a dizzying, euphoric experience.
Inside DeLillo’s work I found someone fiercely individualistic, roaming freely through the modern and postmodern conditions in search of meaning. We share anxieties: the atomization of life through technology and media, the constant questioning and probing of reality, the connections between death and sex, the promises and failures of American exceptionalism. We also share loves: the cinematographic form as an intertextual object, the propensity of art to offer stigmatic transcendence, the immense possibilities of language, the devotional power of baseball. I approached DeLillo as a oblique mentor, a paranoid sage. He is someone who fears hidden things, and unmasks them, probing their strangeness, juxtaposing beauty and terror without hesitation. We share the curse of living through History, and I sought in his work not an answer, but questions, lines of inquiry that I could follow through the cave of my ignorance, as big as the world itself.
Which brings me back to Underworld, a novel which in the course of its 827 pages explores myriad themes of consumerism, waste, nuclear fallout, individualist identity, collective history, art, commerce, sex, drugs, baseball, Sergei Eisenstein, Mick Jagger, Lenny Bruce, the Cuban Missile Crisis, the Vietnam War, the military industrial complex, chess, student unrest, serial killers, the fall of the Soviet Union, power, conspiracy, the rise of the Internet, God. A whole half century scattered on the page like so much detritus, sculpted into something beautiful, like the Watts Towers referenced throughout. Descriptors like “best” or “greatest” in reference to its quality are meaningless. Underworld is a cathedral made of garbage, no less beautiful for its rancor and rancidity. Stripped away layer by stinking layer, at the bottom lies some fundamental truth about the world and how we experience it.
I worked faithfully and meticulously through the book until its last 150 or so pages, when the vice grip of DeLillo’s prose began to tighten and I found myself spiraling, squeezed like a tangerine, funneled through a whirlwind until I reached some nether-space, the limbo of adolescence and its heartbreaking, tragic finality. The weight of the world is immense, the weight of a single life is infinite. Collapsing into an intertextual singularity, moving from cosmic to quantum, the atomic bomb reduced to a single gunshot in the musky basement of a tenement building. All of it refracted through the novel’s very first line, ambiguous, perhaps entreating: “He speaks in your voice, American, and there's a shine in his eye that's halfway hopeful.”