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emannuelk 's review for:
O erotismo
by Fernando Scheibe, Georges Bataille
Mais uma leitura de apoio para uma possível pesquisa de doutorado.
Os pontos básicos de Bataille nesse livro são os seguintes:
1) O erotismo é oriundo da transgressão. Por isso, para que exista o erótico, são necessárias interdições, sejam sociais, históricas ou psicológicas. Ainda que não diretamente, o erótico sempre estabelece alguma relação com esses tabus, através do mimetismo, da transferência, da compensação ou da transgressão de fato.
2) A maior transgressão é aquela entre a vida e a morte. Entre a descontinuidade da consciência e continuidade da espécie. É esse aspecto que, para o autor, cria um paralelo entre o erotismo e o sagrado.
Repetindo esses dois pontos à exaustão, Bataille elabora um trabalho que tem aspectos antropológicos e teológicos, mas que fica bastante restrito, em parte devido ao seu próprio fervor, quase religioso. As escapadas à filosofia propriamente ditas são esparsas e, quase sempre, uma forma de autodefesa. É um tanto decepcionante, considerando quem é o autor, que a obra seja são restrita à sexualidade cis-heteronormativa. Mas a verdade é que, na maior parte do tempo, a sexualidade sequer é uma preocupação. Ao levar o erotismo para o nível espiritual, Bataille ignora grande parte do seu contexto físico e intelectual.
A questão da transgressão, no entanto, pode ser importante para minhas futuras pesquisas, embora sejam trabalhadas de formas diferentes em outros contextos.
Os pontos básicos de Bataille nesse livro são os seguintes:
1) O erotismo é oriundo da transgressão. Por isso, para que exista o erótico, são necessárias interdições, sejam sociais, históricas ou psicológicas. Ainda que não diretamente, o erótico sempre estabelece alguma relação com esses tabus, através do mimetismo, da transferência, da compensação ou da transgressão de fato.
2) A maior transgressão é aquela entre a vida e a morte. Entre a descontinuidade da consciência e continuidade da espécie. É esse aspecto que, para o autor, cria um paralelo entre o erotismo e o sagrado.
Repetindo esses dois pontos à exaustão, Bataille elabora um trabalho que tem aspectos antropológicos e teológicos, mas que fica bastante restrito, em parte devido ao seu próprio fervor, quase religioso. As escapadas à filosofia propriamente ditas são esparsas e, quase sempre, uma forma de autodefesa. É um tanto decepcionante, considerando quem é o autor, que a obra seja são restrita à sexualidade cis-heteronormativa. Mas a verdade é que, na maior parte do tempo, a sexualidade sequer é uma preocupação. Ao levar o erotismo para o nível espiritual, Bataille ignora grande parte do seu contexto físico e intelectual.
A questão da transgressão, no entanto, pode ser importante para minhas futuras pesquisas, embora sejam trabalhadas de formas diferentes em outros contextos.