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A review by irissantos
A Little Life by Hanya Yanagihara
challenging
dark
emotional
sad
tense
slow-paced
- Plot- or character-driven? Character
- Strong character development? Yes
- Loveable characters? Yes
- Diverse cast of characters? Yes
- Flaws of characters a main focus? Yes
3.5
Tentar escrever uma crítica curta para este livro é como tentar reduzir o Holocausto a tortura, quando foi muito mais que isso.
Tive dificuldade em saber que pontuação realmente merecia: a escrita é imaculada, a autora sabe nos agarrar pelo coração. Mas em todas as 720 páginas o mesmo tema repete-se: miséria pela miséria. Há quase uma camada de penúria e sadismo que emanam da escritora que fica como uma ideia subjacente conforme nos vamos aprofundando na trama, quase como se não houvesse cuidado em atirar uma e outra pedra figurativa a Jude, só por ser um personagem fictício.
Senti-me tão dividida pela dualidade; de um lado a miséria física e psicológica de Jude; do outro a mensagem sobre o quão importante é termos pessoas a quem nos apoiarmos, enquanto o nosso mundo colapsa uma e outra vez.
Durante toda a obra foi crescendo em mim a dúvida: é possível que exista alguém que sofra tanto, com tanta frequência? É possível que alguém tenha uma vida tão desprovida da calmaria e aborrecimento do quotidiano cuja existência seja constantemente apedrejada por automutilação, morte, luto, violência física e psicológica?
Por outro lado muitas vezes fui apreciando o positivo que existia ao longo dos anos: a rede de suporte, a importância das amizades na nossa vida, da constância que algumas pessoas mantêm, e do quão importante é ter uma base sólida para onde possamos voltar quando nos encontramos à deriva (metaforicamente).
Lidar com alguém que está atormentado por doenças mentais pode ser incrivelmente doloroso e difícil de impedir que isso afete a nossa saúde mental também. Este é um tema que se repete muito no livro e que achei muito realista: como a família e amigos de Jude tentam oferecer apoio a alguém tão torturado pelo passado sem que elas próprias tenham a sua saúde mental em cheque.
Apesar de ter lindíssimas passagens, o passo lento do livro e a constante necessidade de fazer referências uma e outra vez à violência e automutilação tornaram-na numa obra que para mim vale 3.5 estrelas. O livro poderia facilmente ter menos 100 páginas que continuava a ter a mesma carga emocional.
No fundo o que resta é isto: por muito que amemos alguém isso pode não ser o suficiente; toda a terapia e apoio do mundo não são necessários para alguém tão abusado e torturado pelos eventos que a vida lhe ofereceu, e que nem sempre a vida nos oferece um final feliz.
Senti-me tão dividida pela dualidade; de um lado a miséria física e psicológica de Jude; do outro a mensagem sobre o quão importante é termos pessoas a quem nos apoiarmos, enquanto o nosso mundo colapsa uma e outra vez.
Durante toda a obra foi crescendo em mim a dúvida: é possível que exista alguém que sofra tanto, com tanta frequência? É possível que alguém tenha uma vida tão desprovida da calmaria e aborrecimento do quotidiano cuja existência seja constantemente apedrejada por automutilação, morte, luto, violência física e psicológica?
Por outro lado muitas vezes fui apreciando o positivo que existia ao longo dos anos: a rede de suporte, a importância das amizades na nossa vida, da constância que algumas pessoas mantêm, e do quão importante é ter uma base sólida para onde possamos voltar quando nos encontramos à deriva (metaforicamente).
Lidar com alguém que está atormentado por doenças mentais pode ser incrivelmente doloroso e difícil de impedir que isso afete a nossa saúde mental também. Este é um tema que se repete muito no livro e que achei muito realista: como a família e amigos de Jude tentam oferecer apoio a alguém tão torturado pelo passado sem que elas próprias tenham a sua saúde mental em cheque.
Apesar de ter lindíssimas passagens, o passo lento do livro e a constante necessidade de fazer referências uma e outra vez à violência e automutilação tornaram-na numa obra que para mim vale 3.5 estrelas. O livro poderia facilmente ter menos 100 páginas que continuava a ter a mesma carga emocional.
No fundo o que resta é isto: por muito que amemos alguém isso pode não ser o suficiente; toda a terapia e apoio do mundo não são necessários para alguém tão abusado e torturado pelos eventos que a vida lhe ofereceu, e que nem sempre a vida nos oferece um final feliz.
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