A review by ggcd1981
Penpal by Dathan Auerbach

challenging dark mysterious reflective sad tense slow-paced
  • Plot- or character-driven? Character
  • Strong character development? Yes
  • Loveable characters? Yes
  • Diverse cast of characters? No
  • Flaws of characters a main focus? It's complicated

3.75

Uma indicação de Booktubers de terror, Penpal foi uma experiência complexa. Antes de iniciar a leitura estava ciente de que o livro “nasceu” em posts feitos pelo autor em um subreddit. Talvez eu tenha sido influenciada inicialmente por conhecer esse fato pois achei que era clara a inexperiência do autor em sua escrita na primeira parte do livro. Desde coisas como repetições de palavras em um mesmo parágrafo até a execução confusa do enredo na primeira metade. Inclusive ressalto que esse é o principal ponto negativo que aponto para Penpal. Em grande parte do livro a narrativa é contada por meio de histórias que são memórias do narrador sobre sua infância e adolescência. Contudo isso é realizado de forma não linear, ou seja, em uma memória o narrador tinha 6 anos, na próxima 10 anos, depois de volta aos 6 e na seguinte salta aos 13 ou 15 anos, apenas para voltar a infância novamente. Essa “não linearidade” torna a história difícil de entender em alguns momentos. Em diversos momentos me perguntei “mas se ‘aquilo’ aconteceu antes, porque os personagens ainda agem dessa maneira?”. Houveram momentos em que literalmente não sábia se a história contada tinha acontecido antes ou depois da anterior. 

Penpal é a história de um homem que teve um stalker por grande parte de sua infância e adolescência. Ele não diz isso diretamente, o leitor é levado a deduzir isso através das histórias do passado que o protagonista narra. Um ponto um pouco irritante do desenvolvimento da obra, porem relacionado mais ao meu gosto pessoal, é que na maior parte do livro o leitor consegue sentir que o narrador está retendo informação. O personagem da mãe claramente sabe mais do que diz (mesmo que em várias situações faria mais sentindo ela compartilhar essas informações do que as guardar). É claro que o autor fez esses personagens “escolherem” guardar essas informações, independentemente de ter sentido ou não, para que estas fossem reveladas com mais efeito posteriormente no livro. 
 Foi apenas no último quarto da obra que a história começou a ser menos confusa e se começa a ter uma visão mais compreensiva de como as coisas aconteceram. Esse quarto final foi o que salvou o livro para mim, pois respondeu grande parte das perguntas que tinha e finalmente as informações retidas pelos personagens foram reveladas. Sem final feliz o livro terminou com bastante atmosfera tendo um final pesado que mais uma vez me fez refletir sobre a experiência de culpa, luto e perda. Temas que são muito próximos de mim. Dou 3.75 estrelas. 


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