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A review by ritaralha
O Barão Trepador by Italo Calvino, José Manuel Calafate
5.0
Foi a 15 de Junho do ano de 1767 que Cosimo Piovasco di Rondò, meu irmão, se sentou pela última vez entre nós. Lembro-me como se fosse hoje.
(…)
- Já disse que não quero e não quero! -, afastando, com um gesto, o prato de caracóis. Não havia memória de mais grave desobediência.
(…)
Daí a pouco, vimo-lo, através da janela, trepar para o álamo.
(…)
Cosimo içou-se até à forquilha de um ramo bastante grosso, onde se podia instalar comodamente, e ali se sentou, de pernas pendentes, braços cruzados, com as mãos sob as axilas, cabeça metida para dentro dos ombros e tricórnio puxado para a testa.
O nosso pai apareceu à sacada da janela.
– Quando estiveres farto de aí estar, logo mudareis de ideias! – gritou-lhe.
– Jamais mudarei de ideias – respondeu, do ramo onde se encontrava, o meu irmão.
– Quando desceres logo te ensino!
– E eu nunca mais descerei daqui! – replicou Cosimo. E manteve a palavra dada.
A história é contada por Biagio, o seu irmão e companheiro inicial de traquinices e descobertas.
Durante a juventude, e já empoleirado nas árvores, Cosimo faz amizade com um grupo de rapazes pobres que sobem às árvores para roubar fruta. Conhece Viola, a sua grande paixão. Faz um acordo com um vendedor de livros que o mantém sempre actualizado das novidades. Lê muito, e partilha as mesmas ideias dos filósofos e pensadores que alimentaram os ideais da revolução francesa. Faz amizade com um famoso ladrão, João dos Bosques, e consegue passar-lhe o amor à leitura e fazer com que deixe a vida de crime.
À medida que cresce torna-se protector das árvores e do meio ambiente, luta contra piratas, envolve-se com sociedades secretas, conhece Napoleão, e embora seja considerado um excêntrico é adorado pela população de Ombrosa.
É uma história muito engraçada, de fácil leitura, com personagens excêntricas e episódios divertidos. Sim, também há uma história de amor, mas acaba mal.
Cosimo ao passar a vida nas árvores foge às regras rígidas de uma sociedade, e consegue ganhar uma certa distância para entender a vida e o mundo que flui abaixo dele.
(…)
- Já disse que não quero e não quero! -, afastando, com um gesto, o prato de caracóis. Não havia memória de mais grave desobediência.
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Daí a pouco, vimo-lo, através da janela, trepar para o álamo.
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Cosimo içou-se até à forquilha de um ramo bastante grosso, onde se podia instalar comodamente, e ali se sentou, de pernas pendentes, braços cruzados, com as mãos sob as axilas, cabeça metida para dentro dos ombros e tricórnio puxado para a testa.
O nosso pai apareceu à sacada da janela.
– Quando estiveres farto de aí estar, logo mudareis de ideias! – gritou-lhe.
– Jamais mudarei de ideias – respondeu, do ramo onde se encontrava, o meu irmão.
– Quando desceres logo te ensino!
– E eu nunca mais descerei daqui! – replicou Cosimo. E manteve a palavra dada.
A história é contada por Biagio, o seu irmão e companheiro inicial de traquinices e descobertas.
Durante a juventude, e já empoleirado nas árvores, Cosimo faz amizade com um grupo de rapazes pobres que sobem às árvores para roubar fruta. Conhece Viola, a sua grande paixão. Faz um acordo com um vendedor de livros que o mantém sempre actualizado das novidades. Lê muito, e partilha as mesmas ideias dos filósofos e pensadores que alimentaram os ideais da revolução francesa. Faz amizade com um famoso ladrão, João dos Bosques, e consegue passar-lhe o amor à leitura e fazer com que deixe a vida de crime.
À medida que cresce torna-se protector das árvores e do meio ambiente, luta contra piratas, envolve-se com sociedades secretas, conhece Napoleão, e embora seja considerado um excêntrico é adorado pela população de Ombrosa.
É uma história muito engraçada, de fácil leitura, com personagens excêntricas e episódios divertidos. Sim, também há uma história de amor, mas acaba mal.
Cosimo ao passar a vida nas árvores foge às regras rígidas de uma sociedade, e consegue ganhar uma certa distância para entender a vida e o mundo que flui abaixo dele.