A review by thaiteconta
O Amor que Partiu o Mundo by Emily Henry

4.0

Eu nem sei começar a resumir tudo o que senti sobre esse romance diferente, imaginativo e estranho.

Eu chamo de "romance" pela necessidade humana de categorizar, mas realmente não se encaixa bem em nenhum gênero. Tem elementos paranormais e de ficção científica, e toques de fantasia YA - tudo misturado em torno de uma complexa história de amor com diversos personagens.

O amor que divide o mundo é um livro rico em diversidade, feminismo, positivismo sexual e apenas a boa e velha bela escrita. A autora escolhe suas palavras com cuidado, pintando um quadro lindo e vívido tanto do cenário do Kentucky quanto desse momento delicado da vida de Natalie.

Repleto de histórias, cultura e mitologia dos povos íngenas norte-americanos, o livro flui com uma energia mágica. É cheio de muitos contos (e através deles - lições de vida) contados pela misteriosa "Avó" que às vezes visita Natalie à noite. Quem é a avó? Uma ancestral indígena? Uma aparição religiosa? Ou apenas uma invenção da imaginação de Natalie? Só o tempo irá dizer.

Natalie é uma personagem particularmente simpática e sábia; ela é rápida em apontar a vergonha e se recusa a ver a nova namorada de seu ex como sua inimiga ou, na verdade, qualquer coisa que não seja um ser humano. Além disso, seu estado mental desempenha um papel importante neste livro, fazendo uma pergunta que sempre amei pessoalmente - sobrenatural ou psicológico?

Fantasia e psicologia convivem aqui lado a lado, levando o leitor a se perguntar constantemente o que é real e o que é imaginação.

A parte do romance é um pouco exagerada, é verdade, mas quando há viagens no tempo e universos paralelos e folclore indígena e amadurecimento e a representação mais nostálgica e carinhosa do final do ensino médio, isso realmente importa?

Um ponto negativo é que o livro é desnecessariamente longo. Muitas passagens poderiam ter sido reduzidas pois são apenas divagações de pensamentos que no final das contas não acrescentam muito à história. E, não fosse a maneira como foi lindamente escrito, tornariam a leitura cansativa. Em contrapartida, o final é simplesmente apressado e embora eu tenha entendido que a ideia era não dar respostas mas deixar uma abertura para o "e se", ficou ssem explicação.

Acho que O amor que partiu o mundo não é para todos, mas é para mim. E é muito curioso pensar que esse foi o romance de estreia de uma autora que hoje está tão consagrada por um escrita bem diferente dessa. Eu particularmente gostaria que ela tivesse seguido numa direção mais parecida com essa, ainda que YA, do que os romances mias água com açúcar e comédia de agora mas amaria qualque coisa que Emily Henry escrevesse.

Eu sei que esta é uma das histórias mais bonitas e comoventes sobre amor -- amor romântico, amor entre amigos, amor entre família e, o mais importante, amar a si mesmo. E é uma história que vai ficar comigo para sempre. Definitivamente esse livro entrou no hall dos meus livros preferidos.

Resumindo, Emily Henry, adorei seu segundo livro, subestimado, mas aclamado, e adorei sua estreia mal-amada. Eu amo o realismo mágico feito de forma brilhante, as brincadeiras, os personagens, as amizades e relacionamentos familiares que não são deixados de lado, a realidade das emoções e, acima de tudo, a escrita maravilhosa.