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A besta humana by Émile Zola
4.0

"A Besta Humana" de Émile Zola é um livro incrível que mergulha na mente das pessoas em um período em que as ferrovias estavam começando a se espalhar pela França no século XIX. Nessa história complexa, conhecemos Jacques Lantier, Séverine e Roubaud, e através deles, o autor explora temas como desejo, culpa, violência e o conflito entre nossa natureza civilizada e nossos instintos mais básicos.

Imagine o cenário das ferrovias se expandindo, conectando lugares distantes. A trama nos guia pelos caminhos entrelaçados desses personagens, revelando seus relacionamentos complicados e os traumas que eles carregam de suas famílias. Zola tece uma teia de segredos, ciúmes e impulsos violentos que nos fazem pensar sobre as partes sombrias da nossa própria mente.

Jacques Lantier é um personagem chave. Ele lida com impulsos violentos que o atormentam, especialmente em relação às mulheres. Sua vida muda quando conhece Séverine Roubaud, a esposa de Roubaud, um chefe de estação. Jacques fica obcecado por ela, e essa obsessão se mistura a acidentes terríveis na ferrovia, tornando a história ainda mais intrigante.

O livro se desenrola com uma mistura de romance proibido e crime. À medida que Jacques e Séverine se envolvem em um caso apaixonado, segredos surgem. Eles até tramam um assassinato juntos. Esse enredo chocante nos faz questionar o que acontece quando nossos impulsos mais sombrios tomam conta.

Uma ideia fundamental aqui é a "bestialidade". Isso é representado pelas características que herdamos de nossos antepassados. Jacques Lantier, por exemplo, luta contra seus desejos violentos. Ele quer redenção e amor, mas suas batalhas internas o conduzem a um caminho sombrio.

O livro culmina em momentos intensos, com assassinatos e revelações. Zola nos leva a refletir sobre nossa própria natureza, e como a sociedade pode escorregar para a violência quando não está controlada. Ele também critica teorias científicas da época, que tentavam explicar nosso comportamento.

Em resumo, "A Besta Humana" é um mergulho profundo na alma humana em meio ao avanço das ferrovias na França do século XIX. Com personagens complexos e uma trama envolvente, Zola nos faz pensar sobre nossos desejos, nossa moral e o que realmente nos define como humanos. É uma leitura que continua relevante, nos lembrando das nossas partes mais escuras, mesmo em um mundo em constante mudança.