A review by irissantos
The Internet of Money by Andreas M. Antonopoulos

5.0

Estamos neste momento a presenciar a adopção em larga escala da maior invenção após a internet.

ESTA É A MAIOR REVOLUÇÃO FINANCEIRA DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE. TU TORNAS-TE O TEU PRÓPRIO BANCO.

Quando a internet nasceu ninguém acreditaria que se tornaria algo tão viral cuja inexistência hoje seria impossível de imaginar. Uma e outra vez toda a gente juraria que a internet não tinha capacidade para a demanda que vinha a aumentar dia após dia. Acreditávamos que a internet não conseguia aguentar com os nossos textos quilométricos via e-mail. Acreditávamos que a internet só tinha suporte para aguentar um website. Em pleno 1992 uma tarde chegava para visitar toda a web. Não achávamos que ela teria muito uso para além de contactos por escrito de forma periódica e ocasional. Chegaram a dizer mesmo que a humanidade não precisaria mais do que uns cinco computadores no mundo inteiro. Hoje existem mais computadores do que pessoas.

Em 2008, após a grande crise do mercado imobiliário nos Estados Unidos, uma pessoa ou grupo de pessoas sob o pseudónimo de Satoshi Nakamoto - que até hoje nos é desconhecido - criou, discretamente, uma plataforma que viria a mudar o mundo. Esta plataforma é o bitcoin.
O bitcoin é muito mais do que uma moeda. Para quem tem acompanhado as notícias provavelmente já ouviu rumores sobre este gigante que vem tomando o espaço financeiro e que já tem o seu próprio mercado onde compete com outras moedas digitais. O bitcoin permite a qualquer pessoa em qualquer parte do mundo enviar e receber dinheiro a taxas fixas mínimas. Uma transacção normal pelo banco, que demoraria vários dias entre bancos de países diferentes, no mundo do bitcoin demora apenas meia hora. Graças à tecnologia da blockchain podemos ver todas as transacções que acontecem a toda a hora a partir de qualquer lugar. Basta que todas as máquinas conectadas à rede vejam a transacção como legítima que o dinheiro chega ao seu destino sem o mínimo problema.

Isto resolve vários problemas: a invasão de privacidade por parte das organizações estatais e bancárias, o poder autoritário e severo dos governos sobre o seu povo, as taxas exorbitantes cobradas por empresas de câmbio como Western Union, a falta de acesso ao banco em países de terceiro mundo, a falta de acesso ao nosso banco graças a burocracias que nos fazem duvidas da nossa autonomia e poder sobre o dinheiro pelo qual trabalhamos.

Há alguns meses que já tenho vindo a estudar isto. E, de facto, para quem está a começar, parece algo demasiado bom. Não pode ser tão fácil, tão barato. Mas quando tiramos o intermediário da equação também retiramos gastos desnecessários. Deixamos que as máquinas trabalhem por nós - as máquinas não querem saber quem somos, para quem o dinheiro vai, para que fim é utilizado - tudo o que a blockchain pretende saber é se pagamos a taxa mínima. Não existe desigualdade social, não existe preconceito, não existem burocracias ou xenofobia que impeça a transacção de ser efectuada. As máquinas não nos julgam. As máquinas simplesmente atendem à solução de equações que permitem que as transacções entrem no livros de registo da moeda virtual (blockchain).

O bitcoin é uma moeda impossível de inflacionar. Assim como o ouro. Não podemos criar mais ouro do que aquele que existe. Em toda a blockchain só existirão para sempre 21 milhões de bitcoins. É impossível criar mais. E é isso que torna o bitcoin tão apetecível. Sendo impossível de inflacionar ele torna-se, obviamente, o maior competidor das moedas como hoje as conhecemos. Os governos podem imprimir dinheiro a seu bel-prazer quando uma dificuldade se avizinha, ou como forma de manipular os mercados, levando as pessoas a receber o mesmo salário e gastando mais dinheiro para comprar os mesmos produtos de sempre. Isto cria rupturas muito graves, e entramos num ciclo vicioso. Volta e meia precisamos criar uma nova moeda e começar tudo do zero. Tomemos a Venezuela como exemplo, onde neste momento 1 bolívar vale menos do que 1 azeroth, moeda virtual do mundo de World of Warcraft. E facilmente vemos nas notícias o que está a acontecer: as pessoas de classe média neste momento podem apenas sonhar em conseguir comida nos contentores do lixo, as manifestações violentas são cada vez maiores, as crimes violentos nunca foram tão numerosos, e a única forma que algumas pessoas têm tido de sobreviver é através do bitcoin. Graças ao bitoin conseguem manter ou até mesmo aumentar os seus rendimentos, comprar no estrangeiro bens não-perecíveis para poderem continuar a alimentar-se e a sobreviver. Muitos mineradores conseguem roubar energia em zonas industriais desertas para poderem alimentar a família e conseguir ter uma vida digna. É a este ponto que a inflação leva um país. Uma moeda de valor especulativo perde todo o seu poder, levando consigo milhões de pessoas para o abismo e retirando-lhes toda a sua dignidade. O bitcoin entra nestes mercados com todo o potencial para o qual foi criado: como uma segurança para pessoas em situações de necessidade extrema. Elas voltam a recuperar o poder sobre o seu dinheiro. Elas passam a ser o seu próprio banco.

Mas o bitcoin é mais do que uma moeda. É uma plataforma. Sobre esta plataforma podemos criar a nossa própria receita. Podemos criar a nossa moeda. Podemos criar um programa que ajude o dinheiro a chegar às pessoas mais desfavorecidas. Podemos criar um sistema de voto baseado na blockchain que é infalível e implacável contra tentativas de corrupção. Quando entregávamos uma actividade que era dominada pelas vontades e desejos do ser humano, tudo acabava, inevitavelmente, por ser adulterado graças à ganância, erro ou falha humanas. Com as máquinas isso não acontece, pois elas fazem apenas aquilo para o qual foram programadas. Com a blockchain é possível ter eleições transparentes, impossíveis de manipular, editar ou eliminar. A contagem de votos é infalível e correcta. Podemos criar uma forma de fazer pagamentos automático e débitos directos de forma inteligente com smart contracts graças à plataforma Ethereum, que veio após o Bitcoin. Podemos tratar da escritura da casa através destes contratos, podemos criar uma moeda que permita que as doações cheguem inteiras a quem realmente as merece, sem intermediários no meio para as desviar, problema que vemos com muita frequência e que leva muita gente a preferir não fazer donativos. Podemos criar uma plataforma imutável que monitora a comida desde o lugar onde é cultivada até chegar aos nossos pratos. As possibilidades são infinitas, e quem entra agora neste meio tem a capacidade não só de ficar milionário como também de mudar o mundo para melhor. Podemos resolver o grande problema que a humanidade sempre teve: ceder às suas vontades e fraquezas, levando todas as outras pessoas à decadência e impotência económica.

A revolução é agora e aconselho toda a gente a participar dela.
Quem estiver interessado pode vir falar pessoalmente comigo. Todos temos a ganhar com isto.