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A review by starvingsmellyfoot
Radio Silence by Alice Oseman
3.0
Oh pá.
O facto de haver diversidade é sempre apreciado. Foi a primeira vez que sequer encontrei uma personagem demissexual. A mensagem geral de que notas não nos definem é importante.
Mas é tudo tão clichê. Tão unidimensional. Há personagens boas e personagens más. O livro não se apercebe da sua própria arrogância quando fala dos "inteligentes" e dos "outros", porque afinal de contas diz-nos que inteligência não é tudo, mas fá-lo de maneira tão profundamente elitista. Em certo ponto duas personagens interagem e 100% do que dizem é sobre como não gostam da escola e não são "clever". Pelos vistos estes dois pontos em comum, concluídos numa conversa de trinta segundos, são o suficiente para gostarem particularmente uma da outra. Também perguntam constantemente aos outros três "What is it like to be clever?", nenhuma destas interações parece um diálogo normal de um ser humano. O mundo de academia de Inglaterra é assim tão importante para miúdos de secundário que é *só* sobre isso que se fala, *sempre*?!
Podia ter havido muito mais profundidade mas os assuntos sérios não eram desenvolvidos. O Daniel era um parvo, no fim é amigo da protagonista, mas não sentimos essa evolução da relação. Só nos é dito que são amigos e é suposto que acreditemos. Até se fala na hipótese de suicídio de uma das personagens, mas em dez páginas os amigos vão buscá-lo, levam-no para o comboio e acaba tudo magicamente bem. É mesmo irrealista e sinceramente o único motivo pelo qual o diálogo interno da protagonista soa adolescente é porque a maneira como a autora escreve é adolescente.
O facto de haver diversidade é sempre apreciado. Foi a primeira vez que sequer encontrei uma personagem demissexual. A mensagem geral de que notas não nos definem é importante.
Mas é tudo tão clichê. Tão unidimensional. Há personagens boas e personagens más. O livro não se apercebe da sua própria arrogância quando fala dos "inteligentes" e dos "outros", porque afinal de contas diz-nos que inteligência não é tudo, mas fá-lo de maneira tão profundamente elitista. Em certo ponto duas personagens interagem e 100% do que dizem é sobre como não gostam da escola e não são "clever". Pelos vistos estes dois pontos em comum, concluídos numa conversa de trinta segundos, são o suficiente para gostarem particularmente uma da outra. Também perguntam constantemente aos outros três "What is it like to be clever?", nenhuma destas interações parece um diálogo normal de um ser humano. O mundo de academia de Inglaterra é assim tão importante para miúdos de secundário que é *só* sobre isso que se fala, *sempre*?!
Podia ter havido muito mais profundidade mas os assuntos sérios não eram desenvolvidos. O Daniel era um parvo, no fim é amigo da protagonista, mas não sentimos essa evolução da relação. Só nos é dito que são amigos e é suposto que acreditemos. Até se fala na hipótese de suicídio de uma das personagens, mas em dez páginas os amigos vão buscá-lo, levam-no para o comboio e acaba tudo magicamente bem. É mesmo irrealista e sinceramente o único motivo pelo qual o diálogo interno da protagonista soa adolescente é porque a maneira como a autora escreve é adolescente.