A review by ggcd1981
O papel de parede amarelo by Charlotte Perkins Gilman

challenging dark informative reflective tense slow-paced
  • Plot- or character-driven? Character
  • Strong character development? It's complicated
  • Loveable characters? It's complicated
  • Diverse cast of characters? No
  • Flaws of characters a main focus? It's complicated

5.0

O papel de parede amarelo, escrito por Charlotte Perkins Gilman, é um dos precursores da literatura feminista Americana. Esse conto retrata atitudes e tratamentos do século XIX para saúde mental e física da mulher. Na obra uma mulher diagnosticada com depressão nervosa temporária e leve tendência histérica narra sua experiência do tratamento que seu médico e seu esposo, também médico, a sujeitam. Parte desse tratamento é ficar confinada a um cômodo da casa. A personagem, apesar de sem nome, é muito interessante pois de início tive a impressão de que ela estava acostumada a atividade física e mental e devido a seu estado nervoso foi forçada a interromper essas atividades. A atmosfera do livro é de loucura o que gera o terror da obra pois é através do progressivamente alterado estado mental da protagonista que vemos o mundo e pessoas ao redor dela. Quanto a escrita, eu li a tradução para o português, logo minha opinião sobre esta pode estar enviesada, mas no geral gostei. Em alguns poucos momentos acredito que a tradução teve algumas fraquezas, mas o clima de terror da história e da personagem foi suficientemente transmitido. O enredo é simples, uma mulher que após dar luz a um filho passa por uma depressão e é levada a uma casa alugada pelo marido e colocada em um quarto, lá é proibida pelo seu médico e seu marido de receber qualquer “demasiado estimulo” mental e físico. Assim o livro mostra o processo de enlouquecimento da personagem que por falta de outras atividades passa a ficar fixada no “feio” papel de parede amarelo do quarto. O conto foi extremamente intrigante. Ler a erosão da razão da protagonista foi angustiante e fascinante ao mesmo tempo. Não podia deixar de pensar em como aquela história seria concluída e, na minha opinião, o final foi excelente e arrepiante. Aquela cena final ficou na minha mente. O papel de parede amarelo não tem realmente uma lógica interna pois o leitor está o tempo todo na cabeça de alguém mentalmente instável e piorando progressivamente. Apesar disso a história contada, mesmo de forma desconexa, prende o leitor. Esse conto me intrigou, me entreteve, me deu uma melhor visão de como eram tratadas doenças mentais nas mulheres do século XIX e fez tudo isso enquanto sendo um conto de terror sinistro com um fim arrepiante. Diante disso tenho que dar 5 estrelas. 

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