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gasbolina 's review for:
Blue Light Hours
by Bruna Dantas Lobato
challenging
emotional
reflective
fast-paced
Plot or Character Driven:
Character
Strong character development:
Yes
Loveable characters:
Yes
Diverse cast of characters:
Yes
Flaws of characters a main focus:
Yes
Eu vivi Horas Azuis de 2016 até 2020.
Lembro de ver esse livro ainda em inglês e de não só levar um choque pela simplicidade poética do título, que me conquistou imediatamente, mas também pela especificidade da narrativa, que parecia ter sido escrita sobre mim.
Quando eu fui embora, a despedida mais dolorosa foi com a minha mãe, que tinha sido minha amiga e companheira por tanto tempo, a única pessoa que me conhecia de verdade, e eu não sabia quem eu ia ser sem ela do meu lado. Depois, ela continuou sendo minha única amiga e companheira virtualmente, até eu finalmente me sentir em casa nessa casa nova que eu tinha escolhido do outro lado do oceano, longe de tudo que eu e ela conhecíamos.
Assim como eu, a filha do livro se sente culpada de viver e culpada de não viver, presa entre esses dois mundos, o dela e o da sua mãe. Tem aqui uma análise muito boa dessa dor da separação (ampliada pela distância), esse segundo nascimento que é sair de casa, esse segundo útero, e achar a sua própria, mas também de saber voltar pra lá.
Esse livro me levou de volta pra essa existência suspensa de estar aqui mas estar lá ao mesmo tempo, existir em dois lugares e nunca cem porcento em um só. De se apegar às coisas mais bobas, tipo raspas de lápis, só porque esse lápis veio de casa.
É angustiante, é desesperador, e é lindo.
Eu sabia que eu ia chorar lendo esse livro e eu fui adiando essa leitura até finalmente me sentir forte o suficiente, e chorei mesmo assim. E agora eu vou ter que comprar uma edição física dele pra minha mãe de presente.
Muito obrigada Netgalley apesar de eu não achar que vocês estão lendo reviews em português — eu sempre escrevo tudo em inglês, mas dessa vez teve que ser na minha língua materna. E muitíssimo obrigada à minha queridíssima Companhia das Letras, não só por esse livro mas por tudo, sempre.
Lembro de ver esse livro ainda em inglês e de não só levar um choque pela simplicidade poética do título, que me conquistou imediatamente, mas também pela especificidade da narrativa, que parecia ter sido escrita sobre mim.
Quando eu fui embora, a despedida mais dolorosa foi com a minha mãe, que tinha sido minha amiga e companheira por tanto tempo, a única pessoa que me conhecia de verdade, e eu não sabia quem eu ia ser sem ela do meu lado. Depois, ela continuou sendo minha única amiga e companheira virtualmente, até eu finalmente me sentir em casa nessa casa nova que eu tinha escolhido do outro lado do oceano, longe de tudo que eu e ela conhecíamos.
Assim como eu, a filha do livro se sente culpada de viver e culpada de não viver, presa entre esses dois mundos, o dela e o da sua mãe. Tem aqui uma análise muito boa dessa dor da separação (ampliada pela distância), esse segundo nascimento que é sair de casa, esse segundo útero, e achar a sua própria, mas também de saber voltar pra lá.
Esse livro me levou de volta pra essa existência suspensa de estar aqui mas estar lá ao mesmo tempo, existir em dois lugares e nunca cem porcento em um só. De se apegar às coisas mais bobas, tipo raspas de lápis, só porque esse lápis veio de casa.
É angustiante, é desesperador, e é lindo.
Eu sabia que eu ia chorar lendo esse livro e eu fui adiando essa leitura até finalmente me sentir forte o suficiente, e chorei mesmo assim. E agora eu vou ter que comprar uma edição física dele pra minha mãe de presente.
Muito obrigada Netgalley apesar de eu não achar que vocês estão lendo reviews em português — eu sempre escrevo tudo em inglês, mas dessa vez teve que ser na minha língua materna. E muitíssimo obrigada à minha queridíssima Companhia das Letras, não só por esse livro mas por tudo, sempre.