A review by inesffricardo
Ausente na Primavera by Mary Westmacott, Agatha Christie

3.0

Nunca tinha lido nada da Agatha Christie escrito sobre o pseudónimo de Mary Westmacott.
Na realidade, senti que este seu pseudónimo explora de forma absolutamente fantástica os sentimentos, as relações e o psicológico das suas personagens.

Apesar de ritmo lento (e a narrativa um pouco aborrecida) gostei da forma como o livro explora os pensamento e receios de uma mulher inglesa de meia classe, nos anos 30/40.
Esta obra é prova da mente progressista de Agatha Christie - que crítica a sociedade machista inglesa na qual estava inserida quando escreveu o livro. Sociedade essa onde a vida da mulher tem como único propósito servir o marido que a escolheu como esposa.

Aparecera uma súbita emoção veemente na sua voz.
“Podes confiar em mim, Averil, que um homem que não faz o trabalho que gosta de fazer… o trabalho para que nasceu… é apenas meio homem. Afirmo-te com tanta certeza como estar aqui de pé, que, se afastares Rupert Cargill do seu trabalho e lhe tornares impossível progredir esse trabalho, chegará o dia em que ficarás frustrada e verás o homem que amas infeliz, insatisfeito… precocemente envelhecido… cansado e descoroçoado… vivendo apenas com metade da sua vida. E se pensas que o teu amor, ou o amor de qualquer mulher, pode consolá-lo disso, então digo-te francamente que és uma parvinha sentimental.”


[Li em formato físico]