A review by larissadesa
I'm Glad My Mom Died by Jennette McCurdy

5.0

Um livro que aborda distúrbios alimentares, abuso psicológico, brigas familiares e pressão na carreira, da melhor forma possível. 

Tudo bem amarrado, mas obviamente assuntos delicados como esses requerem conhecimento do leitor que esse não será um livro leve de se ler, ao contrário do que a contra capa induz, que é uma forma de contar a história da vida de Jennette McCurdy de forma engraçada apesar das desgraças que acontecem na maior parte do tempo, eu acredito que esse não seja um livro pra todo mundo porque tem narrações muito explicitas de casos que podem gerar gatilhos, em diversos momentos eu fiquei assustada lendo. 

Diante disso tudo, a forma como a Jennette McCurdy decide contar sobre os traumas da sua vida e mostrando que a superação dessa desequilíbrio mental e emocional não foram fáceis, desde a mãe dela influenciando transtorno alimentar nela desde a infância levando ela a anorexia, à namorados abusivos e desequilibrados mentalmente, à abuso psicológico da mãe sobre a carreira dela que ela nunca quis mas que estava fazendo pra realizar o sonho da mãe a princípio, à tentativa de suborno por parte da nickelodeon em busca do voto de silencio dela em meio as acusações de assédio, e por fim a bulimia que levou ela ao extremo do seu distúrbio alimentar, no qual ela perdeu um dente (😶) por provocar tantos vômitos indesejados, e então a busca por tratamento desse desequilíbrio por meio de terapia.

Ela deixa claro no livro que não foi fácil, mas que foi essencial ela querer mudar a tempo a trajetória da vida dela que a própria mãe interrompeu desde sua infância, mostrar que por mais que ela foi manipulada pela mãe, e sua mãe sabia disso e não se importava em mostrar o contrário, ela ia se desapegar da imagem boa e caridosa de sua mãe que tem no inicio disso tudo e mudar de vez.

Trechos nos quais no final do livro ela própria diz:

“Minha mãe não merecia seu pedestal. Ela era uma narcisista. Recusava-se a admitir que tinha um problema, apesar do quanto esses problemas foram destrutivos para toda a nossa família. Minha mãe abusou de mim emocional, mental e fisicamente e o impacto disse sobre mim será eterno.
[…]
Quando eu tinha seis anos de idade, ela me empurrou para uma carreira que eu não queria. Sou grata pela estabilidade financeira que a carreira me proporcionou, mas nada além disso. Eu não estava equipada para lidar com a indústria do entretenimento e tudo o que vinha com ela: competitividade, re-jeição, apostas, duras realidades, fama. Eu precisava desse tempo, desses anos, para me desenvolver na minha infância. Para formar minha identidade. Para crescer. Nunca mais terei esses anos de volta.
Ela me ensinou um transtorno alimentar quando eu tinha 11 anos - um transtorno alimentar que roubou minha alegria e qualquer resquício de espírito livre que eu tivesse.”

“Minha mãe deixou bem claro que não tinha interesse em mudar. Se estivesse viva, ainda estaria fazendo seu melhor para me manipular a ser quem ela quisesse que eu fosse. Eu ainda estaria vomitando, restringindo minha alimentação ou comendo compulsivamente, ou ainda alguma combinação dessas três coisas, e ela ainda apoiaria isso. Eu ainda estaria me forçando a atuar, com um desempenho miseravelmente automático em radiantes séries de comédia.”