A review by missaolermais
Predestinados by Josephine Angelini

2.0

ARGGHHHHH!!!
Odeio livros assim.

Inicialmente, ainda antes de ler, a historia chamou-me atenção pela premissa da guerra de Tróia e dos deuses gregos. Como maluquinha da historia e da mitologia, adoro quando livros jogam com ambos, brincando com os factos reais e misturando-os com a fantasia.

No entanto, não consegui a experiência que quis e imaginei com o livro. Não foi fantástico, nem divertido.

Demorei imenso a lê-lo, tanto por dificuldades de tempo (arranjar tempo e disposição para ler), como também porque cerca de 90% do livro, foi - para pôr por palavras simples - chato. A historia demorou séculos a chegar a algum lado e a desenvolver personagens.
Mesmo quando retirávamos os factos que poderíamos imaginar à premissa saber (devido à "base" histórica), a verdade é que o plot estava lento com um desenvolvimento muito difícil.

O problema são os outros 10%. Cerca das ultimas 50 páginas, onde de repente a acção explode e temos todos os elementos que nos faltaram no resto do livro, e passamos o tempo que demora a ler esta ultima parte, na ponta da cadeira, a roer unhas e a perguntar-nos o que acontece a seguir enquanto nos rimos das desgraças do destino.
E sim, mesmo com estes sentimentos de "E agora", tenho de reconhecer que a quantidade de clichés que ocorrem nestas ultimas páginas são quase demais para um só livro:
- A personagem que persegue Helena é a mãe desaparecida da mesma.
- Afinal a mãe de Helena não lhe quer fazer mal, mas sim proteger.
- A personagem má - Creonte - faz de facto a premissa, mas com a pessoa errada - matando Pandora.
- A personagem com quem simpatizamos - Pandora - acaba por fazer algo estúpido, com muita importância para o plot e acaba basicamente morta - ao contar a Creonte e ao resto dos primos, sobre Helena e ajuda-do-o a chegar até Dafne (mãe de Helena), morrendo na luta consequente.
- A personagem que não podíamos deixar de desconfiar, mas gostar - Hector - acaba como inimigo da própria família, pela mão do destino, ao matar o idiota mau - Creonte - passando a fazer parte da maldição do destino que faz a própria família querer mata-lo.
E o cliché dos clichés!:
- Helena e Lucas, apesar da aparente conclusão que que afinal podem estar juntos, porque há 4 casas e outros dois amantes que não eles podem ser os que iniciam a guerra novamente, afinal não podem de facto ficar juntos, porque: SÃO PRIMOS EM PRIMEIRO GRAU!

A SÉRIO??? ISTO SÃO DEMASIADOS CLICHÉS PARA SER BOM!

Tendo esta experiência com o plot geral, tenho ainda que fazer uma critica à construção de personagens.
ALERTA MARY-SUE!
Escolham uma das personagens principais, asseguro-vos que estão dentro da área Mary-Sue!
Tanto Helena como Lucas, são representados como estas personagens perfeitas, onde até mesmo os problemas que aparentam ter, são na verdade algo que os torna magníficos. São belos, inteligentes e a causa de tudo o de bom e mau acontece. E claro o destino do livro está decidido por todas as suas acções. E graças a isso, e citado livremente Hermione Granger - têm a profundidade de uma colher de chá.
No final do livro, surpreendi colegas que estavam sentados ao meu lado a rir-me que nem uma desesperada ao aproximar-me cada vez mais do final do livro, porque era definitivamente uma daquelas situações onde ou ria, ou chorava de frustração, por ter o final resolvido (e por resolver, porque o "continua no próximo volume" é rei neste livro) por um plot basicamente consistido por clichés e Mary-Sues.

E agora tenho o problema do costume! Não importante o quanto odiei a historia, sinto o dever pessoal, de ler o livro seguinte, porque depois de tanto tempo investido:
- quero saber o que acontece a seguir
- quero saber se a historia melhora alguma coisa ou continuamos com clichés...
- quero saber se vão dar algum tipo de profundidade às personagens.

Enfim!

Se querem sentir-se frustrados e irritados... Sim! Leiam este livro!
Se preferem viver sem estes níveis de frustração e Mary-Sue's, deixem-se estar quietos e aproveitam outro livro - qualquer livro :)