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A review by oatila
Bullshit Jobs: A Theory by David Graeber
5.0
Uma leitura bem surpreendente e um daqueles livros que mudou a forma como vejo o mundo. Este livro é uma versão estendida e mais detalhada de um ensaio chamado "On the Phenomenon of Bullshit Jobs: A Work Rant", do antropólogo David Graeber, que está disponível de graça na Strike Magazine e foi traduzido para várias línguas. O artigo em si já mata a ideia principal, mas recomendo o livro todo pelos exemplos e pela argumentação.
Segundo Graeber, com a modernização da indústria e do mercado, ao invés de nos aproximarmos da eficiência de uma jornada de trabalho mais curta ou de menos vagas de empregos (e mais eficientes), nós estamos cada vez mais fazendo trabalho à toa (Bullshit). Enquanto nos mantemos ocupados pelas mesmas 40 horas semanais. Ascensoristas são um alvo fácil, mas no livro ele dá uma classificação bem mais generosa, com trabalhos de gerência, consultoria, relações públicas, coordenadores, profissionais de liderança e afins... que, segundo Graeber, fazem trabalhos que eles mesmos não conseguem justificar para que servem.
Ele cita pesquisas motivadas pelo seu texto original de 2013, onde trabalhadores foram perguntados se achavam que o que a atividade que faziam contribui de alguma forma para o mundo. A porcentagem varia de acordo com o país, mas invariavelmente mais de um terço das pessoas acham que não, o que fazem não faz a menor diferença. E o ponto de Graeber aqui não é se isso de fato é o que acontece, se esses trabalhos não são de fato importantes, mas sim que quem realiza eles realmente se sente fazendo um trabalho inútil.
Segundo ele, isso resulta quase em uma relação inversa entre a realização ou a relevância do trabalho (genérica, para a humanidade) e o valor do salário. Como professores e garis que fazem uma diferença diária na vida das pessoas ganham bem menos do que um assistente administrativo com um trabalho dispensável. A discussão é bem mais longa, com toda a dinâmica de trabalho, cobranças e do exercício de poder que é alguém acumular funcionários sob sua responsabilidade sem necessariamente ter demanda para isso, a utilidade do que fazemos e por aí vai.
Acabou me tornando muito mais cínico e me fez começar a reparar no tanto de gente fazendo um trabalho desnecessário. O único ponto onde fiz cara de "quê?" foi quando ele discute o raciocínio pelo qual não deveria haver uma diferença no quanto as pessoas recebem com base no talento ou no esforço. Não bate com o resto do livro e a lógica apresentada não me faz sentido nenhum. Mas como não é de longe o ponto central do livro, só uma tangente, não desvaloriza o resto da obra.
Segundo Graeber, com a modernização da indústria e do mercado, ao invés de nos aproximarmos da eficiência de uma jornada de trabalho mais curta ou de menos vagas de empregos (e mais eficientes), nós estamos cada vez mais fazendo trabalho à toa (Bullshit). Enquanto nos mantemos ocupados pelas mesmas 40 horas semanais. Ascensoristas são um alvo fácil, mas no livro ele dá uma classificação bem mais generosa, com trabalhos de gerência, consultoria, relações públicas, coordenadores, profissionais de liderança e afins... que, segundo Graeber, fazem trabalhos que eles mesmos não conseguem justificar para que servem.
Ele cita pesquisas motivadas pelo seu texto original de 2013, onde trabalhadores foram perguntados se achavam que o que a atividade que faziam contribui de alguma forma para o mundo. A porcentagem varia de acordo com o país, mas invariavelmente mais de um terço das pessoas acham que não, o que fazem não faz a menor diferença. E o ponto de Graeber aqui não é se isso de fato é o que acontece, se esses trabalhos não são de fato importantes, mas sim que quem realiza eles realmente se sente fazendo um trabalho inútil.
Segundo ele, isso resulta quase em uma relação inversa entre a realização ou a relevância do trabalho (genérica, para a humanidade) e o valor do salário. Como professores e garis que fazem uma diferença diária na vida das pessoas ganham bem menos do que um assistente administrativo com um trabalho dispensável. A discussão é bem mais longa, com toda a dinâmica de trabalho, cobranças e do exercício de poder que é alguém acumular funcionários sob sua responsabilidade sem necessariamente ter demanda para isso, a utilidade do que fazemos e por aí vai.
Acabou me tornando muito mais cínico e me fez começar a reparar no tanto de gente fazendo um trabalho desnecessário. O único ponto onde fiz cara de "quê?" foi quando ele discute o raciocínio pelo qual não deveria haver uma diferença no quanto as pessoas recebem com base no talento ou no esforço. Não bate com o resto do livro e a lógica apresentada não me faz sentido nenhum. Mas como não é de longe o ponto central do livro, só uma tangente, não desvaloriza o resto da obra.