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jumed 's review for:
A montanha mágica
by Thomas Mann
é difícil escrever sobre A Montanha Mágica porque é um livro sobre mil coisas e sobre o nada. é uma montanha metafórica, mas é também uma montanha real, os alpes suíços, onde havia um sanatório para tuberculosos. o próprio hans castorp se aventura pelas montanhas na neve e acaba se perdendo. ele perde também o senso do tempo, pois nem uma hora se passa e hans está de volta ao seu quarto, mas quando ele estava no meio da tempestade de neve, o tempo perdido pareceu muito maior.
é uma montanha metafórica porque o tempo é suspenso. quando todos os dias são iguais, nenhum dia a mais se passa e o dia seguinte é igual ao anterior. a vida se passa como que num longo e eterno dia, mas o eterno existe até a morte chegar, e aí desinfetam o quarto e começa tudo de novo. não há novidades quando não existe tempo. até o amor de hans castorp já existia quando ele chegou à montanha. e ele nutre esse amor do mesmo jeito que nutre a pequena mancha no seu pulmão; o que é o amor e o que é a doença? é difícil separar um do outro, pois ambos o forçam a permanecer na montanha, ambos o forçam a não retornar para a planície.
a história de hans termina porque seu narrador decide o momento de terminá-la. no final, não é a extensão do tempo, nem da vida, que determina quando começa e quando termina a história, essa é uma escolha do narrador. talvez eu tenha ouvido hamilton demais, mas não foi hans quem contou sua história e nem foi pelo hans que o narrador contou sua história. foi o tempo que fez a narrativa, não seus personagens.
"Felicidade, Hans Castorp, enfermiço e cândido filho da vida! Tua história terminou: contamo-la até o fim. Ela não foi nem breve nem longa; é uma história hermética. Contamo-la por amor a ela e não a ti, pois tu eras simples. Mas, afinal, era tua essa história, e, como ela te coube em sorte, deves ter certas qualidades. Não dissimulamos a simpatia pedagógica que, ao narrá-lam começamos a nutrir por ti, e que seria capaz de nos induzir a tocar delicadamente o canto de um olho com a ponta do dedo, ao pensar que nunca mais tornaremos a te ver nem ouvir".
"Who lives, who dies, who tell your story".
é uma montanha metafórica porque o tempo é suspenso. quando todos os dias são iguais, nenhum dia a mais se passa e o dia seguinte é igual ao anterior. a vida se passa como que num longo e eterno dia, mas o eterno existe até a morte chegar, e aí desinfetam o quarto e começa tudo de novo. não há novidades quando não existe tempo. até o amor de hans castorp já existia quando ele chegou à montanha. e ele nutre esse amor do mesmo jeito que nutre a pequena mancha no seu pulmão; o que é o amor e o que é a doença? é difícil separar um do outro, pois ambos o forçam a permanecer na montanha, ambos o forçam a não retornar para a planície.
a história de hans termina porque seu narrador decide o momento de terminá-la. no final, não é a extensão do tempo, nem da vida, que determina quando começa e quando termina a história, essa é uma escolha do narrador. talvez eu tenha ouvido hamilton demais, mas não foi hans quem contou sua história e nem foi pelo hans que o narrador contou sua história. foi o tempo que fez a narrativa, não seus personagens.
"Felicidade, Hans Castorp, enfermiço e cândido filho da vida! Tua história terminou: contamo-la até o fim. Ela não foi nem breve nem longa; é uma história hermética. Contamo-la por amor a ela e não a ti, pois tu eras simples. Mas, afinal, era tua essa história, e, como ela te coube em sorte, deves ter certas qualidades. Não dissimulamos a simpatia pedagógica que, ao narrá-lam começamos a nutrir por ti, e que seria capaz de nos induzir a tocar delicadamente o canto de um olho com a ponta do dedo, ao pensar que nunca mais tornaremos a te ver nem ouvir".
"Who lives, who dies, who tell your story".