A review by dahparra
The Third Twin by Ken Follett

4.0

"The third twin" foi aquele livro comprado por impulso: apenas vi a capa intrigante e o nome do Ken Follett e resolvi dar uma chance. Sendo Ken Follett um dos meus autores preferidos, é claro que eu quero devorar todos os livros que esse homem já publicou. E eis que "The third twin" foi uma agradável surpresa, porque me mostrou um lado deste autor que eu ainda não tinha tido a oportunidade de conhecer.

Ken Follett é consagrado por seus romances históricos, e o modo como ele cria histórias fictícias entrelaçadas com acontecimentos e personagens históricas é o que mais me atrai em sua escrita. Porém, descobri que não é apenas através desse gênero que Follett consegue criar histórias incríveis, com personagens empáticas e acontecimentos eletrizantes.
Aqui, temos um thriller passado em meados dos anos 90, quando diversas descobertas científicas - principalmente em relação à genética - estavam acontecendo. Neste cenário, Ken Follett nos traz uma personagem brilhante - a cientista pesquisadora Jeannie Ferrami - que está fazendo um estudo sobre gêmeos idênticos.

Falando em termos mais leigos, Jeannie estava estudando a teoria do "gêmeo do mal", e o que ela descobre é estarrecedor. De fato, sua descoberta é tão interessante que acaba cutucando alguns figurões políticos, como um senador e o diretor da Genetico, empresa que, não por acaso, financia os estudos de Jeannie.

No melhor estilo Robin Cook, Ken Follett constrói um thriller cheio de reviravoltas e muito suspense. Achei interessante que, mesmo não sendo um romance histórico, o autor traz muitas informações e explicações sobre os assuntos pelo qual baseia a história, principalmente sobre genética!

Durante a leitura, senti que, assim como o autor viaja confortavelmente por acontecimentos históricos, tecendo histórias plausíveis e cheias de fatos reais, em "The third twin" ele demonstra a mesma propriedade para discutir sobre genética, política e biologia. De fato, o modo como ele explica teorias científicas e nos ensina através das personagens me lembrou bastante dos thrillers de Robin Cook e do Michael Crichton.

É claro que, pelo livro ter sido escrito nos anos 90, muitas coisas se tornaram um pouco datadas - tanto quanto às descobertas científicas quanto a utilização de disquetes para salvar dados, o que eu achei deliciosamente nostálgico -, mas acho que aí reside muito do charme do livro.

Para mim, a leitura só não foi perfeita por alguns detalhes na trama; achei que, em alguns momentos, as coisas se resolviam um pouco facilmente demais. Utilizando um "deus ex-machina", Ken Follett entrega um final um pouco certinho demais, se bem que bem fechado e conclusivo. O que acho até justificável. É aquele tipo de leitura que não precisa de um final épico ou aberto: nós só queremos saber a verdade por trás de toda a confusão e queremos que a protagonista tenha seu final feliz.

Por fim, achei a história super intrigante e tão diferente do que tinha lido do Ken Follett até então, que fiquei curiosa para conhecer outros livros mais antigos do autor e que também saiam do gênero de romance histórico. Recomendo muito para quem gosta de thrillers, sobretudo thrillers médicos!