A review by anacatnascimento
O Labirinto dos Espíritos by Carlos Ruiz Zafón

5.0

Acho que toda a gente concorda que nunca é fácil dizer adeus, principalmente a algo ou alguém que só nos trouxe coisas boas. Foi com o coração muito, muito apertado que fechei a contra-capa deste livro e fiquei praticamente um mês numa reading slump, sem saber o que ler a seguir ou o que escrever aqui.

É estranho ter tão pouco para dizer sobre um livro que nos diz tanto, mas é a realidade. Nunca vou deixar de repetir que ler Zafón é transformativo, e muda algo em nós. Às vezes, a mudança é bem-vinda, outras vezes, assusta. Mas mesmo quando dei por mim a suar frio, nunca me senti insegura. Sabia que, cedo ou tarde, as palavras do espanhol me levariam a bom porto, e sempre em boa companhia: Sempere e filhos, Fermín e esposa, Alicia e tantos outros personagens que, durante quatro livros, nos levaram pela mão pela Barcelona do início do século XX.

Intriga, mistério, vingança, magia, esperança, o poder do destino, o amor aos livros, a razão de ser das histórias e o amor que nos une àqueles a quem chamamos de família continua a ser o foco principal de Zafón. E este O Labirinto dos Espíritos traz-nos o final que a saga do Cemitério dos Livros Esquecidos precisava. Ironicamente, é um que vamos para sempre recordar.

“Una historia es un laberinto infinito de palabras, imágenes y espíritus conjurados para desvelarnos la verdad invisible sobre nosotros mismos. Una historia es, en definitiva, una conversación entre quien la narra y quien la escucha, y un narrador solo puede contar hasta donde le llega el oficio y un lector solo puede leer hasta donde lleva escrito en el alma.
Esa es la regla maestra que sostiene todo artificio de papel y tinta, porque cuando se apagan las luces, se silencia la música y se vacía el patio de butacas, lo único que importa es el espejismo que ha quedado grabado en el teatro de la imaginación que alberga todo lector en su mente. Eso y la esperanza que todo hacedor de cuentos lleva dentro: que el lector haya abierto su corazón a alguna de sus criaturas de papel y le haya entregado algo de sí mismo para hacerla inmortal, aunque solo sea por unos minutos.”