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redsilva95 's review for:
Tash e Tolstói
by Kathryn Ormsbee
"Esse é o ponto: somos melhores amigos, mas nenhum de nós sabe o que nenhum de nós quer. Somos um grande ensopado de sentimentos reprimidos."
Esta leitura me surpreendeu positivamente de um jeito que me fez refletir sobre sinopses. E, bem, esse livro é bem mais e melhor do que a sinopse promete.
A sinopse faz você acreditar que esse é um romance sobre uma garota que finalmente vai conhecer um rapaz com quem conversa online por muito tempo, só que ela guarda dele um segredo: ela é assexual heterorromântica. E também de que a websérie que ela produz, uma adaptação moderna de "Anna Kariênina" do Tolstói, viraliza e ela é indicada a um importante prêmio. Só que isso representa uma fração bem pequena, e, arrisco dizer, irrelevante ao considerarmos o que ela realmente entrega.
Achei a trama, na medida do possível, bem realista. Os personagens são bem humanos e falhos, tem atitudes impetuosas, e isso é incrível porque os torna mais críveis. É uma história sobre família, amizade, a descoberta de identidade, daquele momento em que você está terminando o colégio e prestes a entrar na faculdade e sabe que tudo está prestes a mudar. Talvez as coisas não aconteçam do jeito que você gostaria, mas se você continuar acreditando nos seus sonhos, no seu potencial, e estar rodeado de pessoas que te apoiem e querem seu bem, no final tudo vai valer a pena.
Confesso ter demorado um pouco pra gostar da protagonista. A Tash no começo é meio egoísta, sempre colocando suas necessidades acima de qualquer outra coisa (). Mas no final, percebo como isso não só serve de referência a personalidade que ela tanto admira, quanto faz parte da jornada dela, e é aterrorilhoso acompanhar seu desenvolvimento e crescimento. Eu me diverti demais com essa história, até me fez torcer pra um romance tipo "friends-to-lovers", o que é um baita milagre! Achei, no geral, um contemporâneo YA bem maduro e que certamente indicarei, e pretendo ler outros livros da autora.
Por fim, deixo essa reflexão:
"As pessoas adoram ficar falando sobre o apocalipse - se tudo vai acabar em uma guerra nuclear, uma epidemia zumbi ou uma invasão alienígena. Mas acho mais provável que o fim venha em um dia normal, quando a gente parar de tentar entender os motivos dos outros, viver em casas separadas e apodrecer sozinho."
Esta leitura me surpreendeu positivamente de um jeito que me fez refletir sobre sinopses. E, bem, esse livro é bem mais e melhor do que a sinopse promete.
A sinopse faz você acreditar que esse é um romance sobre uma garota que finalmente vai conhecer um rapaz com quem conversa online por muito tempo, só que ela guarda dele um segredo: ela é assexual heterorromântica. E também de que a websérie que ela produz, uma adaptação moderna de "Anna Kariênina" do Tolstói, viraliza e ela é indicada a um importante prêmio. Só que isso representa uma fração bem pequena, e, arrisco dizer, irrelevante ao considerarmos o que ela realmente entrega.
Achei a trama, na medida do possível, bem realista. Os personagens são bem humanos e falhos, tem atitudes impetuosas, e isso é incrível porque os torna mais críveis. É uma história sobre família, amizade, a descoberta de identidade, daquele momento em que você está terminando o colégio e prestes a entrar na faculdade e sabe que tudo está prestes a mudar. Talvez as coisas não aconteçam do jeito que você gostaria, mas se você continuar acreditando nos seus sonhos, no seu potencial, e estar rodeado de pessoas que te apoiem e querem seu bem, no final tudo vai valer a pena.
Confesso ter demorado um pouco pra gostar da protagonista. A Tash no começo é meio egoísta, sempre colocando suas necessidades acima de qualquer outra coisa (
Spoiler
o que foi aquela reação dela e da irmã quando a mãe anuncia estar grávida???Por fim, deixo essa reflexão:
"As pessoas adoram ficar falando sobre o apocalipse - se tudo vai acabar em uma guerra nuclear, uma epidemia zumbi ou uma invasão alienígena. Mas acho mais provável que o fim venha em um dia normal, quando a gente parar de tentar entender os motivos dos outros, viver em casas separadas e apodrecer sozinho."