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alicelhonda 's review for:
O Amor Não é Óbvio
by Elayne Baeta
Eu gostaria de ter lido esse livro quando eu tinha 15 anos, não apenas porque ele poderia ter feito diferença na minha vida (representatividade é tudo), mas porque eu sinto que teria gostado muito mais dele naquela época. Não que eu não tenha gostado dele agora: é uma leitura leve e fofa que me deixou sorrindo feito boba em vários momentos. A história de autodescoberta da Íris é fácil de se relacionar, passando por momentos engraçados e outros mais carregados. A sensação geral que fica é muito boa, especialmente porque dá para sentir o carinho dedicado pela autora a esse projeto. Ainda assim, muitas coisas nesse livro me incomodaram e tornaram a leitura menos agradável do que eu esperava.
Acho que uma parte do problema foi que eu coloquei pressão demais sobre a leitura (eu queria muito amar um romance lésbico brasileiro voltado para o público jovem). Mas, por outro lado, não acho que tenha sido somente um problema de expectativa. A construção dos personagens e relacionamentos foi meio falha e não fez com que eu me interessasse por nenhum deles direito, embora houvesse potencial para muita coisa legal ali dentro. Eu odeio sair com a sensação de potencial desperdiçado, mas realmente sinto que havia várias boas relações para serem exploradas e que foram deixadas de escanteio à fim de abrir espaço para monólogos e cenas dramáticas desnecessárias. De modo geral, havia muita coisa rasa acontecendo ao mesmo tempo e consequentemente muitos pontos ficaram soltos no final - o que poderia ter sido evitado caso a autora tivesse priorizado os enredos mais relevantes e investido em desenvolvimento mais sutis. Além disso, vários comportamentos bem questionáveis ao longo da história foram trazidos de forma totalmente naturalizada, o que foi meio difícil de engolir.
Ademais, não pude deixar de ficar extremamente incomodada com uma coisa totalmente irrelevante: afinal, onde se passa essa história? Havia muito que lembrava o Brasil ali e eu sabia que a autora era brasileira, mas ainda assim os costumes eram bem americanizados e ainda houve menções à Montana e Pitsburgo? Eu estou louca ou sou só terrível em geografia mesmo? Isso não é nem uma crítica, só uma coisa que me enlouqueceu ao longo da leitura mesmo. Enfim.
Como eu disse, gostaria de ter lido esse livro seis anos atrás, quando eu não me importava tanto com melodramas, o excesso de problemas que poderiam facilmente ser resolvidos com uma conversa honesta e esse estilo de escrita repetitivo. Ainda assim, fico muito feliz que esse livro existe para outras garotas de 15 anos que gostam de garotas e precisam desesperadamente ser representadas dessa forma leve e divertida.
Acho que uma parte do problema foi que eu coloquei pressão demais sobre a leitura (eu queria muito amar um romance lésbico brasileiro voltado para o público jovem). Mas, por outro lado, não acho que tenha sido somente um problema de expectativa. A construção dos personagens e relacionamentos foi meio falha e não fez com que eu me interessasse por nenhum deles direito, embora houvesse potencial para muita coisa legal ali dentro. Eu odeio sair com a sensação de potencial desperdiçado, mas realmente sinto que havia várias boas relações para serem exploradas e que foram deixadas de escanteio à fim de abrir espaço para monólogos e cenas dramáticas desnecessárias. De modo geral, havia muita coisa rasa acontecendo ao mesmo tempo e consequentemente muitos pontos ficaram soltos no final - o que poderia ter sido evitado caso a autora tivesse priorizado os enredos mais relevantes e investido em desenvolvimento mais sutis. Além disso, vários comportamentos bem questionáveis ao longo da história foram trazidos de forma totalmente naturalizada, o que foi meio difícil de engolir
Spoiler
(toda a questão stalker foi meio demais para mim)Ademais, não pude deixar de ficar extremamente incomodada com uma coisa totalmente irrelevante: afinal, onde se passa essa história? Havia muito que lembrava o Brasil ali e eu sabia que a autora era brasileira, mas ainda assim os costumes eram bem americanizados e ainda houve menções à Montana e Pitsburgo? Eu estou louca ou sou só terrível em geografia mesmo? Isso não é nem uma crítica, só uma coisa que me enlouqueceu ao longo da leitura mesmo. Enfim.
Como eu disse, gostaria de ter lido esse livro seis anos atrás, quando eu não me importava tanto com melodramas, o excesso de problemas que poderiam facilmente ser resolvidos com uma conversa honesta e esse estilo de escrita repetitivo. Ainda assim, fico muito feliz que esse livro existe para outras garotas de 15 anos que gostam de garotas e precisam desesperadamente ser representadas dessa forma leve e divertida.