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A review by ritaslilnook
Circe by Madeline Miller
3.0
Se há algo indubitável, é de que Circe me sentir vista.
Apesar de ler poucos recontos, admito que, quando os leio, me arrependo sempre de não lhes pegar mais recorrentemente.
Para quem acompanhou a minha leitura deste livro, sabe que fiquei desiludida com o desenrolar desta história - foi como uma onda que apenas envolvia areia e, grão a grão, esperei sempre que algo fosse diferente, mas o desenvolvimento de Circe estagnava sempre no mesmo ponto. Contudo, é indubitável o papel autónomo que Madeline Miller conseguiu conferir a esta personagem da mitologia; este não é um reconto da famosa Odisseia, é pura e complexamente Circe.
O sentimento de não pertencer foi o que me fez empatizar de forma tão rápida com a Circe - nasceu uma criança comum, sem o poder do pai ou a beleza da mãe. Toda a infância e adolescência de Circe foi passada a tentar ganhar o amor do pai, mas sem sucesso. Tocou-me.
Perdida em si, Circe descobre-se e, de nada, evolve para tudo. Afinal, Circe tem poder. Uma melodia adormecida que lhe corre pelo corpo e se manifesta na forma de feitiçaria.
Circe é excomungada pelo pai e os outros titãs que, curiosamente, temem o seu poder, e é condenada a passar a eternidade numa ilha.
Contudo, Circe encontra consolo nisso, na sua solidão e na sua habilidade. É aqui que a vemos ganhar um sentido de controlo e de compreensão pela vida, os quais a levam numa aventura de autodescoberta imensurável.
Apesar dos defeitos que o livro tem, que para mim se focam unicamente no círculo constante em que a autora nos prende, “Circe” é um reconto poderoso desta mítica personagem a quem é, tradicionalmente, atribuída apenas um espaço de história unidimensional.
Na verdade, a escrever agora estas palavras, até consigo compreender o porquê de ter sido essencial ler sobre os mesmos erros constantemente. Afinal, Circe era em parte humana e, tal como nós, anseia sempre pelo melhor, mesmo que para isso tenha que tentar vezes e vezes sem conta ir contra o mundo.
Para todos os apaixonados por mitologia e os seus recontos, “Circe” é um livro de leitura obrigatória.
Apesar de ler poucos recontos, admito que, quando os leio, me arrependo sempre de não lhes pegar mais recorrentemente.
Para quem acompanhou a minha leitura deste livro, sabe que fiquei desiludida com o desenrolar desta história - foi como uma onda que apenas envolvia areia e, grão a grão, esperei sempre que algo fosse diferente, mas o desenvolvimento de Circe estagnava sempre no mesmo ponto. Contudo, é indubitável o papel autónomo que Madeline Miller conseguiu conferir a esta personagem da mitologia; este não é um reconto da famosa Odisseia, é pura e complexamente Circe.
O sentimento de não pertencer foi o que me fez empatizar de forma tão rápida com a Circe - nasceu uma criança comum, sem o poder do pai ou a beleza da mãe. Toda a infância e adolescência de Circe foi passada a tentar ganhar o amor do pai, mas sem sucesso. Tocou-me.
Perdida em si, Circe descobre-se e, de nada, evolve para tudo. Afinal, Circe tem poder. Uma melodia adormecida que lhe corre pelo corpo e se manifesta na forma de feitiçaria.
Circe é excomungada pelo pai e os outros titãs que, curiosamente, temem o seu poder, e é condenada a passar a eternidade numa ilha.
Contudo, Circe encontra consolo nisso, na sua solidão e na sua habilidade. É aqui que a vemos ganhar um sentido de controlo e de compreensão pela vida, os quais a levam numa aventura de autodescoberta imensurável.
Apesar dos defeitos que o livro tem, que para mim se focam unicamente no círculo constante em que a autora nos prende, “Circe” é um reconto poderoso desta mítica personagem a quem é, tradicionalmente, atribuída apenas um espaço de história unidimensional.
Na verdade, a escrever agora estas palavras, até consigo compreender o porquê de ter sido essencial ler sobre os mesmos erros constantemente. Afinal, Circe era em parte humana e, tal como nós, anseia sempre pelo melhor, mesmo que para isso tenha que tentar vezes e vezes sem conta ir contra o mundo.
Para todos os apaixonados por mitologia e os seus recontos, “Circe” é um livro de leitura obrigatória.