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A review by lord_mbb
Planolândia: um romance de muitas dimensões by Edwin A. Abbott
2.0
Li para o clube do livro, me indicaram com base do meu "quero ler" do skoob. Engraçado que descobriu esse livro quando estava conhecendo ficção científica lá no colegial. Na época comprei uma versão de bolso americana pra ler, mas não engatei na leitura (tenho esse problema com ler em inglês, só consigo quadrinho, não sei porquê).
UMA DÉCADA E MEIA depois, ele apareceu de novo, tinha até esquecido, vi que dessa vez tinha uma edição bonitinha nacional, peguei na Amazon e rapidamente com ele em mãos li... Devia ter lido na época, porque ei achar muito mais legal do que hoje. Ia "explodir minha cabeça". É legal e tal, os conceitos, as ideias... mas que livro meia boca. O autor era teólogo, professor (dó século XIX) e padre, e ele escreve com uma mácula que essas profissões deixam.
A premissa toda do livro é que existe um mundo de apenas 2 dimensões, e de forma muito inventiva ele extrapola como seria uma sociedade que tem essa limitação. É legal, algumas sacadas são bem pensadas, e vira um exercício de entender espacialidade. O livro é narrado por um quadrado advogado (as classes sociais são definidas pelo número de lados, quanto mais, melhor), que descreve o mundo. Depois de passar metade do livro definindo como funciona essa Planolândia, ele começa a ter alguns episódios com outros mundos, primeiro o 1D, depois o 3D e por fim o 0D (linhalândia, espaçolandia e pontolândia). A trama desemboca para uma apressada jornada messiânica das 3 dimensões, que são superiores e logo meio sagradas e acaba de supetão. É bem chato.
Mas o mérito das boas sacadas faz o livro ser de alguma forma interessante, que deve ficar na cabeça por um tempo. Se fosse no ensino médio ia ser "PUTA MERDA VÉI QUE COISA DA HORA" e ia me sentir muito inteligente por ler um romance que ensina conceitos básicos de espacialidade e geometria. Uma coisa muito positiva da leitura, que em um momento que o quadrado conversa com um esfera, a esfera casualmente joga a citação que mais gostei nos últimos tempos. “Ação e não palavras, deverão levar à verdade.” Tem uma ritimidade, e é interessante pensar sobre isso... “levar à verdade”, ressoou comigo, uma pegada meio “lidere pelo exemplo”.
Ah, não sei se por paródia ou por ser um padra do século XIX, a planolândia é um lugar de merda, elitista, classista, machista, segregatício, fascista e violento. Chega a ser cômico de tão absurdo... tentei ver como uma paródia da nossa realidade, mas não senti como paródia, então foi mais um aspecto negativo. Tudo isso faz o livro ser um singelo 2 de 5.
UMA DÉCADA E MEIA depois, ele apareceu de novo, tinha até esquecido, vi que dessa vez tinha uma edição bonitinha nacional, peguei na Amazon e rapidamente com ele em mãos li... Devia ter lido na época, porque ei achar muito mais legal do que hoje. Ia "explodir minha cabeça". É legal e tal, os conceitos, as ideias... mas que livro meia boca. O autor era teólogo, professor (dó século XIX) e padre, e ele escreve com uma mácula que essas profissões deixam.
A premissa toda do livro é que existe um mundo de apenas 2 dimensões, e de forma muito inventiva ele extrapola como seria uma sociedade que tem essa limitação. É legal, algumas sacadas são bem pensadas, e vira um exercício de entender espacialidade. O livro é narrado por um quadrado advogado (as classes sociais são definidas pelo número de lados, quanto mais, melhor), que descreve o mundo. Depois de passar metade do livro definindo como funciona essa Planolândia, ele começa a ter alguns episódios com outros mundos, primeiro o 1D, depois o 3D e por fim o 0D (linhalândia, espaçolandia e pontolândia). A trama desemboca para uma apressada jornada messiânica das 3 dimensões, que são superiores e logo meio sagradas e acaba de supetão. É bem chato.
Mas o mérito das boas sacadas faz o livro ser de alguma forma interessante, que deve ficar na cabeça por um tempo. Se fosse no ensino médio ia ser "PUTA MERDA VÉI QUE COISA DA HORA" e ia me sentir muito inteligente por ler um romance que ensina conceitos básicos de espacialidade e geometria. Uma coisa muito positiva da leitura, que em um momento que o quadrado conversa com um esfera, a esfera casualmente joga a citação que mais gostei nos últimos tempos. “Ação e não palavras, deverão levar à verdade.” Tem uma ritimidade, e é interessante pensar sobre isso... “levar à verdade”, ressoou comigo, uma pegada meio “lidere pelo exemplo”.
Ah, não sei se por paródia ou por ser um padra do século XIX, a planolândia é um lugar de merda, elitista, classista, machista, segregatício, fascista e violento. Chega a ser cômico de tão absurdo... tentei ver como uma paródia da nossa realidade, mas não senti como paródia, então foi mais um aspecto negativo. Tudo isso faz o livro ser um singelo 2 de 5.