A review by andreginja
The 120 Days of Sodom by Marquis de Sade

3.0

What the fuck did I just read?

Não mas agora a sério, já muita gente disse isto antes e eu volto a repetir porque têm razão, este livro é um jogo com o Marquês de Sade, se não conseguires acabar o livro, perdes, se acabares o livro perdes na mesma.
4 homens raptam um grupo de pessoas com membros de ambos os sexos, várias idades e belezas, e procedem a experimentar todo o tipo de devassidão sexual.
É um livro sem qualquer tipo de moral, narrativa ou desenvolvimento de personagens. É praticamente um índice de todos os tipos de filia que possam imaginar.
Todos os atos de perversidade que possam imaginar, este livro tem mais e pior.
Torna-se um bocado repetitivo e não aconselho a quem não tenha um estômago forte.
(Uma dica, não tentem dar significado ao livro, este, na minha opinião, é um livro literal e sem qualquer tipo de segundos significados, o libertino apenas se preocupa com o prazer do corpo, então qual seria o objetivo de dar um sentido moral a este livro?)
Apenas lhe dou as três estrelas porque cheguei a uma altura na minha leitura do livro em que já não queria ler mais, pois estava enojado, mas não conseguia parar de ler, em parte devido à escrita incrível do Marquês, em parte pela minha própria curiosidade mórbido-sexual.
Não consigo, de consciência tranquila, aconselhar o livro.
Mas se tiverem curiosidade em ler aquele que é, muito provavelmente um dos livros mais gráficos de sempre, vão com a noção de que vão haver, em grande quantidade: fluídos corporais de todo o tipo, momentos que vão levar o leitor a questionar quem é que na sua sanidade terá imaginado aquilo que está a ler, e total desrespeito pela moralidade e pela vida humana.

Mas posso dizer pelo lado positivo, que é uma experiência semi-sensorial, o leitor sente exatamente aquilo que o Marquês quer que o leitor sinta. É uma montanha-russa de emoções, que passam por vontade de vomitar, nojo do mundo, excitação sexual, sentimento de culpa, tristeza e desespero, várias vezes.

É, na sua base, um guia, um exercício intelectual que procura a resposta à pergunta "onde é que a mente humana é capaz de chegar para obter prazer sexual?". Uma pergunta ao qual a resposta tem vários nomes, pedofilia, zoofilia, necrofilia e a lista continua, o livro funcionando como um crescendo, ficando cada vez mais extremo.
E o próprio livro é o Marquês a responder à sua própria pergunta "quão longe conseguirei ir?"