A review by thekeziamartins
A História das Coisas by Annie Leonard

1.0

O livro gasta mais páginas em defesa a social-democracia e sendo anti-capitalista do que conta a história das coisas.

Os males do consumismo:
Eu não sou uma grande defensora do consumismo exagerado, apesar de ser uma grande defensora do livre mercado, reconheço que o consumo compulsório ser maléfico para muita gente, assim como qualquer compulsão. Entretanto, a autora é infeliz ao tentar apontar os problemas do consumismo, apresenta correlações sem provas nenhuma, a maior parte dos argumentos são de forte apelo emocional.

A autora da exemplo dos EUA que é um país com alto poder bélico, alto consumo e com baixo bem-estar populacional e compara com países que praticamente aboliram armas e exércitos, baixo consumo e tem alto bem-estar populacional, uma comparação sem fundamento nenhum e sem dados que comprovam que esses quesitos têm relação com bem-estar; um país como Israel, por exemplo, possui um grande poder bélico, alto consumo e é um dos países com a população mais feliz do mundo.

De quem é a culpa?
No último capítulo do livro é apresentado soluções para redução do consumo e do lixo e algumas das soluções dependem do indivíduo. Porém, a maior parte do livro é culpabilizando terceiros: "a sociedade", "o sistema", "o estado", ou seja, culpando agentes não morais que não fazem nada e nem tem poder para fazer.

Quando terceirizamos a culpa para entidades não morais naturalmente tiramos a culpa dos indivíduos, e se a culpa é "do sistema, do estado, da sociedade" então quem teria que resolver são eles. O problema é que esses agentes não resolvem e não fazem nada, porque não existem. O que existe são um conjunto de indivíduos conscientes, que esses sim, poderiam fazer algo se entendessem que só depende deles.

No caso do estado não poder (nem dever) resolver é ainda mais difícil de entender para a maioria afinal existe uma grande dependência e esperança por parte da população. Não vou me aprofundar no problema de um estado paternalista, mas ainda se encaixa na questão de terceirização da culpa.

Enfim, o livro teria potencial se não fosse o forte apelo emocional e defesa da social-democracia sem fundamento nenhum.